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Woyzeck
© Pedro SoaresHugo Franco em Woyzeck, de George Büchner, com encenação de João Mota

As peças de teatro (e não só) que tem de ver nos próximos meses

A agenda de artes performativas em Lisboa está cheia de bons motivos para fazer do palco a sua segunda casa nos próximos tempos.

Raquel Dias da Silva
Joana Moreira
Escrito por
Raquel Dias da Silva
e
Joana Moreira
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Não tenha dúvidas: a agenda da cidade está cheia de peças apetecíveis que surgem tanto pela mão de companhias já com provas dadas como à boleia de novos talentos. Para não ficar perdido no meio de tanta oferta, fomos à procura das peças de teatro e de muitos outros espectáculos performativos, desde dança a comédia, que não deve mesmo perder nos próximos meses em Lisboa. Alguns ficam apenas alguns dias em cena, outros esgotam num ápice. O que fazer? Apontar na agenda, comprar o bilhete e garantir o lugar. 

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As peças de teatro (e não só) que tem de ver nos próximos meses

  • Teatro
  • Avenida da Liberdade

Há muito que Salvador Martinha diverte os seus seguidores no Instagram com as aventuras de Plim, a directora de uma agência de influenciadores, que, ao telefone com Van, uma das agenciadas, satiriza o universo da criação de conteúdos digitais. Agora, o humorista, guionista e cronista da Time Out Lisboa leva a personagem ao palco na peça PLIM— Passa Lá na Agência.

  • Comédia

Luís Franco-Bastos escolheu o seu segundo nome, Diogo, utilizado pela família para o distinguir do pai, Luís, e do irmão, Luís Miguel, para entitular o projecto que marca o seu regresso aos palcos. Em cena no Coliseu dos Recreios, é o primeiro espectáculo focado na sua vida pessoal e familiar e que afasta o humorista do registo em que se celebrizou: as imitações. 

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  • Teatro
  • Estrela/Lapa/Santos

Em cena na nova House of Neverless, o espectáculo imersivo A Morte do Corvo leva-nos até ao ano de 1924. Fernando Pessoa está vivo e recomenda-se. Quem também anda por aí – ainda que, na realidade, tenha morrido 75 anos antes, em 1849 – é Edgar Allan Poe. Nesta versão ficcional, o norte-americano tem de tal maneira ciúmes do poeta português que imagina a sua morte. É essa a trama principal, mas haverá vários acontecimentos secundários a decorrer em simultâneo, como as aventuras de Mário de Sá-Carneiro. Com um loop pelo meio, o espectáculo dura cerca de duas horas e os visitantes têm livre arbítrio para seguirem as personagens que quiserem ou para as ignorarem completamente e concentrarem-se antes na exploração dos cenários, projectados por Rui Francisco e decorados por Susana Fonseca.

  • Teatro
  • Sintra

Cem madrugadas, um bar, muita bebida e um palco onde a magia acontece. Duas casas, duas famílias disfuncionais e o desejo de alcançar o melhor de si. Quando tudo parece estar no caminho certo, a força de vontade das personagens é posta à prova e testam-se os limites do sonho. É essa a premissa deste musical, num misto de romance e comédia, para todas as idades. Em cena no Auditório Municipal António Silva, conta com Miriam Gomes, Filipe Cubal, Sofia Carvalho, Lucas Eggert, Mariana Miranda, Matilde Marques, Madalena Carvalho, Daniela Garcia e Ney na interpretação.

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  • Teatro
  • Avenida da Liberdade/Príncipe Real

Na penumbra de Untitled (Holding Horizon), cinco corpos dançam em movimentos sincronizados numa negociação entre o desejo pessoal e o coletivo. Numa coreografia de gestos sensuais e alheados, mediados pelo box step (passo básico das danças sociais), o sentimento de prazer e de aliança emerge e coexiste com a sensação de desorientação, limite e perda. Com coreografia de Alex Baczyński-Jenkins, a interpretação fica a cargo de Aaa Biczysko, Ewa Dziarnowska, Rafał Pierzyński, Ronald Berger e Sigrid Stigsdatter.

  • Teatro
  • Bairro Alto

Este espectáculo de teatro também é um concerto de rock, e compromete-se a desequilibrar o emblemático texto de Jean Cocteau, um monólogo em que uma mulher fala ao telefone com o seu amante, que nunca ouvimos. No dia seguinte, ele irá casar-se com outra mulher. A chamada cai algumas vezes e a conversa é interrompida nos momentos de maior vertigem. No que é uma aparente banalidade doméstica, testemunhamos um verdadeiro “mise en abîme” desta mulher abandonada pelo seu companheiro.

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  • Teatro
  • Campolide

O segundo espectáculo da mais recente criação de Rita Calçada Bastos – uma trilogia que teve início com Se Eu Fosse Nina e termina com À Procura de Chaplin – evoca a vida e obra da escritora brasileira Clarice Lispector. Com interpretação de Clara Maciel, Eu Sou Clarice está em cena no Teatro Aberto e desafia os espectadores a reflectir sobre as fronteiras entre a biografia e a obra do biografado, bem como sobre o ser humano como objecto de inquietação.

  • Teatro
  • Marvila

Um homem que sonha ser escritor é obrigado a trabalhar numa fábrica de sapatos para sustentar a sua mãe e irmã, refugiando-se no álcool, no cinema e na literatura. O Teatro Meridional regressa a Tennessee Williams para levar a palco um texto assombrado por temas como o abandono e a esperança num futuro melhor. A encenação é de Natália Luiza e as interpretações de Ana Catarina Afonso, Carolina Cunha e Costa, Diogo Martins e Rodrigo Tomás.

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  • Teatro
  • Princípe Real

No novo espectáculo dos Artistas Unidos, em cena no Teatro da Politécnica, José Raposo encarna um homem no fim dos seus dias. É um pintor a fazer contas à vida, a reflectir sobre a sua existência. O solo, escrito por Jon Fosse e traduzido por Pedro Porto Fernandes, é encenado por António Simão.

  • Teatro
  • Avenida da Liberdade/Príncipe Real

Partindo do interesse pelo ato de chorar e da experiência de regressar à América rural para os funerais consecutivos dos seus avós, Greg Wohead serve-se de tropos televisivos, brinca com a verdade e encara com imprudência as suas memórias. É possível voltar a casa? Quem somos quando lá chegamos? O que é que nos faz, desfaz e sustém quando a vida fica cada vez mais absurda? As respostas a estas perguntas desenrolam-se por entre luzes ofuscantes, escuridão total, episódios rocambolescos, experiências fora do corpo e nós na garganta.

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  • Teatro
  • Chiado

Num quarto de hotel um homem de 40 anos e uma mulher de 20 conversam quando são subitamente interrompidos. Ele é um jornalista alcoólico, racista, misógino e homofóbico. Ela é uma rapariga burguesa inocente. A peça da dramaturga inglesa Sarah Kane, aqui encenada por João Telmo, estreou-se no ano passado no Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica, no Porto, e chega agora a Lisboa, ao Teatro da Trindade.

  • Teatro
  • Bairro Alto

Da autoria do aclamado dramaturgo australiano Andrew Bovell, Things I Know To Be True traz-nos uma exploração complexa e intensa das dinâmicas familiares – e matrimoniais – pelo olhar de quatro irmãos e irmãs que procuram encontrar-se a si mesmos para lá do amor e das expectativas dos seus pais. O encenador António Carlos Andrade usa uma mistura de devising, coreografia teatro físico e uma abordagem naturalista.

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  • Dança
  • Avenidas Novas

A coreógrafa brasileira Lia Rodrigues está de volta aos palcos portugueses. Mostra a segunda parte de um díptico sobre a violência e a beleza. Depois de Fúria (2018), eis Encantado (2021), uma palavra que no Brasil “refere-se também às entidades que pertencem a modos de perceção de mundo afro-ameríndios”, revela a nota do espectáculo. “Os “encantados” transitam entre céu e terra, nas selvas, nas pedras, em águas doces e salgadas, nas plantas, transformando a natureza num local sagrado.”

  • Teatro
  • Campolide

Büchner tinha 22 anos quando começou a escrever – a para sempre inacabada – Woyzeck. Ao longo de várias cenas curtas e descontínuas, dá-nos conta da história do soldado Franz Woyzeck. Órfão de pai e mãe, o antigo ajudante numa fábrica de perucas alista-se no exército para escapar à fome. Mas não ter o que comer é o menor dos seus males: desde infidelidades a abusos morais, Woyzeck continua a sofrer todo o tipo de agruras, que culminam não só na sua loucura como no assassínio da sua mulher. “Além de achar maravilhoso pelo seu nonsense e surrealismo, este texto é de uma actualidade…”, diz-nos o encenador João Mota, que leva Woyzeck a cena de 30 de Março a 7 de Maio, na Comuna – Teatro de Pesquisa.

Mais artes dentro e fora de portas

  • Arte

A agenda cultural em Lisboa não dá sinais de abrandar. E, com tantas galerias e museus, é quase impossível não ter o que ver. Nos próximos tempos, há uma série de exposições que merecem o seu olhar atento. Da pintura e da cerâmica à fotografia e às instalações, passando pela azulejaria, tome nota destas exposições em Lisboa a não perder.

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