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Torel Avantgarde
© João SaramagoO chef Rui Martins, d'A Brasileira é o próximo convidado do Digby

Torel Avantgarde: o Porto mais à frente

Com a cidade do Porto à frente e o rio Douro aos pés, fomos conhecer o Torel Avantgarde, um novo cinco estrelas onde a arte dita as regras.

Escrito por
Mariana Correia de Barros
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Esclarecimento inicial: o título tem um duplo sentido. E isso aprende-se logo nos primeiros cinco minutos em que se entra neste novo boutique hotel no centro do Porto. Primeiro, há o letreiro néon em exposição na recepção, qual definição de dicionário, onde se lê “AvantGarde (...) All things considered to be ultramodern, advanced or ahead of its time”, olha-se à volta e há peças brutais por todo o lado; segundo com o check-in, que é feito na varanda do restaurante do hotel, com uma belíssima vista para o casario do Porto e o Douro ao fundo. Sim, pode sacar da máquina e começar a disparar.

Torel Avantgarde

© Carlos Vieira

Felizmente, a memória de um dispositivo fotográfico hoje dá para muito. Porque há vários detalhes do Torel Avantgarde que vai querer guardar para sempre. E não é só na cabeça. “O nosso conceito é arte”, explica Francisco Lorite, o director-geral do hotel. Os 47 quartos espalhados pelos três pisos deste edifício do final dos anos 40, todos com número e nome de um artista – de Lucian Freud a Coco Chanel – “são diferentes entre si, em cores, mobília, decoração e exposição”. E em cada um deles há um apontamento relacionado com a personalidade, cujo nome está cravado na imponente porta encarnada de acesso ao quarto. Ou seja, é possível dormir 47 vezes aqui e ter sempre experiências diferentes. “Mais tarde, a ideia será vender o quarto do Andy Warhol ou do Almada Negreiros.” Em Dezembro, virá o site onde vão vender todas as peças do hotel. 

Futuro. É que apesar da maturidade do projecto, do grupo Torel Boutiques (Torel Palace em Lisboa e Torel Cliff em Óbidos), as portas só se abriram em Setembro. Tanto para hóspedes que se queiram instalar num dos 27 quartos e 20 suítes (37 com vista rasgada sobre o rio e outras 13 com um terraço), como para hóspedes e clientes que queiram aproveitar o Balsamae Spa ou conhecer o Digby, o restaurante e bar do hotel.

© João Saramago

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Feito com a consultoria do chef Miguel Carvalho, da Casa da Comida, em Lisboa, aqui apresentam comida de base portuguesa, com toques contemporâneos. A provar? A perdiz de escabeche de entrada e o filete de robalo com brulée de açafrão de prato principal. Há ainda um menu executivo aos almoços (19,50€) e um brunch-buffet ao fim-de-semana (30€). A sala do restaurante é também a dos pequenos-almoços, dignos de um cinco estrelas, com várias ofertas de pães, queijos, frutas e sumos, além de outros pratos quentes, pedidos à la carte.

Porque nada foi deixado ao acaso, o nome Digby é uma homenagem a Sir Kenelm Digby, criador da garrafa de vinho verde translúcida (em 1630), que faz parte de vários elementos de decoração, das paredes do bar aos centros de mesa do restaurante. A decoração do hotel ficou a cargo de duas equipas de designers portuguesas e há quatro artistas com trabalhos expostos: “Paulo Neves em tudo o que são madeiras, Jorge Curval nos quadros e esculturas, Frederico Draw nas pinturas das paredes e Daniel Eime num graffiti.” 

  • Viagens

No jardim, há uma pequena piscina com vista para o Douro, várias espreguiçadeiras e um jacuzzi exterior, acessível através do spa – pode sonhar à vontade com uma massagem relaxante, adelgaçante ou desportiva, que aqui há de tudo.

E ainda há mais: uma sala para leitura, descanso ou levar o computador, forrada a flores, com duas paredes onde não se vê uma nesga sem pétalas e uma instalação no tecto, com várias flores penduradas em estilo estalactite. Não dissemos que o hotel era um poço de fotogenia?

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Como chegar
A1 em direcção ao Porto e na hora de escolher a travessia do Douro é seguir pela Ponte da Arrábida

Preços
Quartos duplos a partir de 190€ sem pequeno- -almoço e 210€ com pequeno-almoço

GPS

Para comer

O Gigby, restaurante do hotel, tem oferta para todo o dia. Mas também é compreensível que, aproveitando a boa localização do hotel, queira experimentar outros espaços ali à volta. O Panca – Cevicheria e Pisco Bar (Rua Sá de Noronha 61, 22 203 3144) tem um nome que vai directo ao assunto, uma carta pequena onde entram o cevichón de salmão (9,50€), as empanadas de chili com carne (7€) ou o pica-pau peruano (8,50€) e um ambiente com música sul-americana, estilo banda sonora do Narcos. Para uma refeição num dos templos da boa cozinha tradicional, suba a Rua da Alegria e sente-se à mesa da Casa Nanda (Rua da Alegria, 394. 22 537 0575), onde a canja (2€), os filetes de pescada com arroz de feijão (14€ por  meia dose) e o costeletão de boi na brasa (14€ por meia dose) são de comer e chorar por mais. Se procura algo na onda mais cool, vá ao Brick Clérigos (Rua Campo dos Mártires da Pátria, 103. 22 232 4735) e peça uma das tostas ou saladas.  

Para fazer

Se adia há anos a subida à Torre dos Clérigos, a visita à Casa, Parque e Museu de Serralves e o passeio pelas ruas da Ribeira, é tempo de se redimir. Serralves está neste momento com a exposição Jorge Pinheiro: D’après Fibonacci e as coisas lá fora. Passeie pela Ponte D. Luiz I e visite as Caves do Vinho do Porto (as Ferreira são uma boa aposta). Passe também pela Galeria da Biodiversidade, na Casa Andresen, no Jardim Botânico, e veja a recém-chegada Photo Ark, uma exposição da National Geographic.

Planos de fuga

The Pr1me Energize: um hotel com boa energia
  • Viagens

Corre-se tanto no dia a dia e ainda há quem queira que se corra nas férias? À partida não parece o programa ideal para aqueles dias longe do trabalho, mas o que dizer quando se chega ao The Pr1me Energize, em Monte Gordo, no Algarve, que equipou o ginásio com as melhores máquinas do mercado e programou corridas e caminhadas por trilhos que se estendem paralelamente ao mar? Não há volta a dar: calçam-se as sapatilhas, veste-se a melhor roupa antitranspirante e ouve-se o “Eye of the Tiger” em repeat nos headphones.

Escapadinha: A Place at Evoramonte
  • Hotéis

Muito alto, muito louro, muito pouco preocupado com o facto de estar a vestir um kilt escocês no calor do Alentejo. “Roubei-o à família da minha mulher, esta é a cor e o padrão do apelido da família dela e eles não se importam que o use”, diz Mitch Webber, uma das metades do A Place at Evoramonte, um novo alojamento local que surgiu na planície alentejana em Novembro de 2017.

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Escapadinhas: na Herdade do Vau, rir é o melhor remédio
  • Hotéis

Herdade do Vau – assim se deveria chamar o vinho que Miguel de Sousa Otto começou a produzir em 2007. Mas na hora de o registar, já havia outro Vau e foi preciso pensar num nome diferente. Juntaram-se os amigos à volta de uma mesa e o que era suposto ser um brainstorming, transformou-se num jantar divertido, com muitos brindes e gargalhadas à mistura. Perante o cenário, Miguel sugeriu: “Porque não RISO?” Todos riram, todos assentiram, RISO ficou.

Hotel dos Templários: (palavras) cruzadas à beira da piscina
  • Viagens

Não se trata do templo de Salomão, erguido em Jerusalém pelo rei que lhe deu o nome (e mais tarde destruído pelo polissílabo mais divertido que tivemos de decorar nas aulas de História, Nabucodonosor II), mas os antigos cavaleiros da Ordem de Cristo certamente que o iriam defender.

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Oh La La Maison: uma casa de família em São Miguel
  • Hotéis

O que têm em comum a Rainha de Copas da Alice no País das Maravilhas, a famosa casa dos youtubers (ou será antiga casa dos youtubers?) e a Bauhaus (o estilo arquitectónico, não a banda)? Aparentemente nada, sobretudo quando cada um pertence a um século diferente. Mas chegados à La Maison, um alojamento local em Ponta Delgada, todas essas referências surgem de uma assentada.  

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