Atenção, continuamos a tentar dar-lhe a informação mais actualizada. Mas os tempos são instáveis, por isso confirme sempre antes de sair de casa.

A arte urbana está bem de saúde no Panorâmico de Monsanto
Depois do Festival Iminente, não se arruma a casa. Deixa-se a arte urbana para todos verem
A Oficina Iminente assumiu-se como o novo modelo do festival Iminente, mas adaptado às novas circunstâncias. O festival mudou e aconteceu de 9 a 19 de Setembro no Panorâmico de Monsanto num formato híbrido, dividido entre transmissões online de concertos e conversas, e workshops e intervenções de arte urbana. Ao longo dos dias de festival, nasceram novas obras de arte que ficarão no Panorâmico para apreciação de todos, assim que este abrir enquanto miradouro – coisa que se prevê para Outubro. Add Fuel, AkaCorleone, Francisco Vidal, Tamara Alves e Wasted Rita foram os culpados das novas intervenções com a curadoria e direcção artística da Galeria Underdogs.
Recomendado: Exposições para ver este fim-de-semana em Lisboa
As novas peças de arte urbana do Panorâmico de Monsanto


Equality, de AkaCorleone
A que talvez dê mais nas vistas é assinada por Akacorleone, que tomou conta do enorme janelão junto as escadas em espiral do edifício. A obra Equality faz lembrar um vitral, quer comunicar com “o espaço de forma a criar um diálogo entre a monumentalidade e decadência características do Panorâmico”. A peça quer transformar o ambiente consoante a luz que incide na instalação.


In Depth, de Add Fuel
Diogo Machado, mais conhecido por Add Fuel, gosta de brincar e reinterpretar a linguagem tradicional do azulejo e transformá-la em intervenções actuais. Nesta peça feita para o Festival Iminente, o artista explora o espaço negativo – In Depth trabalha a técnica de stencil multicamadas numa estrutura de metal. A quem observa gera-se um jogo tridimensional que pode ser visto de várias perspectivas, criando “uma ilusão de profundidade de sombras e volumetrias, que joga com a exposição ao ângulo solar”.


Maka Lisboa, de Francisco Vidal
Da pintura ao desenho e até à instalação, Francisco Vidal explora vários suportes artísticos para mostrar na expressão plástica a relação com as sociedades e actualidades portuguesa e angolana. Na obra que deixou no Panorâmico, o artista criou uma estrutura motivada pelo assassinato do actor Bruno Candé, de forma a ser percepcionado o seu trabalho e a sua presença, e como a sua morte é uma enorme perda para todos. “O racismo existe e não podemos continuar a discutir se este foi um acto racista. MAKA Lisboa é afro-futurista e trabalha no território da construção positiva”, refere o comunicado. A peça quer dar impulso ao que se pode construir a seguir, de forma a dar visibilidade ao legado de Candé.


Until You and I die and die and die again…, de Tamara Alves
O universo de Tamara Alves ganhou formas além do papel ou das paredes que pinta e das histórias que acompanham as suas obras, passou a ter dimensões bem reais. Um carro velho, de onde brota natureza, e um lobo no cimo do automóvel – como a cereja no topo de qualquer bolo. A peça “Until You and I die and die and die again…” representa um “universo que evoca e invoca a visceralidade primordial contida no uivo inconformado enquanto metáfora para a coragem que nos falta para capturarmos, para nos agarrarmos àquilo que nos falta”, lê-se no comunicado.


Cama de betão, de Wasted Rita
Esta é, como diz a artista, uma escultura em betão sobre o início do fim do mundo. O nome? Passamos a enunciar: “Sleeping beauty but make it awake, not beauty, wearing the same sweatpants for 2 months, not waiting for a kiss from a prince, but avoiding zoom calls, eating vegan, reading Samantha Irby, watching Survivor and trying to deal with all the tragedy going on in the world”. É difícil de decorar, mas isso pouco importa porque a peça é perceptível a todos. Uma grande cama de betão ocupa um dos varandins do Panorâmico onde qualquer se pode sentar ou deitar para ver as vistas ou olhar para o tecto. É a representação do quão duro este ano está a ser.
Mais arte urbana
Roteiro de arte urbana em Lisboa
Vhils, Bordalo II, Aka Corleone, Smile, ±MaisMenos±, Tamara Alves ou Mário Belém são alguns dos nomes mais sonantes neste roteiro de arte urbana em Lisboa. A eles juntam-se artistas de todo o mundo, que escolhem Lisboa para servir de tela aos mais variados estilos e mensagens. Embarque connosco num passeio alternativo pela cidade.
Roteiro de arte urbana na Amadora
“A Cidade da BD”, como se tem afirmado em Portugal e como confirma a parede de um túnel a caminho do Fórum Luís de Camões, é uma referência da expressão artística no espaço público e na cultura urbana da Grande Lisboa. Entre as diferentes propostas visuais, encontramos obras de artistas como Odeith, Akacorleone, Vile e Smile. Pode vê-las num acervo virtual ou aproveitar para programar um passeio em família com este roteiro de arte urbana na Amadora.
Um roteiro de arte urbana em Marvila
Nos últimos anos, Marvila tornou-se uma autêntica galeria a céu aberto. Para um roteiro com orientação a preceito, consulte as visitas-guiadas da Galeria de Arte Urbana. De caminho, não se esqueça de visitar a Galeria Underdogs, meca da cultura visual, e de passar a pente fino a restante oferta ao nível das artes.