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Ozuna
Fotografia: Gabriell VieiraO Ozuna, do The Whisk Café

Seis cães (e uma gata) que todos os lisboetas têm de conhecer

Cada vez mais espaços em Lisboa têm animais de estimação. Passamos a mão pelo pêlo dos melhores relações públicas da cidade.

Renata Lima Lobo
Mauro Gonçalves
Escrito por
Renata Lima Lobo
Colaborador
Mauro Gonçalves
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Os animais de estimação estão cada vez mais saídos da caixa. Ou melhor, de casa. Especialmente os cães, que se juntam muitas vezes aos seus turores nos locais de trabalho, inclusivamente em negócios com a porta aberta ao público. Seja num café ou numa loja com azulejos até ao tecto, os patudos conseguem ser um verdadeiro exemplo de bom comportamento, fruto de muito treino, amor e carinho. Fomos conhecer alguns espaços de Lisboa que são mais do que pet friendly: têm como anfitriões cães que derretem corações. E estes são apenas alguns exemplos de como está a haver uma mudança de hábitos quanto à presença de animais em espaços públicos fechados.

Recomendado: Lisboa pet friendly: aqui os animais são sempre bem recebidos

  • Restaurantes
  • Cafés
  • Lisboa

The Whisk Café não só permite a entrada de animais, como tem um em permanência a provar que a única coisa que muda com a sua presença são os níveis de fofura. Neste caso, por culpa do Ozuna, os níveis rebentam qualquer escala. Um bulldog francês com 18 quilos (sim, é grande para a raça), com um ar pachorrento, calma para dar e vender e um guarda-roupa com peças para várias ocasiões. Foi de camisa havaiana que nos recebeu, num café com um look retro e industrial, inaugurado em Setembro do ano passado por Catarina Goulart e Ricardo Palhares. “Nós tínhamos o Boris, também um frenchie, íamos a muitos espaços, mas tínhamos sempre de ficar na esplanada. Às vezes estava um bocado frio e havia esta dificuldade de ir comer fora, não queríamos que ele ficasse em casa, porque faz parte da família. E decidimos que quando tivéssemos um espaço seria sempre pet friendly para ele poder estar connosco e pessoas como nós que têm um melhor amigo também o pudessem levar”, diz a tutora. Infelizmente, o Boris morreu em Abril, mas o Ozuna ajudou a superar a perda e há planos para adoptarem uma futura companhia para o patudo. “Ele adora as festinhas. As pessoas pedem sempre, porque não sabem se ele é amigável ou não. Ele sempre foi um cão sociável, está habituado a estar com pessoas e outros animais, gosta desse contacto. Nunca reagiu mal a um cão que estivesse cá, só quer brincar”, diz. Só não pode comer o que vai para o prato dos clientes, embora aspire uma batata frita ou outra perdida no chão ao final do dia.

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Renata Lima Lobo
Jornalista
  • Compras
  • Antiguidades
  • Avenida da Liberdade/Príncipe Real

A expressão “elefante em loja de porcelanas” não se aplica à presença de cães na Solar Antiques, a maior e mais antiga loja do mundo especializada em azulejos originais. Além de ser uma das lojas mais seguras para os comprar, é também um espaço seguro para levar os animais de estimação. Verónica Leitão, a proprietária e a terceira geração da família a abraçar o negócio, dá o exemplo: tem três schnauzers e leva um de cada vez, em dias alternados, para a loja, o que Verónica baptizou de “dia do filho único”. O dia da nossa visita foi uma excepção e Adão, Alma e Olímpia tiveram o dia dos irmãos [dizemos nós], embora haja aqui uma relação familiar diferente. Olímpia, com sete anos e a mais pequena, é na realidade a mãe de Adão e de Alma, com três anos. “Acho que precisam de ter um bocadinho mais de atenção, porque são três, embora eles gostem muito de estar juntos. No Verão tento trazer menos, nem eles gostam, não vale a pena. Agora começa a estar óptimo para eles virem sempre e hoje é excepcional, três aqui dentro é a máfia contra o mundo”, diz Verónica divertida. É que, numa loja recheada de azulejos, nunca partiram nada. “Podem brincar, saltar, rebolar e até hoje nunca nenhum partiu nada. E sempre os trouxe também para os obrigar a socializar. De certa forma, obriga-os a reagir, a socializar com crianças e a saber aproximar-se de uma pessoa. A única coisa que eu evito é que se pendurem nas pessoas, aí digo não, isso não é tolerável. De resto tento fazer o melhor por eles e pelos clientes que cá vêm, porque eu não posso forçar um cão a ninguém”, diz Verónica, que também abre a porta a outros cães e tem sempre água e biscoitos para oferecer. “Tem que se quebrar o mito de que um cão é um selvagem. Não é o cão que é selvagem, quanto muito é o dono. Se o dono não incute isto nos animais que tem, aí estamos perdidos ao princípio”, lamenta esta acérrima defensora da educação canina. De resto, prepare-se para ser muito bem recebido por qualquer um destes patudos que seguem à risca todas as indicações de um qualquer manual de boas maneiras. Só não comem de faca e garfo.

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Renata Lima Lobo
Jornalista
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  • Saúde e beleza
  • Salões de beleza
  • Chiado/Cais do Sodré

Na Calçada da Estrela, há mais de duas décadas que mora a Manobras d’Arte, um estúdio de caracterização para cinema, televisão e teatro que também funciona como salão de beleza, dos cabelos à maquilhagem. O negócio de Kátia e Sérgio Alxeredo ganhou em 2021 um novo amigo: o Barty, um jovem labrador, adoptado com dois meses de vida, que oferece uma das melhores recepções de Lisboa. Se for um amigo dos animais incondicional, basta dizer-lhe um olá sincero que tem direito a lambidelas nas mãos, no pescoço, nas orelhas e no nariz. Mas se só gostar de animais ao longe, o Barty, com os seus olhos de mel, é também capaz de o ficar a admirar à distância, por duas razões: já nasceu com bom feitio e está super bem treinado. “Já era assim com dois meses quando o trouxemos, muito brincalhão. E treinou-se logo no início o que havia para treinar”, explica a tutora que nunca pensou em deixá-lo sozinho em casa todos os dias. No Manobras d’Arte também podem entrar outros animais, mas há sempre preocupação com os clientes que podem ter receio de lidar com cães. “Eu faço questão que ele goste das pessoas e que as pessoas que tenham medo não tenham razão para ter. Ainda ontem esteve aqui uma cliente minha que veio com a filha de 14 anos. A miúda é minha cliente há imensos anos, mas eu não sabia que ela tinha medo de cães. Ela estava um bocado retraída, então eu pu-lo ali [junto à cama] e ele respeitou imenso. Nem ela sentiu medo, nem ele ficou muito efusivo. Deu para arranjar um compromisso e depois já estava ela ao pé dele a dar-lhe umas festinhas”, conta Kátia, que pergunta sempre aos clientes se preferem que prenda o Barty. “Mas 99% diz que não. Quando as pessoas não se importam, eu estou ali a trabalhar e ele vai-se sentar ali ao pé de nós também. Já aconteceu ele ficar com descoloração no pelo, tipo madeixa na orelha”, diz divertida. São os chamados ossos do ofício.

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Renata Lima Lobo
Jornalista
  • Restaurantes
  • Santos

Dentro da história de Rachael e Luke cabem muitas outras: a do amor dela por bagels, a do amor dele por bicicletas e o do amor de ambos por Truffle, um Boston terrier de dois anos, recentemente promovido a CEO de um novo café lisboeta. Mas o agregado familiar é novo na cidade. Aterrou há menos de um ano, vindo da Cidade do Cabo e disposto a mudar de vida. “Com a Covid-19, não sabíamos como ia ser o futuro. Só sabíamos que seria em Lisboa”, comenta Luke. Na verdade, o que começou por ser uma tentativa de internacionalizar a própria marca de bicicletas, a RookCycles, teve como desfecho um bilhete só de ida para outro hemisfério. Para ela, o salto foi maior. Deixou para trás uma carreira como produtora de televisão e abraçou uma antiga paixão, os bagels de fermentação lenta. Os dois universos partilham agora o mesmo espaço na Avenida 24 de Julho. Ao balcão da Good Boy Bagels, Rachael serve as suas especialidades. Entre os ingredientes não faltam pickles, salmão fumado, pastrami, bacon e molho holandês, acompanhamentos perfeitos para uma espreitadela à Lisbon Bicycle Kitchen. Há bicicletas e acessórios à venda, uma consola de jogos à disposição e uma oficina, para já usada em exclusivo pelo anfitrião. Com Truffle num lugar de destaque, o casal pedala todos os dias junto ao rio. Moram em Belém e rumam a Santos diariamente. Aos olhos de quem acaba de chegar, Lisboa dá os primeiros passos para se tornar numa cidade mais sustentável. E o caminho passa necessariamente pela bicicleta.

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Mauro Gonçalves
Editor Executivo, Time Out Lisboa
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Joaninha
©DR

Joaninha

Um felino é a carta fora do baralho nesta lista. Não são a espécie mais fácil de convencer a circular pacatamente por uma cidade cheia de estímulos e ruído, especialmente se estiverem habituados ao sossego do lar. Mas há casos em que o gato não tenta escapar a sete patas pela janela fora. Na imagem está a prova. São as moradoras mais famosas da Rua do Norte, no Bairro Alto. Dulce Albuquerque, costureira, tem o seu atelier de janela aberta para a rua e é a autora dos chapéus que adornam a cabeça da sua sossegada Joaninha, a gata que tem consigo há 12 anos. Como este fabuloso chapéu “Carmen Miranda”. Para seguir em @dona_dulce_lx.

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Renata Lima Lobo
Jornalista

Dar a pata

  • Compras

A fidelidade espelhada nos olhos de um cão, a cumplicidade no ronronar de um gato e a amizade entre um animal e o seu dono – cabe tudo dentro de uma caixa de subscrição. É verdade: eles também merecem e a felicidade pode ser tão simples como receber, no conforto da sua casa, os melhores brinquedos, snacks e acessórios para os animais de estimação. Imagine a ração seca mais completa, um rato estridente, um brinquedo eco-friendly massajador de gengivas ou snacks vegan. Há todos estes produtos e muito mais nestas oito caixas de subscrição portuguesas para animais.

  • Coisas para fazer

Nem todos têm espaço em casa para atirar a bola um bocado mais além da mesa da sala de jantar. Mas Lisboa está bem servida de espaços verdes e em alguns começam a nascer pequenos núcleos totalmente dedicados aos nossos melhores amigos, que agora podem ser um bocadinho mais felizes na cidade. Equipamentos para treino, água para saciar a sede e até casas de banho para cães. Descubra (ou relembre) estes parques caninos em Lisboa onde pode levar o seu animal de estimação e delicie-se a vê-lo fazer novos amigos.

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  • Hotéis

Nem sempre é possível levar o patudo ou o bichano de férias e nessas alturas é bom saber que deixa o seu amigo em boas mãos. Assim, sempre ameniza aquele choque de emoções, entre o ir finalmente descansar e ficar com o coração nas mãos de tantas saudades. E há espaços para todos, numa altura em que começam a proliferar hotéis para cães. Esta lista inclui gatos e, surpreendentemente, há pelo menos um hotel que lhe fica com as aves, com os roedores e com os répteis do agregado familiar. Conheça estes hotéis para animais que servem a população de Lisboa.

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