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Nerv: neste morning bar, o matcha manda tanto quanto o café

O novo espaço da Lapa tem os clássicos espresso e cappuccino, mas também opções frescas para o Verão. Nos primeiros 40 dias do negócio, em que não parou para folgar, Carlos Reis percebeu que o chá verde japonês seria a estrela das bebidas quentes e frias.

Escrito por
Andreia Costa
Nerv
RITACHANTRE
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A decisão de filmar a evolução das obras no pequeno espaço do número 47 da Rua da Lapa, em Lisboa, e de publicar os vídeos nas redes sociais valeu a Carlos Reis mais 20 mil seguidores na página pessoal de Instagram (@carlosreisxx). Por isso, quando o Nerv abriu portas em Março de 2025, a expectativa já era muita – e os clientes também. 

Neste morning bar, a carta é composta pelos clássicos Americano (3€), Cappuccino (4,50€) ou Flat White (4€), todos feitos com café de especialidade; e por bebidas frias, como Iced Coffee (3,20€), Iced Latte (4€) ou Iced Salted Caramel Latte (4,20€). Além disso, há bebidas sem cafeína (chá, 2,50€, ou chocolate quente, 4,50€), opções com álcool (Espresso Martini, 9,50€, e Ūmmi Hard Kombucha, 5€) e matcha (chá verde japonês), a rainha de todas as bebidas. “Foi uma surpresa para mim, mas mudei logo o menu duas ou três semanas depois de abrir para ter mais variedade. Hoje em dia, vendo tanto matcha como café”, explica o proprietário.

O Coconut Matcha Cloud (6€) é, garante Carlos, “o matcha do Verão”. Além de matcha, leva água de coco e uma nuvem de espuma de leite de aveia. Nas bebidas frescas há ainda espaço para o Matcha Tonic (5€), com matcha, água tónica e uma rodela de laranja, e para o Lemon Americano (4,50€), com sumo de limão, dois shots de café e água.

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Carlos Reis fez o curso de barista no Brasil e instalou-se em Lisboa há sete anos. Trabalhou em várias cafetarias e há cerca de um ano começou a sonhar com um projeto só dele. “Vivo aqui na Lapa, amo este bairro, mas tinha muito medo de abrir um negócio meu e por isso tive a ideia de ter um café onde só eu trabalho, consigo fazer tudo sem ajuda, mais ou menos como o conceito One Barista Coffee Shop”, conta.

Nos primeiros 40 dias do Nerv, não teve uma única folga porque quis perceber quais seriam os dias e horários que fariam mais sentido para o negócio. Rapidamente percebeu que os clientes são sobretudo matinais e consumidores de take-away – e por isso decidiu passar a fechar as portas às 15.30 (15.00 nos fins-de-semana).

O nome Nerv é a versão abreviada de “nervous” (nervoso, em inglês). “Escolhi essa palavra porque é o estado em que ficamos quando bebemos muito café – ou então quando estamos privados de café. E, na verdade, também por eu ser um pouco ansioso.” Isso reflete-se no dia a dia quando a afluência é maior. “Às vezes fico um pouco nervoso por ver as pessoas na fila, mas respiro fundo e levo o meu tempo porque também sei que, por um produto de qualidade, elas esperam.”

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O café que se consome aqui vem de Minas Gerais, Brasil, de onde é originária a família de Carlos, que também é produtora de café. “Escolhi ter um café de especialidade, grãos selecionados com um controlo de qualidade diferenciado, porque as pessoas percebem cada vez mais a diferença e valorizam.” Importar a produção da família seria, para já, um processo complexo e dispendioso, por isso Carlos compra o seu produto à Olisipo. “É uma torrefatora de café de Alcântara muito pequena, mas que me permite também apoiar o negócio local.”

Carlos Reis sente que este espaço estava guardado para ele. Todos os dias passava à porta, quando trabalhava noutra cafetaria, e reparava nele. “Era um escritório fechado, não dava para perceber como era o interior, mas um dia vi a placa de arrendamento e telefonei para vir ver. Sabia que quando encontrasse o espaço, teria de me lançar, e foi este. Não precisei de ver mais nenhum.” Colocou um piso novo e construiu os móveis juntamente com o namorado. O balcão está revestido com placas de alumínio, assim como os bancos corridos que ocupam paredes opostas. Há quatro mesas redondas e mais quatro bancos.

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O azul, o branco e o metálico são os tons que dominam o espaço. As chávenas são clássicas: brancas, com uma risquinha azul. “Estas são da Costa Verde, mas no Brasil temos iguais. É engraçado porque, nos meus vídeos, muitas pessoas comentavam que tinham cara de hospital. E era isso mesmo que pretendia, uma onda de cantina. Combinam com o alumínio, acho bonito. Os tabuleiros da comida também são metálicos.”

Apesar de o foco serem as bebidas – sempre com as alternativas de leite de aveia ou de coco para substituir o leite com lactose –, há duas opções de comida: uma bolacha de Nutella (3€), receita de Carlos, e um bolo que vai variando todos os dias (3,70€ a fatia). Vem da Motsi e pode ser de laranja, limão ou banana bread.

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Nas paredes estão três ilustrações, feitas por amigos, que podem ser compradas por 30€ cada. À porta, uma taça com água convida os animais a pararem por ali. Carlos sempre quis ter um espaço pet friendly e a proximidade com os clientes é algo que gosta e quer preservar. “Uma das coisas de que mais gosto desde que trabalho é a questão do atendimento. Eu gosto muito de café, mas gosto ainda mais de conversar. Então, queria criar um ambiente onde as pessoas se sentissem bem, se sentassem para conversar comigo, tirassem uma foto, etc.”

Aos 30 anos, Carlos Reis sente que está exactamente onde quer e não sonha com espaços novos ou maiores. “Não consigo imaginar um Nerv sem o Carlos aqui dentro. Estou todos os dias aqui e noto que as pessoas vêm, não só pelo café, mas porque sou eu a atender. É uma conexão que não se paga.”

Rua da Lapa, 47. Ter-Sex 08.30-15.30, Sáb-Dom 10.00-15.00

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