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©Lisbon WeekPestana Palace

Cinco espaços em Alcântara que pode visitar na Lisbon Week 2020

Vai ser uma edição diferente da Lisbon Week, que desta vez se prolonga por cinco meses, entre o online e o mundo real. O bairro do ano é Alcântara.

Renata Lima Lobo
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A cada edição, a Lisbon Week dedica-se a resgatar a história, a arquitectura e a cultura de um bairro de Lisboa. O espírito mantém-se à 6ª edição, mas com algumas novidades e uma programação que se prolonga até Fevereiro do próximo ano.

São as visitas guiadas aos antigos palácios que se destacam na primeira fase do programa que arranca a 31 de Outubro no Pilar 7 da Ponte 25 de Abril. A 28 e 29 de novembro e a 12 e 13 de dezembro, serão os Palácios de Alcântara os protagonistas das visitas comentadas, lideradas pelo historiador Pedro Sequeira. Uma edição que explora um bairro que apesar da sua grande raiz industrial, também foi terra de venaneio de nobres e altos burgueses que aqui instalaram grandes casas que hoje ocupam diferentes funções.

O tema Alcântara Industrial será explorado em Fevereiro, depois de Alcântara Verde em Janeiro: uma programação que vai sendo divulgada no site oficial.

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A Ponte 25 de Abril marcou para sempre história de Alcântara, e da cidade, a partir de 1966, data da sua inauguração. Tem 14 pilares e desde 2017 que pode entrar num deles, localizado na Avenida da Índia, nas traseiras do Village Underground. Uma atracção turística que leva os visitantes ao interior deste pilar para uma experiência sensorial que lhe diz tudo o que precisa de saber (e sentir) sobre uma das pontes mais bonitas do mundo. Antes de chegar a um miradouro mesmo ao lado do tabuleiro rodoviário da ponte, a 80 metros de altura, passa por muitas salas, uma delas onde consegue ver as gigantes e principais amarrações dos cabos de sustentação da ponte. Para a sua construção foram usados 54196km de fio de aço ao longo de 76 dias sem parar. Cada cabo tem 11248 fios de aço. Está lá tudo explicado. Noutra área encontra uma ilusão criada por espelhos instalados no chão e no tecto e que pode criar vertigens.

Durante a visita guiada da Lisbon Week (31 de Ourubro e 1 de Novembro) com o historiador Pedro Sequeira, é nesse espaço que acontece a performance de dança Proximidade comigo mesmo, uma criação de Paula Pinto e Beatriz Mira, interpretada por Mira, “em que se explora a relação de intimidade com o eu, um momento que procura revelar a beleza e a necessidade do reencontro”.

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Abria para uma missa por mês e para cerimónias religiosas, mas agora está de portas encerradas. Excepto, claro, durante a Lisbon Week, onde integra o passeio pelos Palácios de Alcântara. Bem mais humilde, a capela foi erguida no século XVI sobre uma antiga ermida, num monte então isolado, rodeado de quintas com vinha e olival. Uma paisagem bucólica, campestre com o rio aos pés.

Hoje é difícil imaginar um Tejo que chegava ao que é hoje a Avenida 24 de Julho, antes do advento do chamado Aterro da Boavista e da industrialização do bairro no século XIX. Nesta capela dedicada a Santo Amaro, protector dos navegantes e local de peregrinações em Lisboa até 1911, encontra o traço do arquitecto Diogo Torralva, que também contribuiu para o desenho de partes do Mosteiro dos Jerónimos.

Não vai conseguir ignorar um conjunto de azulejos policromados, feitos por artesãos de traço mais rude, onde se destacam desenhos de braços e pernas, iconografia ligada a Santo Amaro, também protector dos braços e das pernas partidas. Ah, e durante a visita da Lisbon Week pode subir ao terraço da capela, com a ajuda de uma antiga escada em caracol. A vista é deslumbrante.

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Também conhecido como Palácio do Pátio do Saldanha, é a morada do Arquivo Militar Ultramarino desde 1931. Um arquivo que guarda 16 km de documentação relativa aos portugueses e aos povos com quem se relacionaram, entre o final do século XVI e década de 70 do século passado.

Está instalado num edifício cujas origens remontam ao século XVI, mas que é sobretudo uma reconstrução do século XVIII, feita pelo  2º conde da Ega, Aires José Maria de Saldanha que aqui organizava grandes festas. Um dos frequentadores assíduos do palácio era o francês general Junot, amigo do proprietário. A expulsão das tropas francesas ditou o exílio dos condes da Ega, e o palácio passou a servir como quartel-general do britânico marechal Beresford. Mais tarde a propriedade foi devolvida aos Saldanha, mas a má situação financeira da família resultou numa venda do palácio ao Estado. O que nos traz aqui.

Durante a visita da Lisbon Week vai conhecer a Sala dos Códices, onde estão guardados os manuscritos mais antigos; a Sala do Brasil e o seu gigante arquivo, tratado e digitalizado com o apoio do Brasil (os documentos estão disponíveis online no site da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro); e a Sala Pompeia, a mais vistosa. Aqui pode apreciar umas colunas decorativas do século XIX, frescos que reproduzem murais encontrados nas ruínas de Pompeia e um conjunto de azulejos holandeses do século XVII que representam oito cidades portuárias europeias.

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Todos lhe chamam Pestana Palace e assim é desde 2001, após ter estado 60 anos ao abandono. Mas este Monumento Nacional e hotel de cinco estrelas já foi uma casa (também cinco estrelas, se pudéssemos classificar) de um membro da alta burguesia de fins do século XIX, Constantino Dias, o primeiro e último o Marquês de Valle Flôr. É um exuberante edifício tardo-romântico, que ilustra o gosto pelo coleccionismo e pela história, onde encontramos vitrais de Arte Nova do pintor e mestre vitralista Cláudio Martins.

Na zona nobre do edifíco, cada sala tem um estilo diferente, uma viagem no tempo entre estilos barroco, neoclássico ou rococó. Durante a visita guiada do Lisbon Week também poderá visitar as suites presidenciais (se quiser lá dormir já fica por sua conta) e para a capela está pensado um concerto bastante exclusivo para 14 pessoas.

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Na antiga residência e local de estadia dos convidados do capitalista Burnay, inaugurou a 5 de Outubro a terceira maior biblioteca municipal de Lisboa. Uma intervenção que esteve a cargo da arquitecta Margarida Grácio Nunes, reconhecida com uma menção honrosa de melhor intervenção de impacto social do Prémio Nacional de Reabilitação Urbana 2020. Com cinco pisos (o último com vista para o bairro e para o Tejo), a biblioteca tem uma loja, uma sala multiusos, um espaço para famílias, um jardim e uma galeria. As instalações foram modernizadas, mas há uma sala que foi alvo de restauro, mantendo a traça original, com os seus frescos e estuque trabalhado. No jardim do palacete foi mantida uma fonte que continua a beber da Ribeira de Alcântara, hoje encanada por debaixo da Avenida de Ceuta.

Bairros de Lisboa: Alvalade

Moderno, tradicional e guloso. Alvalade tem de tudo um pouco, uma característica que também se aplica à oferta gastronómica do bairro. E acredite que é uma verdadeira volta ao mundo em muitos, muitos pratos. A Ásia está bem representada, em pratos oriundos do Nepal, Japão, Índia ou China, mas também Itália e, claro, Portugal que tem uma das melhores cozinhas do planeta. Mas antes de rumar a um dos bairros mais completos da cidade de Lisboa, comece por picar esta lista com os melhores restaurantes de Alvalade. Bom apetite e boa viagem.

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O melhor de Alvalade para as crianças
O melhor de Alvalade para as crianças

Não é o bairro mais óbvio quando falamos do melhor da cidade, mas Alvalade tem conquistado cada vez mais famílias, que não passam sem uma voltinha na movimentada Avenida da Igreja, não resistem aos pratos dos seus restaurantes, já sabem os nomes dos senhores das bancas do Mercado de Alvalade de cor, e vão assistindo ao nascimento de muitas novidades. Então e as crianças? As crianças não foram esquecidas e encontram no bairro atracções à sua medida: da clássica gelataria Conchanata às lojas-irmãs Maria do Mar, cheias de brinquedos e móveis para eles.

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  • Coisas para fazer

A Avenida de Igreja, em Alvalade, é o eixo à volta do qual gira a vida do bairro. Uma pessoa pensa que vai só à Avenida da Igreja, mas acaba por parar em Carcassone (a pastelaria), na Líbia (uma farmácia), na cidade das mil e uma noites (a pastelaria Nova Bagdad, baptizada, calculamos, antes da Bagdad original ter sido destruída pela guerra); passamos ainda por Helsínquia (outra pastelaria) e acabamos em Biarritz. Aí batemos com o nariz na porta: a mítica pastelaria no topo da avenida fechou em 2018. Há tanto para fazer que nós dizemos-lhe as dez paragens obrigatórias na Avenida da Igreja.

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