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Coimbra
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Volta a Coimbra em 24 horas

Entre os clássicos do costume e os novos negócios, Coimbra é uma cidade reinventada.

Escrito por
Nelma Viana
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Coimbra demorou a acordar para a modernidade e viveu a última década entretida com a ideia confortável de ser uma cidade de estudantes virada para a movida nocturna. Os bares de shots e bebidas baratas com selecção musical duvidosa, néons e público acabadinho
de atingir a maioridade tomaram conta do centro histórico e assim se foi vivendo até a cidade perceber que, sendo maioritariamente da população universitária, também é dos outros todos.
A procura turística disparou nos últimos dois anos e com ela apareceram uma série de negócios que, juntamente com os clássicos, deram novo fôlego à vida “coimbrinha”. Traçamos-lhe o roteiro ideal pela cidade dos estudantes, terminando invariavelmente já de manhã. Só lamentamos não termos tido tempo para mais.

Coimbra

Para Brunchar

Para Brunchar

Com o corpinho a pedir alimento, é na Cafetaria Simone, enquadrada no Hotel Tivoli, na Baixa, que vai encontrar substância para começar o dia. Abriu em Abril do ano passado e reacendeu a moda do brunch na cidade. Espaço altamente instagramável, com montras gulosas, cadeirões de veludo e janelas rasgadas para a rua, comprova à mesa que os pratos não são só bonitos mas também bem preparados. Tem três menus de brunch (9€ a 15€), entre as 10.30 e as 15.00, que variam entre o Healthy, baixo em calorias e portanto não recomendável em manhãs difíceis; o Académico, que junta um cachorro quente com bacon e ovo estrelado e brigadeiros a uma bebida quente e ao sumo do dia; e o Simone, mais composto, para comer sem pressa, e que inclui ovos Benedict, fruta, croissants, compotas e um brownie.

Para ir de passeio

Para ir de passeio

Um dia é pouco para conhecer o património histórico e natural de Coimbra mas antes de lhe dar aquela ansiedade de não saber onde ir, há uma nova linha de autocarro que em pouco menos de uma hora varre uma grande parte dos checkpoints turísticos da cidade. O trajecto liga a zona ribeirinha, o Convento São Francisco, o Mosteiro de Santa Clara, o Portugal dos Pequenitos e o Parque Verde à zona histórica da Alta, com destino à Universidade. O caminho faz-se pelo meio do Jardim Botânico em mini-autocarros híbridos e tem o custo de 1,60€. Do brunch até à paragem à beira-rio, no Largo da Portagem, são 10 minutos a pé.

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Para Almoçar

Para Almoçar

O Café Cervejaria Borges não aparece em roteiros turísticos nem nunca se fez valer de publicidade de espécie alguma. É uma casa de amigos que se tratam por tu e existe há mais de 30 anos no espaço de uma antiga leitaria. Apresenta-se como um café aparentemente normal, daqueles que dispensa um conceito, e esconde atrás do balcão as melhores bifanas da cidade. Pão de bico ligeiramente tostado, carne cortada finamente e sem vestígios de gordura, mergulhada num molho secreto cuja receita o próprio Borges, dono e senhor da casa, se recusa a revelar. Acompanha com o picante caseiro e um fino geladinho, tirado na perfeição. Uma bifana custa 2,20€ e pelo mesmo preço também há tostas de galinha bem recheadas, pelo que o ideal é pedir uma de cada e aconchegar o estômago antes de seguir viagem. Aproveite a esplanada com vista para o Jardim Botânico.

Para Conhecer

Para Conhecer

Em Coimbra o caminho faz-se a pé e desde o local de almoço até ao Museu Nacional Machado de Castro são pouco mais de 10 minutos a pé. O trajecto, em direcção à Alta, passa pelos Arcos do Jardim (o antigo aqueduto da cidade) e mesmo à porta de duas das mais antigas repúblicas de estudantes. Depois de subir um bocadinho, é sempre a descer até à porta do museu. Cerâmica, pintura, escultura, e artes decorativas compõem o espólio daquele que é considerado um dos mais completos expositores de Belas-Artes em Portugal, com três unidades interligadas:um criptopórtico romano com galerias subterrâneas (3€), e o antigo Paço Episcopal agora ligado a uma ala moderna assinada pelo arquitecto Gonçalo Byrne.

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Para Jantar

Para Jantar

Directamente do The Fat Duck de Heston Blumenthan, em Londres, Luís Martins regressou a Coimbra em 2016 para agitar as águas com o Notes Bar & Kitchen, um restaurante e bar que tanta falta fazia à oferta gastronómica da cidade. Cozinha de autor que usa os produtos tradicionais como matéria- -prima, apresentação cuidada e serviço exemplar compõem
o trio de ataque da casa, mas são as carnes maturadas que se distinguem na carta. O lombinho de vaca com couve-flor gratinada com trufa, batata fondant
e brócolos (22,5€), servido como deve ser, numa tábua de madeira, é obrigatório, logo depois do escabeche de cavala, perfeito para abrir o apetite. Óptima garrafeira com diversas opções a copo.

Para ir de Festa

Para ir de Festa

Dê as voltas que der, é na Praça da República que começa a noite. Rodeada pelos cafés mais emblemáticos da cidade e outros direccionados para a bebida fácil e barata, é paragem obrigatória para começar a animar o espírito. Entre os cafés Académico e Tropical, é preciso ter sorte para encontrar mesa livre na esplanada (mesmo no Inverno), mas como ficar de pé ainda não é proibido, não se acanhe de ir pedir um fino ao balcão e vir para a rua ver as vistas. Sem sair do perímetro da Praça, no Aqui Base Tango (Rua Venâncio Rodrigues, 8), uma casa inteira de três pisos entregue à animação cultural e nocturna, há salas para dançar, beber e jogar matraquilhos até às 4.00. Se o tempo estiver de feição, a esplanada costuma ser animada – durante o dia é palco de concertos e DJ sets.

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Para Descansar
  • Viagens
  • Escapadas

Em Coimbra a noite tende a ser longa e a deixar sequelas, pelo que quando vir os primeiros raios de sol é chegada a altura de ir à cama. O Penedo da Saudade – Suites & Hostel, aberto desde o Verão do ano passado, tem camaratas para partilhar e quartos duplos com casa de banho privativa, uma suíte e um terraço com vista para a zona nova da cidade. A casa de traça antiga conserva o chão de tábua corrida, as portadas de madeira e os tetos altos e aposta num conforto minimalista que se distingue pelas camas de dossel e pelas janelas rasgadas para a rua.

Outras Escapadinhas

  • Coisas para fazer

É sobretudo na planície dourada (mais seca e quente), mas também nos declives das serras (mais húmidos) que crescem as vinhas alentejanas — e cada terroir garante um sabor distinto aos vinhos. Em Portalegre, por exemplo, as vinhas estão plantadas nas encostas graníticas da Serra de São Mamede, criando uma espécie de microclima que torna as temperaturas mais baixas que o habitual. Dividida em oito principais sub-regiões vinícolas — Borba, Évora, Moura, Redondo, Granja/Amareleja, Portalegre, Reguengos e Vidigueira — a vinicultura no Alentejo esteve até tarde em segundo plano, por causa da produção de cereais, tendo apenas começado a desenvolver-se nos anos 50 do século passado. Com a região a ser demarcada em 1988, o Alentejo tornou-se numa das zonas mais ricas e interessantes em enoturismo. Conheça as nossas sugestões de enoturismo no Alentejo. Recomendado: Vinhos naturais em Lisboa: o que são e onde os beber

  • Restaurantes

Lisboa importou restaurantes de todo o país, sobretudo (mas não só) do Norte e do Alentejo. Nada se compara, contudo, à experiência de ir comer à terra de origem. O caminho pode ser longo e demorado, mas estas escapadinhas gastronómicas valem muito a pena. Passámos o país a garfo fino para lhe dizer quais são as dez mesas que justificam cada quilómetro. Tem paragens para todos os gostos, até na Veneza de Paderne (não diga que nunca ouviu falar). Se gostar de um joguinho antes de encher a barriga, também se arranjam umas casas de pasto escondidas na paisagem. Recomendado: Depois de Lisboa e Porto, a América chega pela Estrada Nacional 2

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Escapadinha: A Place at Evoramonte
  • Hotéis

Muito alto, muito louro, muito pouco preocupado com o facto de estar a vestir um kilt escocês no calor do Alentejo. “Roubei-o à família da minha mulher, esta é a cor e o padrão do apelido da família dela e eles não se importam que o use”, diz Mitch Webber, uma das metades do A Place at Evoramonte, um novo alojamento local que surgiu na planície alentejana em Novembro de 2017. Mitch conheceu Vicki em 2000 e depois de alguns anos a viver em Inglaterra e na Tailândia mudaram-se para Evoramonte em Maio do ano passado. Ela é escocesa, ele nasceu na África do Sul – “Mas eu é que o deixo usar o kilt”, relembra Vicki.

  • Viagens

Restaurantes (novos, clássicos, premiados ou de hotel), esplanadas, bares, discotecas, lojas, hotéis e – claro – praias, muitos e muitos quilómetros de areia para estender a toalha e mergulhar, sem olhar para o relógio, como convém em tempo de férias. O nosso posto avançado de observação no Algarve juntou um conjunto de coisas que não pode perder a sul este Verão. De Barlavento a Sotavento, há muitas novidades para explorar na estação quente, além dos clássicos onde vale sempre a pena voltar para comer bem, dançar ou dormir entre idas à praia. Recomendado: Ficou por Lisboa? Descubra já o melhor do Verão na cidade. 

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