Há projectos que pareciam estar só à espera de acontecer. Palco das noites mais animadas de Lisboa, o Trumps não é só morada permanente dos hits de Britney Spears, mas também de uma comunidade de artistas que o frequentam e lá trabalham. Numa noite como tantas outras, Ary Zara, funcionário há 12 anos e hoje director criativo do Queer Art Lab, viu para além do óbvio: “A ficha caiu quando tivemos a banda do António Variações a tocar lá... Quer dizer, o António Variações esteve neste palco, cantores da Eurovisão estiveram neste palco e não estamos a puxar por isto como podemos. Eu e o Marco Mercier (sócio gerente) pensámos: está aqui um palco que as pessoas podem usar.” O primeiro projecto a arrancar pós-eureka foi a transformação da escadaria que leva às pistas pela artista Tamara Alves.
O mês Pride tem diferentes significados para diferentes pessoas e há mais do que uma razão por trás das demonstrações de Junho, das cores, das marchas, do barulho. É simultaneamente um protesto e uma celebração que, segundo a activista trans Marsha P. Johnson, só deveria resultar em orgulho no momento em que houvesse a libertação de todos. Ainda vai levar tempo até as bandeiras serem arrumadas. Até lá temos muito para celebrar, entre festas, marchas, exposições e arraiais. Desejamos a todos os homofóbicos um mês super-desconfortável.
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