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Silence of the Lambs, best 90s movies
Photograph: MGM"Silence of the Lambs"

Jonathan Demme evocado em dez filmes

Desaparecido no passado dia 26 de Abril, o realizador americano foi muito mais do que o autor de sucessos como 'O Silêncio dos Inocentes' e 'Filadélfia'. Recordamos aqui dez dos seus melhores filmes

Escrito por
Eurico de Barros
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Grande apaixonado por música, que marca presença em muitos dos seus filmes, Jonathan Demme, morto aos 73 anos, estreou-se no cinema sob a égide do lendário Roger Corman, nos anos 70, e deixou uma obra muito variada, da ficção ao documentário e ao "concert movie"

Jonathan Demme evocado em dez filmes

‘Crazy Mama’ (1975)

Jonathan Demme começou a vida no cinema a trabalhar para Roger Corman em diversas funções, incluindo as de produtor e argumentista. Este Crazy Mama é um dos típicos e animadíssimos filmes de exploitation que realizou para Corman, passado nos anos 50. Três mulheres da mesma família, as Stokes, avó, mãe e filha, vêem o seu cabeleireiro ser fechado e penhorado. Revoltadas e desapoiadas, vão para a estrada e desatam a fazer assaltos a torto e a direito. A veterana Ann Sothern, Cloris Leachman e Linda Purl interpretam as três Stokes.

‘Banda do Cidadão’ (1977)

Uma comédia americaníssima e bem característica da década de 70, construída em volta de uma série de personagens que vivem numa cidadezinha dos EUA e estão unidas pelo seu amor assolapado à banda do cidadão. Este foi o primeiro filme que Jonathan Demme fez para um grande estúdio (a Paramount), e está cheio de figuras irresistivelmente castiças (com as respectivas alcunhas de utilizadores da banda do cidadão), interpretadas por actores como Paul Le Mat, Charles Napier, Roberts Blossom, Candy Clark ou Bruce McGill.

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‘O Último Abraço’ (1979)

Um belíssimo policial de filiação hitchcockiana, O Último Abraço é um dos melhores filmes do realizador, contendo uma sequência nas Cataratas do Niagara que mestre Hitch não desdenharia ter filmado, e uma soberba banda sonora do lendário Miklos Rózsa. Roy Scheider, Janet Margolin e Christopher Walken são os principais intérpretes desta história de um espião (Scheider) arrasado pela morte da mulher, durante um tiroteio num restaurante, e que a seguir se vê alvo de ameaças crípticas e de uma tentativa de assassínio.

‘Melvin e Howard’ (1980)

A insólita história de Melvin Dummar, um zé-ninguém que trabalhava numa estação de serviço no Utah. Em 1967, Dummar terá salvo a vida do multimilionário Howard Hughes, depois deste ter tido um acidente de moto, e mais tarde surgiu como um dos herdeiros deste, num muito contestado testamento escrito à mão por Hughes. Com Paul Le Mat no papel de Melvin e Jason Robards no de Howard Hughes, Melvin e Howard é uma coméda original e excêntrica, passada na América das casas sobre rodas, vidas paradas e longas estradas entre as grandes cidades.

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‘Stop Making Sense’ (1984)

Este enérgico documentário musical que apanha os Talking Heads ao vivo ao longo de três concertos em Hollywood, em Dezembro de 1983, foi financiado pela própria banda, que estava em digressão para promover o seu álbum Speaking in Tongues. Foi o primeiro do género realizado por Jonathan Demme, que ao longo da sua carreira haveria de assinar outros concert movies (em especial para o seu amigo Neil Young), bem como telediscos para outros grupos e artistas. Stop Making Sense foi o primeiro filme a usar tecnologia digital áudio.

‘Selvagem e Perigosa’ (1986)

Um filme com duas caras. A primeira, que dura aí até metade do enredo, é de comédia. Uma rapariga de “espírito livre” (Melanie Griffith) conhece por acaso um homem de negócios (Jeff Daniels), convencendo-o a mandar a rotina às malvas, meter-se num carro, fingirem que são casados e irem visitar os pais dela e depois à reunião de antigos alunos do liceu. E aí surge a cara policial, porque na dita reunião está o ex-marido dela (Ray Liotta), recém-saído da prisão. Demme rodou uma fita impecavelmente afinada, no tom e nas interpretações.

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‘O Silêncio dos Inocentes’ (1991)

Um dos maiores sucessos comerciais e de crítica do realizador, esta adaptação do livro de Thomas Harris é um dos poucos filmes a ter recebido os Óscares de Melhor Filme, Realizador, Actor e Actriz, estes para Anthony Hopkins no papel do aterrorizador e sofisticado serial killer Dr. Hannibal Lecter, e Jodie Foster no da agente do FBI Clarice Starling, o odd couple do enredo. Jonathan Demme assina aqui um dos melhores filmes de terror psicológico e “realista” das últimas décadas, que nenhuma das continuações conseguiu emular.

‘Filadélfia’ (1993)

Não é uma das fitas mais conseguidas do realizador, e datou bastante. Mas Filadélfia tem que ser referido quando se fala da obra de Jonathan Demme, dado tratar-se de um dos primeiros filmes de Hollywood a tratar com frontalidade os temas da SIDA, da homossexualidade e da retracção social perante estas. E fá-lo utilizando o modelo clássico do melodrama de “doença fatal”, só que desta vez pondo em cena dois homens (interpretados por Tom Hanks e Antonio Banderas) em vez de um homem e uma mulher. Também com Denzel Washington.

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‘Jimmy Carter: Man From Plains’ (2007)

A veia documentarista de Demme está bem representada neste trabalho, em que seguiu o ex-Presidente dos EUA Jimmy Carter na digressão de promoção do seu livro Palestine: Peace Not Apartheid. Carter foi um presidente desastroso e de um só mandato, mas surge aqui como um sensato e convicto defensor de uma solução corajosa para o problema palestiniano, não tendo medo de fazer frente a Israel. Jonathan Demme não esconde a sua simpatia por ele, mas dá também espaço no filme àqueles que não concordam com as suas propostas.

‘Ricki e os Flash’ (2015)

E eis a música a ter mais uma vez lugar de destaque num filme do realizador, o último que fez. Meryl Streep é Ricki, a cantora de um grupo de rock a cair para o artrítico que toca num bar californiano. E Ricki, cujo verdadeiro nome é Linda, tem que ir ter com o ex-marido (Kevin Kline) e a filha de ambos (Mamie Gummer, filha de Streep na vida real) a Indianápolis, para acudir a uma emergência famíliar. Apesar dos clichés, o papelão de Streep e o pormenor e o gosto com que Demme filma pessoas que tocam música e os que as ouvem, fazem a fita valer a pena.

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