
O melhor de John Le Carré no cinema e na televisão
Fomos seleccionar as mais conseguidas adaptações ao cinema e à televisão de obras do falecido mestre da literatura de espionagem.
Muitos foram os livros do falecido John Le Carré adaptados a filmes e a séries de televisão, desde os anos 60. Várias desses filmes e dessas séries de televisão não estão à altura das obras originais, e o próprio Le Carré manifestou-se várias vezes sobre elas, aplaudindo as que aprovava e atacando as que julgava serem falhadas. De entre este considerável acervo de versões para cinema e televisão de títulos escritos pelo mestre britânico da literatura de espionagem, seleccionámos e propomos aquelas que consideramos serem as melhores. Algumas delas estão, inclusivamente, disponíveis em streaming e no YouTube.
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O melhor de John Le Carré no cinema e na televisão
‘O Espião que Veio do Frio’, de Martin Ritt (1965)

Richard Burton é o principal intérprete deste que é o primeiro bom filme baseado numa obra de John Le Carré. Burton dá corpo a Alec Leamas, um agente inglês enviado para lá do Muro de Berlim com a missão de fingir que mudou de lado, mas que na verdade vai espalhar desinformação sobre um perigoso agente da RDA. A fita revela já o desencanto de Le Carré em relação à Guerra Fria e Burton é soberbo de expressão dramática no tristonho e amargurado Leamas.
(Disponível na Amazon Prime)
‘A Toupeira’, de John Irvin (1979) / ‘A Gente de Smiley’, de Simon Langton (1982)

Sir Alec Guinness é um inesquecível e definitivo George Smiley, de alguma forma o alter ego ficcional de John Le Carré, neste díptico televisivo com o selo da BBC, em cujos argumentos o escritor participou. Smiley, um espião veterano, é obrigado a sair da sua semi-reforma para descobrir que é o agente soviético infiltrado no MI6, e depois enfrentar “Karla”, o seu velho inimigo do lado comunista. O mundo da espionagem visto como um misto de floresta de enganos e jogo de espelhos, muito longe das representações espectaculares dos filmes de acção do género. Estas são duas das melhores adaptações dos livros de Le Carré ao pequeno e ao grande ecrã. (E esqueçam o desnecessário e falhado remake para cinema da primeira, de 2011, com Gary Oldman como Smiley.)
(Disponíveis no YouTube)
‘A Rapariga do Tambor’, de George Roy Hill (1984)

A escolha de Diane Keaton para o papel principal deste filme foi muito criticada à altura, mas a verdade é que ela se sai muito bem no papel de Charlie, a actriz e militante anti-sionista que acaba por ser recrutada pela Mossad israelita para se infiltrar num grupo palestiniano para o destruir e eliminar o seu líder, com o qual ela se envolve sentimentalmente. Um retrato das cruéis realidades, das decepções elaboradas e da brutalidade amoral da guerra secreta.
‘A Casa da Rússia’, de Fred Schepisi (1990)

Esta história de espionagem do início da perestroika e da glasnost tem, atipicamente para Le Carré, um romance no centro. Sean Connery é Barley Blair, um pequeno editor inglês que fica na posse, em Moscovo, de importantes documentos sobre o arsenal nuclear soviético, que lhe foram entregues por Katya Orlova (Michelle Pfeiffer), e é reenviado para a URSS pelos serviços secretos ingleses, para obter mais informações. E acaba por pôr o seu amor por Katya e a segurança dela acima de tudo.
(Disponível na Amazon Prime)
‘O Alfaiate do Panamá’, de John Boorman (2001)

‘O Homem Mais Procurado’, de Anton Corbijn (2014)

Acabada a Guerra Fria com o colapso do comunismo e o triunfo das democracias ocidentais, sucedeu-lhe a Guerra ao Terror, em cujo contexto se passa O Homem Mais Procurado. É um intenso, bem ritmado e atmosférico thriller de espionagem passado em Berlim, sobre um checheno muçulmano que entrou ilegalmente na Alemanha e é suspeito de ligações terroristas. O malogrado Philip Seymour Hoffman está excelente no líder dos agentes germânicos.
‘A Rapariga do Tambor’, de Park Chan-wook (2018)

O realizador sul-coreano de elaboradas fitas de acção e suspense como Oldboy – Velho Amigo, Vingança Planeada ou A Criada, conseguiu fazer uma versão televisiva de A Rapariga do Tambor tão densa e tão empolgante como o filme de George Roy Hill de 1984, contando ainda com uma extraordinária interpretação de Florence Pugh no papel de Charlie. Agora uma inglesa, tal como no livro e como deve ser, e não uma americana radicada em Inglaterra, como acontece na fita.
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