Uvas tintas
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Rosé é bebida de mulher? Cinco mitos sobre o vinho

Há relação entre o fundo da garrafa e a qualidade do vinho? O vinho verde não leva uvas maduras? Saiba as respostas a estes e outros mitos sobre o vinho.

Liana Saldanha
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Se a mentira tem perna curta, as que se contam sobre os vinhos parecem ter pernas um pouco mais longas e resistentes. Há mentiras que se repetem tanto ao longo do tempo que acabam legitimadas. É uma pena. A disseminação dessas ideias falsas pode tornar a experiência de beber vinho bem menos divertida e prazerosa. Até agora. Chegou a hora de desvendar alguns dos mitos sobre vinho. Sabia que o vinho verde é feito com uvas maduras e que o vinho branco também pode ser feito com castas tintas?

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Cinco mitos e verdades sobre o vinho

Mito n.º1: Rosé é bebida de mulher

Este é bem antigo e preconceituoso. Alguém que sugira um vinho com base no género da pessoa merecia ser proibido de beber vinho para sempre. Um rosé bem feito é um excelente acompanhamento para muitos tipos de comida, do marisco ao bitoque, e é ideal para quem aprecia um bom vinho, seja mulher, homem ou não-binário. A minha indicação é o Página Pinot Noir Rosé 2022 (14,95€), um vinho DOC Óbidos com certificado de produção integrada. Está super equilibrado, gastronómico, com aromas de frutos vermelhos, mineral e com textura cremosa.

Mito n.º2: Vinho verde é produzido com uvas verdes (não maduras)

O vinho verde não é um tipo de vinho, não está associado ao grau de maturação das uvas, nem à cor do mesmo. Chama-se assim por ser produzido na Região dos Vinhos Verdes, no Norte de Portugal. Há vinho verde tinto, branco ou rosé e podem ser encontrados no mercado os estilos fortificados, espumantes, colheitas tardias e vinhos tranquilos. Um excelente exemplo de vinho verde – produzido, obviamente, com uvas maduras e de qualidade é o Aphros Vinhão Tinto 2021 (12,50€). Um vinho com acidez que refresca, fácil de beber, taninos macios, aromas de frutas vermelhas e ervas aromáticas.

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Mito n.º3: Quanto maior o fundo da garrafa, melhor o vinho

Historicamente, era muito importante que as garrafas de vinho tivessem o fundo da garrafa profundo por questões como a estabilidade e a integridade da garrafa, principalmente no caso dos espumantes. Com os avanços tecnológicos isto mudou e hoje em dia existem vinhos de qualidade excepcional com o fundo da garrafa plano. Um excelente exemplo é o vinho Casa Cadaval Riesling 2016 (14,85€). Um dos melhores rieslings produzidos em Portugal que já provei. Acidez refrescante, com aromas de fruta de caroço e petróleo, típico aroma de rieslings de clima mais quente.

Mito n.º4: Vinho branco só pode ser produzido com uvas brancas

Ainda bem que esta é uma inverdade, pois o que existe de vinhos brancos excelentes produzidos com castas tintas não é brincadeira. Basicamente, o que dá cor ao vinho é o contacto com a casca (pele) das uvas durante, principalmente, a fermentação. Se não existe esta maceração, o líquido que é escoado é branco/transparente. O vinho Ervideira Invisível Branco 2022 (12,95€) é produzido com a casta tinta Aragonez (tempranillo em Espanha). Refrescante, com aromas de flor branca, frutas tropicais como manga e maracujá.

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Mito n.º5: Vinho tinto é para ser bebido apenas à temperatura ambiente

Primeiramente, a temperatura ambiente é algo bastante subjetivo. A importante instituição de ensino WSET (Wine & Spirit Education Trust) defende que vinho tinto encorpado deve ser servido à temperatura ambiente, que se entende ser entre 15º e 18º. Já os tintos mais leves, é sugerido servir entre 13º e 15º. Dica: coloque o vinho no frigorífico cerca de 25 minutos antes de servir. Se tiver muito frio, é só esperar o vinho aquecer no copo. Aproveite para analisar como os aromas vão ficando mais evidentes enquanto esquenta. Um vinho tinto leve, fresco e fácil de beber é o Niepoort, Drink Me Nat Cool 2021, 1L (9,50€). Apresenta aromas de rosa, morango e especiarias.

Mais sobre vinhos

 

Quer envelhecer vinho em casa? Guarde os vinhos deitados em um local fresco, de preferência uma cave – com temperatura constante, longe da luz do sol, livre de cheiros e trepidações. 

Os vinhos naturais e biológicos não são uma moda passageira. São diferentes, e o método de produção é, aliás, bem antigo. Começamos por lhe explicar as diferenças entre vinificação natural, biológica e biodinâmica e dizemos-lhe onde pode ir tirar as teimas e provar este tipo de vinhos em Lisboa. Bons brindes.

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