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Filmes, Cinema, John David Washington
©Andy ParsonsJohn David Washington

John David Washington vai salvar o mundo

John David Washington é a estrela de ‘Tenet’. Falámos sobre o novo filme de Christopher Nolan e o seu amor por frango assado.

Phil de Semlyen
Escrito por
Phil de Semlyen
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Depois de a estreia ter sido adiada quatro vezes, a expressão “muito esperado” é claramente insuficiente para descrever a expectativa criada à volta do novo filme de Christopher Nolan, Tenet. Mas John David Washington, o seu sereno protagonista, não parece acusar a pressão. É apenas o filme que pode salvar o cinema. O antigo jogador da NFL, estrela de BlacKkKlansman: O Infiltrado (Spike Lee, 2018) e filho de Denzel Washington, passou o período de confinamento como nós (“Rotina. Filmes. Grandes documentários sobre o Michael Jordan. PS4.”), embora esteja prestes a regressar com estrondo à ribalta, dando corpo a uma personagem que empreende uma luta singular para salvar o mundo. “Passar de Spike Lee para Christopher Nolan?”, atira. “Esse é o sonho.”

O co-protagonista do filme, Robert Pattinson, disse que foi trancado numa sala quando leu pela primeira vez o guião de Tenet. Como foi a sua experiência?
Não estou certo de que tenha sido trancado. Havia água, portanto não é como se fosse uma sala de pânico. Lembro-me de ter lido o título e depois o nome [de Christopher Nolan] e pensar: oh, meu deus, isto não pode ser verdade. Peguei no iPad, pus música clássica a tocar e comecei a ler.

Viu filmes do Christopher Nolan para se preparar?
Ele não me deu uma lista de filmes para ver, mas conversámos sobre a nossa admiração mútua por Star Wars, e ele conhecia um documentário que cresci a adorar: Hoop Dreams [Steve James, 1994].

Em 2020, ainda sente que é significativo quando um afro-americano é chamado a protagonizar um blockbuster?
Eu estou sobre os ombros de muitos actores afro-americanos. Agora é definitivamente mais bem aceite que um afro-americano seja escolhido como protagonista num género em que é comum serem deixados de fora. [Mas] não pensei nisso enquanto estava a trabalhar neste filme. Não estava em parte alguma do guião – “homem negro nos seus trintas” – e nunca falei sobre isso com o Chris. De qualquer modo, orgulho-me de ter sido o escolhido, isso é certo.

Frequenta estúdios de cinema desde que participou em Malcolm X [Spike Lee, 1992], em miúdo. Parece-lhe que eles têm mais diversidade agora?
Depende do sítio. Gostaria de ver mais cores de pele, de homens ou mulheres, naquelas salas de reuniões em que se decidem que filmes é que vão ser feitos.

Passou um dia a trabalhar com o Michael Caine. Como é que foi?
Emocionante. Entre “acção” e “corta”, tudo o que me passava pela cabeça era: “Sir Michael Caine está a falar comigo!” Contive-me tanto quanto pude, mas parecia uma criança. Depois de todos os close-ups estarem filmados, quando se estavam a virar [para mim], diz o Chris: “Pronto, é a tua vez. Sem pressão.” [Risos.]

Apanhou algum calão londrino com ele?
Não sei se devo dizer. Vamos pôr as coisas assim: fiquei muito surpreendido com o seu léxico. Ele é um personagem!

Filmou algumas cenas em Londres. Como correu?
Ainda deu para explorar um pouco a cidade. E tenho de admitir que estou obcecado pelo Nando’s [cadeia de restaurantes de comida luso-africana, cujo logótipo é o galo de Barcelos] – como eles grelham o frango, não estava a quebrar a minha dieta. O molho nandoniano [de piripíri] é tudo. Quem me dera que houvesse nos Estados Unidos.

É verdade que, em miúdo, se mascarava como a personagem que o seu pai interpretava em Tempo de Glória [de Edward Zwick, 1989; o papel valeu a Denzel Washington um Óscar de melhor actor secundário]?
Sim. Ainda me lembro de alguns dos diálogos do meu pai nesse filme. Quando tinha uns oito anos, sabia tudo, cada palavra. Pelo Natal, deram-me um fato azul, uma pequena espingarda e um chapéu.

Lembra-se de um algum diálogo dele em Dia de Treino [Antoine Fuqua, 2001; Óscar de melhor actor principal para Denzel]?
Sofro de stress pós-traumático de a repetir [a memorável frase “King Kong ain't got shit on me!”], porque no meu primeiro ano na NFL [National Football League] obrigavam-me a dizê-la todas as semanas. Mandei essa frase para a reforma.

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