As melhores mercearias do mundo em Lisboa

Anni Broietti e Fernando Lopes pegaram no mercado Brasil Tropical há sete anos. “Já trabalhávamos nesta área mas, como clientes, pensávamos muitas vezes ‘que saudades deste ou daquele produto’. Então pronto, foi esse princípio, é o mercado da saudade”, descreve Anni. Têm coxinhas congeladas, paçoquita, tapioca, chá matte Leão, açaí, tudo o que precisa para uma feijoada e até champôs e condicionadores de marcas brasileiras. Há já várias lojas Brasil Tropical espalhadas pelo país – Arroios, Odivelas, Cascais, Vila Franca de Xira e Porto – mas o plano, dizem, é fechar 2021 com dez.

Foi o primeiro supermercado coreano a abrir em Lisboa, na Avenida Infante Santo, no final de 2020, e apesar de a comunidade coreana constituir uma parte da clientela, os portugueses são já metade. Tem sopas e noodles instantâneos, dumplings, kimchi, snacks coreanos, tteokbokki (bolos de arroz frito), tteokguk (sopa de bolo de arroz), soju, licor de ginseng e até a cerveja coreana Cass, mas há sempre novos produtos a chegar. Vendem também acessórios de cozinha. Se não souber pronunciar ou não conseguir identificar determinado ingrediente para aquela receita que viu na internet, o proprietário fica mais do que satisfeito em ajudá-lo. A loja online está em construção mas em breve planeiam fazer envios para todo o país.

Nesta mercearia internacional há produtos dos quatro cantos do mundo e a estante americana não desilude – nem nos espaços físicos, espalhados por todo o país, de Lisboa ao Porto, com paragens em Coimbra e Aveiro, nem na morada online. Há cereais e molhos, pasta de marshmallows, montes de chocolates e bolachas, preparados para bolo de cenoura e muffins de chocolate, refrigerantes, Pringles e tudo o que precisa para ver aquela temporada seguidinha sem sair do sofá.

Nesta mercearia aberta por Ludovica Rocchi em Campo de Ourique em 2017, o primeiro olhar vai sempre parar à montra carregada de queijos e enchidos italianos. Isto só no primeiro piso, onde está a cozinha aberta do restaurante (de onde saem bruschettas, pratos de massa fresca, tábuas de queijos ou saladas, tudo feito com os produtos que ali se vendem). A mercearia continua no piso debaixo, com uma garrafeira, pastas secas, bolos, azeites ou frascos com molhos para uma verdadeira barrigada à italiana.

Cho Kyusung e Ahn Sojung, casal coreano há dez anos em Portugal, têm uma pensão direccionada para turistas coreanos. Com o negócio parado, abriram em 2021 um mercado especializado em produtos coreanos que até já tem loja online, com tudo catalogado. Há produtos congelados e pré-cozinhados, para quem é iniciado nestas andanças, mas também pastas, algas, kimchi, doces e chás de várias marcas coreanas. Não hesite em pedir ajuda numa ida à loja.

Se está à procura de produtos específicos dos EUA, o mais provável é que esta loja os tenha – ou os arranje facilmente. A Liberty American Store estreou-se em solo nacional nos Açores, em 2005, e só depois rumou à capital. É um supermercado à séria, tudo bem catalogado na loja online e dividido por prateleiras na física. Há preparados de bolos rápidos coloridos, M&M’s com recheios de tudo e mais alguma coisa, batatas fritas com sabor a pizza e molhos de barbecue com diferentes sabores.

Serenah Sabbat e Hendi Mesleh, palestinianos, abriram a mercearia Zaytouna, azeitona em árabe, em 2018, depois de começarem a trabalhar no restaurante Mezze, na porta ao lado, e perceberem a dificuldade de arranjar certos produtos. Foram enchendo as prateleiras, a pouco e pouco, com os melhores produtos do Médio Oriente, provenientes de países como a Jordânia, o Líbano, a Palestina ou a Síria. Dão a conhecer os vegetais mloukhiya (uma espécie de espinafre), yalanji (folhas de videira), conjuntos de especiarias preparadas para pratos específicos, como as misturas para o arroz kabseh, o biryani, ou para o maqluba. Isto sem falar nas latas de hummus, baba ghanoush, misturas para falafel ou os pickles, ingredientes que já começam a ser bem conhecidos dos alfacinhas. Se for à loja física, pode pedir dicas para cozinhar, mas se já for um ás na gastronomia do Médio Oriente, pode fazer as compras todas na mercearia online.

O Martim Moniz é uma espécie de mercearia global, o sítio certo para encontrar os ingredientes mais insólitos e deliciosos para aquela receita asiática ou indiana que quer reproduzir em casa. No mesmo quarteirão tem o Hua Ta Li (Rua Fernandes da Fonseca, 16), com uma banca de frescos sempre cheia, com ramos viçosos de ceboleto e vegetais orientais que a comunidade chinesa começou a produzir em Portugal. Tem também uma vitrine take-away, onde pode encontrar entrecosto frito, línguas de pato e baos de porco e mel. Umas portas ao lado está o Chen (Rua da Palma, 216) onde raros são os rótulos em português e é bom ir munido de telemóvel para googlar aquele ingrediente com um formato estranho, porque a ajuda não vai ser muita. A variedade sim, é mesmo muita, especialidade ao nível dos frescos, com bonitas couves pakshoi a fazer arregalar a vista, e congelados. Tem também loiças e acessórios de cozinha. No interior do Centro Comercial da Mouraria tem outras duas mercearias imperdíveis para foodies, a Popat Store (Rua Senhora da Saúde, 2, loja 251), com produtos indianos, muitos legumes e frutas importadas da Ásia, das nano-mangas, às nano-bananas, passando pelas micro-beringelas, pela luffa ou pelo melão amargo, e o Nita Cash and Carry (Rua Senhora da Saúde, 2, loja 231), no mesmo piso mas do outro lado do centro, o melhor sítio para se fornecer de especiarias.