A Time Out na sua caixa de entrada

Procurar
Natal Diferente
©DRO Natal, segundo Sufjan Stevens

Os melhores discos de Natal

Falta menos de uma semana para o Natal e já não aguenta ouvir a voz de Bing Crosby? Sugerimos-lhe 12 bons – aliás, excelentes – discos festivos para desenjoar.

Escrito por
Editores da Time Out Lisboa
Publicidade

O Coro de Santo Amaro de Oeiras e o Michael Bublé não têm lugar nesta lista de discos de Natal. Nem mesmo Bing Crosby, uma referência da quadra. Ainda assim, pode contar ouvir clássicos como “Silent Night” ou “Joy to the World”, pelas vozes e mãos de gente séria. Dos Beach Boys a Sufjan Stevens e The Vandals, passando por Phil Spector ou John Fahey, entre outros. Há música festiva para todos os gostos e situações. Estes são alguns dos melhores discos de Natal. Mais concretamente, os 12 melhores. Como os dias de Natal da canção.

Recomendado: Natal em Lisboa

Os melhores discos de Natal

‘A Christmas Gift for You from Phil Spector’, Vários (1962)

Duas coisas importantes aconteceram a 22 de Novembro de 1963: John F. Kennedy morreu e A Christmas Gift for You from Philles Records chegou às lojas. Produzido por Phil Spector e interpretado por Darlene Love, The Ronettes, The Crystals e Bob B. Soxx & The Blue Jeans, o álbum é um clássico natalício absoluto, um épico r&b em que populares canções de Natal compostas sobretudo entre as décadas de 30 e 50 são endeusadas pela produção de Spector.

‘Christmas Album’, The Beach Boys (1964)

São a banda de Verão por excelência – sol, praia, surf, boas vibrações – mas sempre houve um quê de natalício nas sinfonias dos Beach Boys, como a parafernália de sinos enterrados nas produções do grupo. As harmonias são celestiais, sem nada de ironia e sem soarem a um grupo de coristas de igreja. As vozes têm o calibre habitual dos Beach Boys, os arranjos nem tanto, mas é sempre uma boa oportunidade para penetrar no cérebro criativo de Brian Wilson através de caminhos menos habituais. E os verdadeiros tesouros são os originais, com visões espirituosas, desvirtuadas e tocantes do Natal.

Publicidade

‘A Charlie Brown Christmas’, Vince Guaraldi Trio (1965)

Reza a lenda que, mal ouviu Vince Guaraldi pela primeira vez, Lee Mendelson decidiu contactá-lo para fazer a música para um documentário sobre as tiras de banda desenhada de Peanuts e o seu criador, o genial Charles M. Schulz. Foi o início de uma longa e produtiva relação, que teve o seu auge na banda sonora do especial natalício A Charlie Brown Christmas. Entre originais, que nalguns casos se tornaram clássicos da época, e música tradicional natalícia, encontram-se aqui algumas das melhores canções de Natal de sempre. O segredo é a forma, por vezes tensa, como o Vince Guaraldi Trio cobre o espectro emocional da quadra, toda a sua melancolia e a jovialidade.

‘The New Possibility: John Fahey's Guitar Soli Christmas Album’, John Fahley (1968)

É difícil fazer um disco de Natal melhor. John Fahey empresta a sua guitarra a uma série de canções tradicionais, na sua maioria religiosas – “Auld Lang Syne” é uma das raras excepções –, e desata a fazer magia instrumental e acústica. Apesar de não ter o pathos e a inventividade dos melhores trabalhos do mestre Fahey, The New Possibility disputa um campeonato à parte dos restantes álbuns da quadra, com uma amplitude emocional raramente ouvida neste contexto.

Publicidade

‘Christmas Album’, The Jackson 5 (1970)

Um dos melhores álbuns de Natal de sempre pertence a uma família de Testemunhas de Jeová. Isto sim, é um milagre de Natal. Estávamos em 1970 quando The Jackson 5 modernizaram os clássicos natalícios mais batidos com o carimbo da Motown, em versões recheadas de soul e funk e de tudo mais que há de bom neste mundo. Além de standards, estão aqui originais que são algumas das mais festivas criações natalinas. Michael Jackson, aqui com 12 anos, é a estrela, mas os irmãos não ficam nada mal vistos.

‘A Motown Christmas’, Vários (1973)

É muito mais do que um disco de Natal: é uma amostra do melhor que a Motown deu ao mundo. O alinhamento é glorioso e funciona precisamente por serem reinterpretações com toda a sabedoria sónica da editora, sem vontade de seguir os cânones dos clássicos. Algumas versões são mesmo do melhor que já se fez – não há mesmo mais ninguém neste mundo que precise de cantar “Silver Bells”; a versão das Supremes é a definitiva.

Publicidade

‘Oi to the World!’, The Vandals (1996)

Os punks também sentem o Natal na pele. A melhor prova disso é este épico Oi to the World!, dos americanos The Vandals, punks gozões no activo desde os anos 80. Há músicas para todos os gostos, da valsa peniana e onanista "Christmas Time For My Penis" à deprimente e desolada "Hang Myself from the Tree" (o nome diz tudo), passando pelo hino street punk "Oi! To the World", que começa com skins racistas e cenas de porrada e acaba com um milagre natalício e uma bonita mensagem de unidade.

‘Christmas’, Low (1999)

Os Low nunca soaram tão pop como em “Just Like Christmas”, a primeira faixa do disco de Natal da banda de indie rock americana. É sol de pouca dura. Christmas é um registo fúnebre, que junta composições originais a clássicos da quadra como “Little Drummer Boy” ou “Silent Night” e a secular “Blue Christmas”. Algumas das faixas mais despudoradamente religiosas – como “If You Were Born Today (Song for Little Baby Jesus)” – podem afastar os ateus, mas vale a pena ouvi-las.

Publicidade

‘A Christmas Album’, Bright Eyes (2002)

Conor Oberst, o homem que durante anos se confundiu com Bright Eyes, tinha apenas 22 anos, mas mais parecia um tio bêbado a cantar neste disco natalino, lançado online em 2002 e finalmente prensado em vinil em 2009. E quem é que não gosta de ouvir um tio bêbado a cantar? São 11 canções em registo alt-country, na sua maioria cânticos religiosos – mas com um par de êxitos pop à mistura.

‘The Singing Saw at Christmastime’, Julian Koster (2008)

Não há muitos discos como The Singing Saw at Christmastime, o primeiro (e único) álbum a solo de Julian Koster, que tocou com os Neutral Milk Hotel e outras bandas da família Elephant 6. Um registo instrumental, tocado integralmente numa serra musical, que reduz os clássicos natalinos que toda a gente conhece a uma música minimalista e ondulante, que soa ao mesmo tempo melancólica e jubilatória. Como o próprio Natal.

Publicidade

‘Songs For Christmas’ (2006) & ‘Silver and Gold’ (2012), Sufjan Stevens

Sufjan Stevens é um cristão devoto e isso nota-se nas cantigas de Natal despidas de artifícios e com um charme artesanal que tem vindo a gravar desde 2001. Até ao momento foram editadas 100 canções, distribuídas por dez discos e reunidas nas caixas Songs For Christmas (2006) e Silver and Gold (2012). Apesar de se encontrarem várias canções seculares de matriz tradicional e êxitos pop no alinhamento, bem como um número considerável de inéditos, o repertório é sobretudo religioso. 

‘Christmas In Reno’, Cassie Ramone (2015)

O segundo álbum a solo de Cassie Ramone (Vivian Girls) é um disco de indie rock desnutrido e desconsolado, erguido sobre êxitos pop que se tornaram hinos pagãos de Natal. Oiça-se “A Wonderful Christmastime”, a trazer à tona a tristeza que o original de Paul McCartney escondia. Ou "Little Saint Nick", numa versão contida, sem a euforia do original de Brian Wilson. Uma maravilha.

Mais música para o Natal

A esperança, a hipocrisia, a boa vontade e a paródia em 25 canções de Natal
  • Música

Há canções que não se conseguem mesmo evitar no Natal. Outras que, quando surgiram, foram uma surpresa. Algumas são porventura uma paródia, uma provocação, vá lá, que é Natal. E as que são capazes de abalar um coração? Dessas, também há umas quantas. A esperança, porém, está presente em quase todas, assim como uma certa e determinada dose de hipocrisia. Afinal é Natal. Eis 25 canções para ouvir ao longo da quadra.

A humanidade não merecia isto, muito menos no Natal
  • Música
  • Pop

Chegou a época do consumismo desenfreado e das estrelas pop desesperadas. E haverá melhor maneira de festejar do que com uma quinzena de canções pura e simplesmente horríveis? É verdade que há grandes canções de Natal mas estes terrores musicais reunidos pela Time Out são um reflexo muito mais honesto do que nos espera durante o resto desta quadra.

Recomendado
    Também poderá gostar
    Também poderá gostar
    Publicidade