A letra de “Let's Call the Whole Thing Off” dá conta de um romance que está a perder gás, devido a um crescendo de pequenas divergências entre os dois enamorados: “Sabe Deus como irá isto acabar/ Estou completamente desorientado/ Dir-se-ia que nós dois nunca seremos um/ Alguma coisa tem de ser feita”. Mas quando começa a enumeração dos desentendimentos, estes ficam-se pela pronúncia de algumas palavras (uma divergência que, claro, é intraduzível): “You say either and I say either/ You say neither and I say neither/ Either, either neither, neither/ [...] You like potato and I like potahto/ You like tomato and I like tomahto/ Potato, potahto, tomato, tomahto [...]”
A conclusão é que a vida assim é impossível, pelo que “o melhor é acabar com tudo” – mas, se isso acontecer, “teremos de separar-nos/ E se alguma vez nos separarmos, isso partirá o meu coração”. Haverá, pois, que pensar numa forma de reaproximação: “If you like pyjamas and I like pyjahmas,/ I'll wear pyjamas and give up pyjahmas”, pois “sabemos que precisamos um do outro/ E por isso é melhor acabar com isto/ O melhor é acabar com tudo”. E a conciliação estende-se a outras áreas: “You say Havana and I say Havahnah/ You eat banana and I eat banahnah/ Havana, Havahnah, banana, banahnah/ Let's call the whole thing off/ [...] If you say oysters and I say oysters/ I'll eat oysters and give up oysters”.
George & Ira Gershwin compuseram esta canção para o filme Shall We Dance, de 1937. A 9 de Julho de 1937, quando trabalhava nesta banda sonora, George Gershwin, que vinha a queixar-se há algum tempo de dores de cabeça e perda de coordenação motora, sofreu um colapso e foi levado para o hospital, onde lhe foi diagnosticado um tumor cerebral – faleceria dois dias depois.
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