Mosteiro dos Jerónimos
Fotografia: Arlindo CamachoMosteiro dos Jerónimos
Fotografia: Arlindo Camacho

Os edifícios mais bonitos de Lisboa e arredores

É sempre uma questão de gosto, mas não faltam opções quando se fala de arquitectura. Há mesmo muito para onde olhar

Renata Lima Lobo
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Fomos de departamento em departamento da Time Out Lisboa perceber quais os edifícios que, pela sua beleza, conquistam mais adeptos. Houve quem tentasse incluir estádios, mas só vale se a paixão pela arquitectura em causa for verdadeira. E ainda criámos uma batalha de concelhos na firma. A paz foi mais forte e o resultado final está aqui: varremos Lisboa de uma ponta à outra (que é como quem diz do Parque das Nações a Belém) e ainda damos um saltinho a Cascais (dois, na verdade). O Mosteiro dos Jerónimos é uma escolha óbvia; a partir daí, começa o debate do gosto.

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Os edifícios mais bonitos de Lisboa e arredores

  • Atracções
  • Belém

Mandado erigir pelo rei D. Manuel I em memória do Infante D. Henrique é Monumento Nacional desde 1907 e Património Cultural da Humanidade desde 1983. Edificado no século XVI, foi na altura doado aos monges da Ordem de S. Jerónimo, em 2016 ganhou o estatuto de panteão nacional. Na igreja do mosteiro (Igreja de Santa Maria de Belém) encontram-se, entre outros, os túmulos de Luís de Camões, Vasco da Gama e do rei D. Sebastião, cujos restos mortais foram trazidos por D. Filipe I numa tentativa de aniquilar o mito sebastianista. Mas são poucos os que acreditam que se trata efectivamente do corpo do rei desejado.

Palácio da Pena

D. Fernando II de Saxe Coburgo-Gotha, rei consorte de D. Maria II, não poupou na imaginação quando, em 1839, decidiu edificar, com a sua fortuna pessoal, o Palácio da Pena. Ao melhor estilo romântico revivalista, o edifício tem torres de inspiração medieval, elementos neo-árabes, neo-manuelino, cúpulas, cores fortes e até uma ponte levadiça. Foi classificado como Património Mundial da Unesco em 1995 e eleito uma das Sete Maravilhas de Portugal em 2007.

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  • Edifícios e locais históricos
  • Santa Maria Maior

Quem passa por ela no Rossio não fica indiferente à fachada em estilo neo-manuelino, um revivalismo arquitectónico pensado por José Luís Monteiro, autor de outras estruturas alfacinhas, como a Sociedade de Geografia de Lisboa ou mesmo os candeeiros que ladeiam o Monumento aos Restauradores na praça vizinha. A então Estação Central foi inaugurada em 1890 e na sua história foi palco de grandes acontecimentos, do homicídio de Sidónio Pais, em 1918, à tentativa de homicídio da estátua de D. Sebastião, em 2016. E já reparou que as duas portas em forma de duplo arco em ferradura imitam a entrada dos dois túneis da gare?

  • Hotéis
  • Intendente

Com uma localização central em Lisboa, o Hotel 1908 Lisboa é um hotel de 4 estrelas situado num edifício premiado de 1908 completamente renovado, do arquitecto Adães Bermudes. O hotel situa-se na esquina da Avenida Almirante Reis e da Praça do Intendente, e inclui uma galeria de arte em permanente evolução, um restaurante e um bar. Apresenta uma decoração Arte Nova e peças contemporâneas exclusivas de artistas portugueses convidados a reinterpretar o edifício para os dias de hoje.

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  • Coisas para fazer
  • Chiado/Cais do Sodré
Sede da EDP
Sede da EDP

Quando visitar a sede da eléctrica portuguesa vai poder ver os escritórios open space, onde durante a semana processam as suas facturas de electricidade. As duas torres são perpendiculares ao rio e escondem no interior uma praça de uso público (e instagramável a valer).  

  • Coisas para fazer
  • São Sebastião

É um dos espaços mais polémicos de Lisboa. Mas adeptos de touradas ou não, todos podem concordar que o edifício do Campo Pequeno é um dos mais sui generis da cidade. A primeira praça construída neste local era de madeira, mas em 1892 abrem as portas da nova arena projectada pelo arquitecto José Dias da Silva, que optou por uma estrutura de estilo neo-árabe revestida por tijolo ao natural. Entre 2000 e 2006 sofreu obras de remodelação e hoje é um espaço multiusos. As touradas continuam, mas para quem não quer entrar nessa lide também há concertos e outros eventos culturais.

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  • Sete Rios/Praça de Espanha

"Hic Mores Hominum Castigantur". Podia ser um feitiço vindo de um mundo mágico criado por JK Rowling, mas significa "Aqui serão castigados os costumes dos homens" e pode ler-se na fachada deste teatro. Construído em 1820 como teatro privado do conde Joaquim Pedro Quintela, na verdade o que foi castigado foi o próprio edifício, vítima de um incêndio em 1862 do qual só sobrou a fachada. Esteve abandonado mais de 150 anos até que passou para as mãos da Secretaria-Geral da Educação e Ciência, que em 2010 decide requalificar o teatro, com um projecto de arquitectura dos ateliês dos arquitectos Gonçalo Byrne e Bárbara Lopes. Hoje o espaço recebe mensalmente concertos da Orquestra Metropolitana de Lisboa e é possível alugá-lo para eventos privados.

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  • Torres e miradouros
  • Parque das Nações

É o edifício mais alto do país, atingindo 140 metros de altura. Há quem diga que lembra o Dubai, mas também lembra as antigas naus dos Descobrimentos. Projectado pelos arquitectos Leonor Janeiro (Profabril) e Nick Jacobs (SOM) para a Expo 98, aqui esteve instalado um restaurante panorâmico até 2001. Permaneceu encerrado uns tempos até, em 2012, ser inaugurado o Myriad by SANA Hotels, sendo para isso parcialmente demolida uma estrutura anexa à torre. A partir de 2018, o último piso volta a ser ocupado por um restaurante panorâmico, o Fifty Seconds (número de segundos que o elevador leva a chegar ao topo do edifício), do estrelado chef basco Martin Berasategui.

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  • Edifícios e locais históricos
  • Santa Maria Maior

No antigo Palácio Alverca, do final do século XVII, instalou-se, em 1919, um dos primeiros e mais luxuosos casinos da cidade, o Magestic Club, e é dessa época que data a exuberante decoração dos interiores. O pátio central e escada para o anadar nobre são em estilo neo-árabe, o salão de baile em neo-rococó, a antiga sala de jogos em neo-renascença e a antiga sala de leitura, de bridge e a de bilhar em neogótico. Destaque ainda para os azulejos de Jorge Colaço na actual sala de refeições do primeiro piso.

A Casa do Alentejo existe com este nome desde 1939 e tem como objectivo promover a divulgação da região alentejana na capital.

  • Museus
  • Arte e design
  • Cascais

O museu da artista Paula Rego em Cascais, num edifício desenhado pelo Pritzker de 2011, Eduardo Souto de Moura, foi inaugurado em Setembro de 2009 e, além da colecção de obras da artista, tem sempre boas exposições temporárias. 

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  • Coisas para fazer
  • São Vicente 

É essencialmente uma escola, mas começou por ser um jornal dos trabalhadores da indústria tabaqueira, um jornal que ainda hoje ainda existe com um âmbito mais alargado. O palco do salão da casa recebe eventos musicais e de dança e consta que o soalho deste salão é o melhor da cidade para se dançar o tango.

  • Museus
  • Belém

Projecto da Fundação EDP, o Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia já está mais do que consagrado nas iniciais MAAT. As suas formas arquitectónicas marcaram o ano de 2016 na cidade, justificando frutíferas romarias à zona de Belém. Afinal, mais que não fosse, aquela estrutura assinada pela britânica Amanda Levete e o pôr-do-sol em fundo ficam mesmo a matar numa foto para partilhar nas redes. Claro que a visita não deve terminar aqui, recomendando-se que consulte as exposições programadas na agenda. 

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  • Edifícios e locais históricos
  • Santa Maria Maior

O primeiro edifício dos Paços do Concelho, construído após o terramoto de 1755, foi totalmente destruído por um incêndio pouco mais de um século depois. No mesmo local foi erguido este projecto do arquitecto Domingues Parente da Silva, tendo como autor da decoração escultórica do frontão o escultor francês Anatole Calmels. Em 1996, os pisos superiores foram destruídos por mais um incêndio, o que levou o município a desafiar alguns ilustres para a sua reconstrução, do arquitecto Nuno Teotónio Pereira aos artistas Eduardo Nery ou Pedro Calapez, entre muitos outros.

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  • Belém
  • preço 1 de 4

Integrada no MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, a antiga termoelétrica primeiro iluminou a Avenida da Liberdade e a Avenida 24 de Julho. Depois electrificou toda a cidade, e se fosse preciso voltaria a funcionar. Hoje é possível percorrer todos os espaços que estavam fechados graças ao percurso "Circuito Central Elétrica", visitas guiadas que acontecem no primeiro domingo de cada mês, pelas 16.00. Aviso: se for fazer o percurso não leve saltos altos. Nem as vertigens.

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  • Museus
  • São Sebastião

A primeira casa de artista da capital, Prémio Valmor em 1905, integrava-se no plano de crescimento da cidade de Lisboa. Foi um projecto de arquitecto Norte Júnior, mandado construir pelo pintor José Malhoa, destinada a servir de casa e ateliê. Em 1932, a “Casa-Malhoa” foi adquirida pelo Dr. Anastácio Gonçalves (1889-1965), que ali viveu e organizou a sua colecção até ao ano da sua morte. O espaço abriu ao público em 1980 e merece visita pelas exposições regulares e pequenos concertos que acolhe.

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  • Bibliotecas, arquivos e fundações
  • Cascais
Casa Sommer
Casa Sommer

A antiga residência do empresário milionário Henrique Sommer é a mais recente adição do Bairro dos Museus, inaugurada em Dezembro de 2016. Foi recuperada pela Câmara Municipal de Cascais e, em Dezembro, tornou-se a nova sede do Arquivo Histórico Municipal (o segundo maior arquivo do país). No interior, que cresceu dos 824 metros quadrados para 1254 com o projecto da arquitecta Paula Santos, há uma livraria municipal, uma sala de consulta pública e três pisos de exposição cheios de tesouros antigos. As exposições que recebe estão muito ligadas à história de Cascais e às suas actividades

Mais edifícios incríveis em Lisboa

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São prédios com prémio, passando o trava-línguas. Criações com assinatura de prestigiados arquitectos que mantêm o seu espaço na cidade. O famoso Prémio Valmor remonta a 1898, quando foi instituída a atribuição de um valor pecuniário para repartir por arquitecto e proprietário da construção. A ideia foi do 2º visconde de Valmor, Fausto de Queirós Guedes, e a distinção começou a ser atribuída em 1902. Em pouco tempo, tornou-se num dos galardões mais prestigiados na cidade nesta área.  Dos primórdios do século XX aos projectos mais recentes, viaje pelo passado e presente ao sabor de edifícios emblemáticos em Lisboa.

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  • Edifícios e locais religiosos

Não servem apenas para rezar. As igrejas são odes à arquitectura e guardam muitas histórias entre vitrais e talhas douradas. Siga este roteiro de igrejas em Lisboa para ficar mais perto do céu, sem tirar os pés da terra. Recomendado: As melhores obras de design e arquitectura em Lisboa

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