A Time Out na sua caixa de entrada

Procurar
Ricardo J. Vaz

As melhores peças de teatro de 2018

Variado e desafiante, o teatro mostrou a sua raça em tempos de dificuldades. Traçamos-lhe um roteiro pelas melhores cenas do ano.

Escrito por
Rui Monteiro
Publicidade

Todas as semanas fazemos questão de lhe mostrar que o teatro continua vivo e bem vivo em Lisboa com sugestões de peças para ver. Mesmo com a falta de apoios e com muitas estruturas a lutare por se manterem de pé, a qualidade do teatro não tem sido afectada e isso é de louvar. 2018 foi um bom ano para as artes de palco – até nos meses mais parados, Lisboa manteve um cartaz preenchido de peças de teatro para todos os gostos. Algumas, graças aos estranhos caminhos da programação e não ao desprezo do público, estiveram tão pouco tempo em cena que foi preciso correr para ver, que isto nunca se sabe se e quando são repostas. Contas feitas, estas foram as melhores peças de teatro de 2018.

Recomendado: As peças de teatro em Lisboa a não perder

As melhores peças de teatro de 2018

A Boa Alma de Sé-Chuão
(c).RuiCarlosMateus.1954

A Boa Alma de Sé-Chuão

De Bertolt Brecht, Encenação de Peter Kleinert

É possível ser-se bom num mundo cruel? O autor não deu resposta, e, na montagem de Peter Kleinert, esta é ambígua e a conclusão ardilosamente deixada aos espectadores desta peça encenada como um espectáculo musical.

Colónia Penal

Colónia Penal

De Jean Genet, Encenação de António Pires

A direcção de António Pires cria um universo homoerótico dominado pelo desejo e pela ausência de esperança tão significantes na obra do escritor francês, numa assombrada construção dramática de um universo concentracionário e claustrofóbico cercado pela luz excessiva do deserto e dominado pela arbitrariedade.

Publicidade
Credores
©DR

Credores

De August Strindberg, Encenação De Paulo Pinto

A madura e persistente racionalidade da peça torna esta obra relevante, a bem dizer quase um clássico, que Paulo Pinto encena com serenidade, ao mesmo tempo muito bem assumindo o papel do manipulador Gustavo, partindo do mote: afinal, de que falamos quando falamos de amor?

Filhos do Retorno

Filhos do Retorno

Autoria E Encenação, De Joana Craveiro

Para chegar a mais um capítulo dedicado à importância do passado histórico português, Joana Craveiro recorre ao conceito de pós- -memória para abordar a descolonização através de uma peça que flui coerentemente, ao mesmo tempo consciente das mentiras e mitos a que a memória recorre para esconder o racismo e a exploração e a violência.

Publicidade
Hamlet

Hamlet

De William Shakespeare, Encenação De Companhia Do Chapitô

Com três corpos e uma mão-cheia de gravatas, a Companhia do Chapitô atira-se mais uma vez aos clássicos com uma dramaturgia que não deixa pedra sobre pedra deste monumento teatral, com o bónus do efeito secundário do riso compulsivo.

Imperatore

Imperatore

Autoria E Encenação De Pedro Sousa Loureiro

Entre o circo e o gabinete de horrores, os Pato Bravo observam esta era através dos seus pormenores. Parece uma festa. Mas também pode ser a última ceia… Houvesse um profeta – não apenas um mal-estar e uma vontade de acção.

Publicidade
Mártir
(c).RuiCarlosMateus.1954

Mártir

De Marius Von Mayenburg, Encenação De Rodrigo Francisco

Vivemos tempos assaz complexos que o texto torna em subtil e ardiloso drama, pois, conhecidas as consequências, procura as causas da radicalização política e religiosa. O que foi muito bem compreendido pela encenação, que montou o espectáculo como um caleidoscópio social avariado pela intolerância e o sectarismo.

O Mundo É Redondo
D.R.

O Mundo É Redondo

De Gertrude Stein, Encenação De António Pires

António Pires regressa a esta lista por mor da sua especial relação com o trabalho de Gertrude Stein, desta vez montando um espectáculo luminoso e poético a partir de um livro infantil da autora.

Publicidade
The Swimming Pool Party
©Estelle Valente

The Swimming Pool Party

De Ricardo Neves-neves, Encenação De Mónica Garnel

Tratado sobre o lado burlesco da aristocracia, a propósito de um crime e de uma senhora com um segredo cabeludo, dirigido como uma ilustração grotescamente lustrosa, esta peça é, com todos os seus condimentos, uma real pândega.

Sweet Home Europa
©Filipe Ferreira

Sweet Home Europa

De Davide Carnevali, Encenação De João Pedro Mamede

Em cada história desta peça, o encenador, ilustrando a visão do dramaturgo italiano, mostra uma União Europeia nas lonas, aguentando a custo as pontas de um ideal resvalando entre a ganância e a xenofobia, como uma fábula onde o amor surge como acção política.

O melhor de 2018

  • Filmes

Sem surpresa, o ano de 2018 foi profícuo na televisão. São cada vez mais os nomes grandes de Hollywood, entre actores e realizadores, a aventurarem-se no pequeno ecrã (ou nos vários ecrãs). Uma consequência do crescente investimento dos canais nas suas produções. Em 2018 estrearam-se séries como há muito não acontecia e estas dez foram as melhores que vimos e até Portugal parece ter finalmente acordado para esta realidade. Sara não passou despercebida e ainda bem. Esperamos que seja apenas o início de uma era dourada também para a ficção nacional.  

  • Filmes

É bom fazer balanços. Olhar para trás e pensar no melhor e no pior seja do que for. Neste caso, do que vimos no cinema. Houve filmes maus, assim-assim, bons e muitos bons. E, entre estes últimos, destacaram-se estes dez, de diferentes géneros e proveniências. Dos melhores filmes de 2018, metade são americanos – de 15.17 Destino Paris, de Clint Eastwood, a Fahrenheit 11/9, de Michael Moore, passando por Linha Fantasma, de Paul Thomas Anderson – e o resto veio da Europa – como Guerra Fria, de Pawel Pawlikowski, ou Frantz, de François Ozon – e da Ásia – por exemplo, O Lamento, de Nia Hong-jin. 

Publicidade
  • Atracções
  • Espaços públicos

No caminho para se tornar Capital Verde da Europa em 2020, Lisboa apostou no último ano na mobilidade sustentável e além da concorrida rede Gira, já existem quatro operadoras de trotinetas para partilhar na cidade. Mas houve um regresso muito especial, eléctrico e que serve bem os lisboetas: a carreira do 24 regressou este ano, entre o Camões e Campolide. E foi ao longo de 2018 que fomos dando conta dos novos espaços verdes da cidade e arredores, uma lufada de ar fresco numa cidade cada vez mais movimentada. Pelo caminho apanhámos uma Lisboa mais arranjadinha e com mais alguma mobilidade. 

Recomendado
    Também poderá gostar
    Também poderá gostar
    Publicidade