
Filipe Duarte (1973-2020): cinco filmes indispensáveis com o actor
Presença habitual no grande e no pequeno ecrã, Filipe Duarte morreu aos 46 anos. Eis cinco filmes indispensáveis com o actor português.
Falar de Filipe Duarte é falar de uma das figuras mais versáteis da televisão e do cinema nacionais. A morte do actor de 46 anos na madrugada desta sexta-feira, no Brasil, onde rodava a novela Amor de Mãe, deixou a indústria mais pobre. Mas o trabalho que desenvolveu – em filmes como Coisa Ruim, A Outra Margem, Variações ou nas séries A Febre do Ouro Negro, A Ferreirinha ou Equador, esta última a partir do bestseller de Miguel Sousa Tavares – vai perdurar no tempo e por boa razão. Com um sério cardápio de nomeações e prémios conquistados, com especial destaque para o de melhor actor no Festival de Cinema de Cartagena em 2008 por Entre os Dedos, melhor actor no Festival de Cinema de Montreal em 2007 por A Outra Margem e melhor actor secundário em 2019 por Variações nos prémios CinEuphoria, há uma obra que deve ser conhecida. E estes são cinco filmes indispensáveis com Filipe Duarte.
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Cinco filmes indispensáveis com Filipe Duarte
Coisa Ruim (2006)

Considerada a primeira longa metragem portuguesa de terror, Coisa Ruim, escrita por Rodrigo Guedes de Carvalho e realizada por Tiago Guedes e Frederico Serra, leva-nos à história de Xavier Oliveira Monteiro (Adriano Luz), investigador botânico e professor universitário que certo dia recebe a notícia da morte de um tio, proprietário de um solar de família numa aldeia, do qual se torna proprietário por ser o único herdeiro. Ao desejar publicar um estudo sobre a flora da Beira Interior, decide mudar-se juntamente com os seus para essa mesma casa, mas há uma maldição da qual Xavier não tinha conhecimento. Aqui, Filipe Duarte é António, um homem da terra e uma fonte essencial para ficarmos a conhecer as histórias bizarras da aldeia.
A Outra Margem (2007)

Ricardo (Filipe Duarte) é um travesti que trabalha num bar em Lisboa. Depois da morte do seu namorado, e da tentativa de acabar com a sua própria vida, acaba por retomar o contacto com a irmã Maria (Maria d'Aires), mãe solteira, que vive com o filho, Vasco (Tomás Almeida), que tem Síndrome de Down. Ambos vivem em Amarante, a terra natal de Ricardo. Quando Ricardo regressa à terra que o viu crescer, retoma ainda o contacto com o seu pai, José – e vemos como a única margem completamente intransponível é a que o separa do filho gay. Mas é com Vasco – e com Maria – que o protagonista reaprende a viver. O filme valeu a Filipe Duarte a distinção de melhor actor no Festival Internacional de Cinema de Montreal e o prémio de melhor actor do Zinegoak, Festival Internacional de Cinema Gay Lesbian e Transgender de Bilbau.
Cinzento e Negro (2015)

Entre as 13 nomeações acumuladas pelo filme de Luís Filipe Rocha, não há dúvida que o realizador soube escolher os seus actores e, assim, colocar ainda Filipe Duarte na curtíssima lista de nomeados ao prémio para melhor actor principal. Cinzento e Negro é, no seu todo, uma história de amor, mas é também de traição e vingança. Maria (Joana Bárcia) é traída pelo marido, David (Miguel Borges), que rouba todo seu dinheiro e foge para a ilha do Pico, nos Açores. Furiosa, a mulher contrata o inspector Lucas (Filipe Duarte) para encontrar e capturar David. Porém, numa visita à ilha, este apaixona-se pela faialense Marina (Monica Calle), empregada do bar Peter Café Sport.
Variações (2019)

Convencionou-se que os filmes sobre músicos e cantores famosos têm que mostrar em detalhe como é que eles chegaram à fama, e destacar o momento em que conseguiram vingar. Variações, de João Maia, fura esta convenção. A fita demora-se em boa parte a seguir António Variações quando era ainda um anónimo barbeiro aspirante a cantor, e uma figura colorida da Lisboa pós-25 de Abril e da sua incipiente nova cena nocturna, musical e de costumes; e salta depois para os últimos tempos da sua vida, após a fama e antes de morrer prematuramente, de sida, em 1984, aos 39 anos. Filipe Duarte emprestou vida à personagem de Fernando Ataíde, também cabeleireiro e uma das figuras mais importantes da esfera do músico.
Mosquito (2020)

O drama luso-brasileiro-franco-moçambicano, realizado por João Nuno Pinto, retrata um soldado português perdido na floresta africana em 1917. Escolhido para abrir o Festival Internacional de Cinema de Roterdão, Mosquito foi um dos últimos trabalhos do actor, que aqui faz de Tenente Coelho, e teve estreia a 5 de Março.
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