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Melissa Vieira

São estes os sítios mais feios em Lisboa?

Edifícios hediondos, rotundas bizarras, ruas confusas, igrejas futuristas, descubra os sítios mais feios em Lisboa

Escrito por
Francisca Dias Real
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Há coisas que são só isso – coisas. Coisas que nem deviam sê-lo, que nem deviam existir. Há sítios que não são agradáveis à vista e fazem parte dessa lista de coisas que torna a cidade um bocadinho mais feia. Embora tudo isto seja controverso e discutível. Lisboa não é caso único (espreite Madrid, por exemplo), mas por cá há belos exemplos dos popularmente chamados “mamarrachos” ou "monos" ou "aglomerados de betão". Enfim, são edifícios ou sítios que simplesmente não devem nada à beleza. O planeamento urbanístico tem dias muito bons, mas depois tem outros que dá nisto. São estes os sítios mais feios em Lisboa? 

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Os sítios mais feios em Lisboa

  • Atracções
  • Edifícios e locais religiosos
  • Areeiro/Alameda

Em pleno bairro de Arroios, o actual edifício foi erguido depois da igreja anterior ter ficado destruída com o terramoto de 1755. A fachada é banal, com uma porta única que anuncia as entradas e saídas deste templo católico, e o edifício grita betão em cada parte da sua construção exterior – é o chamado mono. Infelizmente, o ex-libris não está à vista de quem passa, mas sim dentro da igreja, o Cruzeiro colocado no adro – uma peça de estilo manuelino, mandada construir no início do reinado de D. João III. 

Largo da Revista Militar
Duarte Drago

Largo da Revista Militar

Não deve conhecer o largo por este nome, deve ser mais uma coisa como “aquele sítio onde se apanham os autocarros junto ao Colombo”. Tem tanto de deprimente como de rotineiro, há pouca coisa que torne este local num sítio agradável para se estar. Nem a feira montada ali ao lado com bugigangas várias – que vão de perucas a malas de viagem – safam.

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Portas de Santo Antão
Melissa Vieira

Portas de Santo Antão

Propomos-lhe este desafio e depois conta-nos se conseguiu: passar a rua das Portas de Santo Antão sem ser abordado por nenhum relações públicas moderno que lhe tenta impingir uma refeição very typical. Talvez seja pela insistência nata destes representantes da restauração, ou pela confusão declaradamente desnecessária de turistas que caem na armadilha de comer o que dizem ser comida tradicional. Temos pena, no entanto, que tenhamos que passar por esse labirinto de negócios para chegar a algumas tascas (das verdadeiras) ou até mesmo ao Coliseu, em dias de festa.  

Rotunda do Areeiro
Melissa Vieira

Rotunda do Areeiro

A cabeça de Sá Carneiro encanita muita gente que por ali mora ou passa diariamente. O monumento de homenagem na rotunda do Areeiro, da autoria de Domingos Soares Branco, foi inaugurado em Julho de 1991 e desde aí que motiva discussão, seja ela ideológica ou estética. As críticas foram tantas que até se ponderou mandar fazer outro monumento do político que não gerasse tanto falatório. Por agora continua lá, sem previsões de ser substituído, por isso é dar meia volta e seguir caminho. 

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  • Coisas para fazer
  • São Sebastião

É mais um dos icónicos edifícios do arquitecto Tomás Taveira (cuja obra não é consensual entre os lisboetas), mais não seja por parecer uma miniatura das Torres das Amoreiras. A Sede da Segurança Social desdobra-se entre a Avenida de Berna – que também não é muito dada à beleza – e a Avenida 5 de Outubro. Para apreciação não precisa de ir mais longe que a entrada, aquela espécie de pórtico neoclássico com quatro pilares marmoreados a suportar uma estrutura geométrica que parece não encaixar ali. 

Rotunda do Vale de Chelas
Manuel Manso

Rotunda do Vale de Chelas

É provável que se pergunte como é que nos fomos lembrar desta rotunda. Exato, ninguém se lembraria dela, prova de que representa uma zona a modos que esquecida, rodeada por um ambiente inóspito, quase descampado. Para quem vem das Olaias, o cenário visual dá que pensar: de frente tem uma visão mórbida do cemitério do Alto de S. João; à esquerda fica a Picheleira, outro sítio esquecido pela autarquia, que cedeu alguns imóveis municipais a artistas para montarem ali os seus ateliês – ainda que estes se queixem de conviver paredes-meias com espaços ocupados abusivamente. 

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Edifício Franjinhas
© Inês Félix

Edifício Franjinhas

Esta é talvez a obra que mais controvérsia e discussão gera há anos. Não há meio termo quando um leigo na matéria se dedica a avaliar esteticamente o prédio projectado por Nuno Teotónio Pereira e por João Braula Reis, que ficou pronto na recta final dos anos 60 e arrecadou o Prémio Valmor em 1971. A dose de betão e o aspecto das franjas justifica esta relação amor/ódio assolapada. Escolha o lado onde quer ficar. 

  • Coisas para fazer
  • Martim Moniz

Assim mesmo, no geral. A desorganização urbana desta zona mítica de Lisboa não é das mais agradáveis, sobretudo com toda a polémica dos contentores. As tentativas sucessivas de tentar tornar esta praça num local mais agradável à vista têm saído falhadas – o projecto dos contentores foi cancelado e até agora continua tudo em águas de bacalhau. Por isso, é continuar a passar sem ligar à paisagem. 

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Ponte pedonal da Galp (2ª Circular)
Manuel Manso

Ponte pedonal da Galp (2ª Circular)

Para muitos não passa de um ponto de referência quando apanha aquela plataforma de transporte: “olhe, desculpe, corte já ali à direita depois da ponte laranja”. A ponte veio na sequência do concurso internacional “Pontes para um futuro mais positivo”, lançado em 2009 pela Fundação Galp em colaboração com a experimentadesign. Já foi considerada uma das dez melhores pontes do mundo pelo site Designboom, uma referência internacional no mundo da arquitetura e do design. Saiu este projecto (não tão) vencedor da autoria de Telmo Cruz, Maximina Almeida e de Adão da Fonseca, que liga as Torres de Lisboa à zona da ciclovia de Telheiras. Na altura, enquanto presidente da Câmara de Lisboa, António Costa disse que era um primeiro passo “para a humanização da 2.ª circular” – tudo certo, mas vá lá espreitar quantas pessoas passam todos os dias na ponte. Depois falamos. 

  • Coisas para fazer
  • São Sebastião
Nasceu no lugar do Hotel Aviz, na Avenida Fontes Pereira de Melo, hotel esse que chegou a ser a residência permanente de Calouste Sarkis Gulbenkian. É verdade que o Imaviz foi um dos primeiros centros comerciais do país, inaugurado em 1975, e que veio revolucionar os hábitos consumistas, mas é um facto que não envelheceu bem. Em 2013 surgiu o Imaviz Underground, um projecto que queria reabilitar o Centro Comercial, mas nem isso correu bem. 
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Avenida de Ceuta
Fotografia: Manuel Manso

Avenida de Ceuta

A intenção é boa, mas o planeamento urbanístico nem tanto. Passar por baixo do Aqueduto das Águas Livres é em si uma boa experiência, mas o cenário começa a complicar-se quando nos aproximamos da zona de Alcântara. 

 

  • Coisas para fazer
  • Sete Rios/Praça de Espanha

Inserida numa zona residencial das Laranjeiras, poucos dão por esta igreja, mas quando se vê percebe-se que é uma tentativa mal conseguida de modernismo sacro. A estrutura em ferro à entrada é semelhante a uma parabólica, talvez para tentar captar o sinal divino. Religiosidades à parte, a igreja tem um clube de leitura com agenda frequente, é o que vale.

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Banco de Portugal
Melissa Vieira

Banco de Portugal

Destoa a um nível quase escandaloso da arquitectura circundante, construída entre as décadas de 20 e 60. Um bloco de betão no meio da Almirante Reis. A arquitectura é de António Pedro Batista Pardal Monteiro, Manuel Cottinelli Telmo Pardal Monteiro, João Cottinelli Telmo Pardal Monteiro, João Sobral Otero e Rodrigo Moutinho. 

Calçada de Carriche
Manuel Manso

Calçada de Carriche

O que é que toda a gente espera de uma das mais importantes portas de entrada e saída da capital? No mínimo, acessos arranjadinhos. E o que é que temos? A Calçada de Carriche. Não há grande descrição sobre este aglomerado de prédios, que ainda assim foi ligeiramente melhorada com a construção da recente ponte ciclopedonal em madeira, que esteve nas mãos da  portuguesa Carmo Wood. 

Beleza em Lisboa

  • Noite

Os bares do famoso coleccionador Luís Pinto Coelho, uma antiga pensão de prostitutas, um wine bar coberto de garrafas de vinho ou uma incursão no contemporâneo e instagramável. Lisboa é linda e tem bares lindos, bem o sabemos, e o que vai abrindo pela cidade continua a preencher a quota necessária à manutenção deste título. Nesta lista não olhámos a fachadas e aparências exteriores; focámo-nos no que interessa, o que está dentro, a vista que temos pela frente quando nos sentamos e mandamos copos abaixo. Porque nem só os cocktails nos encantam e há muitas pérolas a conhecer, estes são os bares mais bonitos em Lisboa. 

  • Atracções
  • Atracções turísticas

Fomos de departamento em departamento da Time Out Lisboa perceber quais os edifícios que, pela sua beleza, conquistam mais adeptos. Houve quem tentasse incluir estádios, mas só vale se a paixão pela arquitectura em causa for verdadeira. E ainda criámos uma batalha de concelhos na firma. A paz foi mais forte e o resultado final está aqui: varremos Lisboa de uma ponta à outra (que é como quem diz do Parque das Nações a Belém) e ainda damos um saltinho a Cascais (dois, na verdade). O Mosteiro dos Jerónimos é uma escolha óbvia; a partir daí, começa o debate do gosto.

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  • Restaurantes

Espelho meu, espelho meu, haverá algum restaurante mais bonito do que eu? A pergunta é legítima, dado o esforço que os restaurateurs desta cidade têm feito em montar projectos de encher o olho. E a verdade é que os olhos não só comem o que vem para a mesa como também gostam de um espaço cuidado e decorado com gosto. Lisboa está cheia de belíssimos projectos de restauração – venham mais – mas este é o nosso top de restaurantes mais bonitos em Lisboa, do velociraptor no meio da sala às flores a cair do tecto. 

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