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Elis, FESTin
Elis

FESTin 2017: uma semana de cinema em português

Durante uma semana, o caminho dos cinéfilos é o cinema São Jorge, ou melhor, o FESTin, festival que, pela oitava vez, mostra os filmes que se fazem nos países de língua portuguesa, mas não só

Escrito por
Rui Monteiro
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Além de várias secções e dezenas de filmes em cada uma das competições para curtas e longas-metragens, o Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa inclina-se nesta edição a mostrar o que chama “temáticas femininas”. Entre uma floresta de filmes, damos-lhe uma mão cheia de destaques para ver na primeira semana de Março.

1 a 8 Março, Cinema São Jorge (Avenida)

FESTin 2017: Uma semana de cinema em português

O Outro Lado do Paraíso

O Outro Lado do Paraíso

Nada como começar um festival com esperança, ou pelo menos com o exemplo de alguém que, como Antônio Trindade (interpretado por Eduardo Moscovis), é um sonhador que não se vai abaixo com qualquer contrariedade. O metafórico filme de André Ristum, baseado em livro de Fernando Emediato (que estará presente nesta sessão), leva António, “andarilho sempre à procura de realizar seus sonhos”, da sua parvónia até Brasília, então uma espécie de terra prometida ainda em construção, onde ele e a família têm de se adaptar e começar de novo, não sem dificuldades.

Quarta, 1, 21.00, Sala Manoel de Oliveira

Migas de Pan

Com a presença da realizadora, Mamane Rodriguez, o filme, com Cecilia Roth, Justina Bustos e Quique Fernández, conta a história do regresso ao Uruguai de Liliana Pereira. O que parece simples – visitar a família, conhecer o neto – torna-se um torvelinho de emoções, pois Liliana tem de enfrentar a sua memória e a dolorosa recordação da perseguição política sofrida durante a ditadura militar que, no seu caso, lhe custou a custódia de um filho.

Quinta, 2, 19.00, Sala Manoel de Oliveira

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Animal Político
©DR

Animal Político

Há uma vaca a querer convencer-se de que é feliz. Mas é confrontada, logo numa véspera de Natal, com uma sensação de vazio que nunca tinha sentido. Daí a uma jornada em busca de iluminação não tarda nada no primeiro filme longo de Tião, o realizador, fundador da produtora Trincheira, que, já por duas vezes, com Muro (2008) e Sem Coração (2014), recebeu, no Festival de Cannes, o prémio de Melhor Curta-Metragem na Quinzena dos Realizadores.

Quinta, 2, 20.30, Sala 3

Titón: de La Habana a Guantanamera

Tomás Gutiérrez Alea (1928-1996), ou Titón, embora quase esquecido e em grande parte desconhecida a sua obra, foi uma figura importante no cinema contemporâneo. Pois Mirtha Ibarra, actriz, argumentista e realizadora, sua companheira nos últimos 23 anos de vida, não quer ver a memória do realizador cubano esvair-se e neste documentário, rodado em 2008, apresenta o seu percurso, desde o nascimento, em Havana, até Guantanamera, o trabalho final do cineasta.

Sexta, 3, 18.30, Sala 3

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Uma Vida à Espera

Uma Vida à Espera

Sérgio Graciano, o realizador português que se fez notado com Assim Assim e Njinga, a Rainha da Angola, regressa, alinhado entre os concorrentes da competição para longas-metragens, com Uma Vida à Espera. Desta vez, com a cumplicidade de um elenco onde se encontram Miguel Borges, Isabel Abreu, José Mata e Afonso Pimenta, acompanha um sem-abrigo com um segredo pelas ruas de Lisboa.

Sábado, 4, 19.30, Sala Manoel de Oliveira

Comeback
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Comeback

Era uma vez um antigo pistoleiro, agora reformado e a quem ninguém liga nenhuma, o que faz dele o solitário e amargurado protagonista (Nelson Xavier, que, com este papel, arrecadou o Prémio de Melhor Actor no Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro) do filme de Erico Rassi. Amador vive e – digamos – alimenta o espírito do álbum onde guarda recortes de jornal noticiando as suas façanhas. E assim leva a vidinha até uma sucessão de humilhações o levar a reagir à má fila e a voltar à sua antiga actividade.

Sábado, 4, 21.30, Sala Manoel de Oliveira

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A Floresta das Almas Perdidas
©DR

A Floresta das Almas Perdidas

Outro filme português na competição é a primeira longa-metragem de José Pedro Lopes, filme de terror em que o realizador (que estará presente nesta sessão com a produtora Ana Almeida e a actriz Daniela Love) deixa à solta um psicopata com gosto por “beber da tristeza dos outros. ”

Domingo, 5, 17.30, Sala Manoel de Oliveira

BR 716
©DR

BR 716

É simples. Neste filme do realizador Domingos de Oliveira as personagens principais estão bêbedas o tempo todo. Ou seja: a película (com, entre outros, Caio Blat, Sophie Charlotte e Pedro Cardoso) pretende-se uma fábula sobre a boémia de Copacabana. Passada essencialmente num apartamento da Rua Barata Ribeiro número 716, no Rio de Janeiro, temperada com muito samba-canção e pelas vozes de Antonia Maria e Dolores Duran, esta vida alegre e criativa é triste e subitamente interrompida, em 1964, pelo golpe de estado encabeçado pelos mais reaccionários entre os reaccionários militares brasileiros.

Domingo, 5, 19.00, Sala Manoel de Oliveira

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Quase Memória

É decerto o realizador mais experiente presente nas secções competitivas. Ruy Guerra, nascido em Moçambique, há mais de 50 anos no Brasil, autor de mais de uma dúzia de longas-metragens e variados documentários, apresenta no FESTin 2007 um filme com um elenco encabeçado por Tony Ramos (acompanhado por João Miguel, Charles Fricks e Mariana Ximenes, que estará presente nesta sessão). Na origem do enredo está um pacote, encomenda vinda pelo correio que só pode ter sido enviada por um pai morto há um ror de tempo, mas anteriormente conhecido pelas situações inusitadas que criava. Pacote que coloca Carlos perante si próprio quando jovem, viajando entre o desassossego da sua memória como quem habita uma misteriosa dobra no tempo.



Segunda, 6, 19.30, Sala Manoel de Oliveira 

Chega de Saudade

É noite de baile num clube de dança de São Paulo. É com este pretexto que Laís Bodansky, numa mistura de comédia e drama, cria este filme-mosaico onde se expõem as alegrias, os dramas e as misérias de cinco distintos grupos de personagens. Muita música e muita dança são o pano de fundo de um entrecho sobre o amor e a solidão, a traição e, claro, o desejo – que tem as costas largas por tantas vezes estar na origem do bem e do mal. 



Terça, 7, 15.00, Sala 3 

Coisas para fazer em Lisboa esta semana

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Lubitsch Americano: Um mês de filmes de encantar na Cinemateca
  • Filmes

A Cinemateca criou uma espécie de teia de ciclos para apresentar toda a obra de Ernst Lubitsch. O cineasta, que viveu entre 1892 e 1947, não teve uma vida longa, mas chegou para dirigir mais de sete dezenas de filmes e encontrar lugar próprio entre os ícones de Hollywood. Sete amostras.   

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