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Galerias Romanas - Lisboa
©José Avelar

Todos os caminhos vão dar à Lisboa Romana

É o maior repositório do tempo em que Lisboa era Olisipo e faz parte de um projecto que envolve 18 municípios.

Renata Lima Lobo
Escrito por
Renata Lima Lobo
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Os lisboetas sabem bem o que costuma acontecer quando se cava um buraco em Lisboa. É frequente a presença de arqueólogos nas obras que vão escavando a cidade e aqui e ali vamos recebendo notícias do passado. Como aquela das relíquias nas escavações dos novos ecopontos subterrâneos. Ou a outra, em que O Solar dos Presuntos queria expandir a cozinha e acabou a desenterrar esqueletos com 2000 anos.

Alguns achados arqueológicos da época romana são bem conhecidos e visitáveis, como é o caso do Teatro Romano ou das Galerias Romanas da Rua da Prata, às quais pode descer duas vezes por ano (excepto em tempo de pandemia). Mas outros estão escondidos ou merecem um olhar mais atento. No novíssimo lisboaromana.pt encontra 270 pontos arqueológicos georeferenciados e distribuídos pelos 18 concelhos da Área Metropolitana de Lisboa (AML), além de 15 percursos pedonais, centenas de fotografias, animações 3D ou 27 QR codes espalhados pela cidade (e há mais a caminho). Um projecto chamado Lisboa Romana | Felicitas Iulia Olisipo que se iniciou em 2017 depois de um desafio lançado pela Câmara Municipal de Lisboa – e que envolveu 250 investigadores, dez centros de investigação de seis faculdades, empresas de arqueologia, hotéis e equipamentos culturais da Grande Lisboa, além a Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) ou o Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros. Juntos dão-lhe agora a conhecer um vasto número de conteúdos sobre um território que foi ocupado pelos romanos entre 138 a.C., data da chegada do primeiro contingente militar romano ao Rio Tejo, e 469 d.C., quando Olisipo foi entregue aos Suevos (a nossa primeira aprendizagem ao navegar nesta Lisboa Romana).

Outra vertente da plataforma é o separador “A acontecer”, onde são divulgados todos os eventos relacionados com o tema, como palestras, workshops, lançamentos de livros e até de produtos. Está prometida, por exemplo, uma parceria com a Conserveira de Lisboa para a criação de uma “refeição gourmet”, bem como o lançamento oficial do Anphoras da Gallaecia, um vinho romano condimentado com mel e especiarias criado por arqueólogos na Região Demarcada do Douro. Para já, seja muito bem-vindo a Felicitas Julia Olisipo.

Recomendado: Os 15 grandes achados arqueológicos da última década em Lisboa

Guia de navegação

©DR

Sente-se ao leme desta máquina do tempo e aproveite os dias de confinamento para saber mais sobre a história da sua terra. Saiba como explorar o lisboaromana.pt.

Animação de entrada
©DR

Animação de entrada

Lobo a abrir, encontra uma recriação do antigo município romano. Pode comparar a paisagem desaparecida de Olisipo com a Lisboa da actualidade, com a ajuda de uma barra deslizante. É bem clara a conquista de território ao rio Tejo, mas esta é apenas uma pequena parte da antiga Olisipo, cuja área seria tão grande como toda a AML. Depois de seleccionar "explorar", o nível de informação vai-se afunilando em pormenores, mas crescendo em informação.

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Estandartes
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Estandartes

Assim que começa, é-lhe apresentado um mapa cheio de estandartes de várias cores. São eles que assinalam a localização dos vestígios romanos que fazem parte deste projecto. E cada cor tem uma legenda: vermelho para os sítios visitáveis; cor-de-rosa para sítios não visíveis, mas com visita virtual; azul para museus; vermelho com ícone para sítios musealizados; e amarelo para não visitáveis. Em cada um deles, pode “saber mais”. Um exemplo: a Praça da Figueira tem estandarte cor-de-rosa e ao abrir encontra informação sobre a “Necrópole noroeste e via norte de Felicitas Iulia Olisipo”, vestígios descobertos em escavações realizadas em 2000/2001. Um troço que começou a ser construído durante o principado de Tibério (de 14 d.C. a 37 d.C.), o segundo imperador romano, e uma necrópole surgida neste local 200 anos depois. Algumas das evidências arqueológicas aqui encontradas integram a exposição do Museu de Lisboa - Palácio Pimenta.

Barra cronológica
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Barra cronológica

Outro nível de pesquisa é uma barra cronológica que se encontra no rodapé da página inicial. Recua até à Olisipo pré-romana e avança até às transformações após a queda do Império, durante mais de mil anos, do século VII a.C. ao século VII d.C. Ao definir a sua linha temporal de pesquisa, apenas os estandartes compreendidos dentro desse período é que ficam visíveis. Por exemplo, para sítios datados entre I a.C e I d.C, encontramos o Ancoradouro (Praça D. Luís I), encontrado por arqueólogos que acompanharam a construção do parque de estacionamento subterrâneo. Alguns vestígios estão expostos no local, daí o estandarte amarelo.

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Percursos
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Percursos

Para quem não sabe bem por onde começar, estão à disposição 15 percursos pré-definidos, que pode fazer a pé, de carro ou de transportes públicos, com diferentes temáticas e distâncias – uns locais, outros intermunicipais. Um dos circuitos mais curtos chama-se "A sociedade citadina", centrado na vida quotidiana, como as idas ao teatro, templos ou termas, numa viagem que tem como ponto de partida o Domus descoberto no local onde foi construído o Eurostars Museum, hotel que manteve parte dos vestígios visitáveis. Se preferir também pode fazer o seu próprio percurso, bastando para isso acrescentar qualquer sítio arqueológico à sua lista. Guarde esta ideia para quando o confinamento chegar ao fim!

Pesquisa
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Pesquisa

Na caixa de busca pode escrever o que lhe apetecer e viajar directamente para um local sobre o qual queira saber mais. Como Casa dos Bicos, onde existe um Núcleo Arqueológico e parte da antiga muralha romana. Esta é uma das entradas da plataforma que inclui um vídeo com uma reconstrução 3D dos vestígios arqueológicos romanos aqui encontrados. O nível de detalhe da pesquisa pode ser refinado por três grandes filtros como tema (ex: arquitectura e engenharia; economia; etc), tipologia (ex: edifícios públicos; estruturas militares; etc) e/ou concelho.

Fique em casa

  • Coisas para fazer
  • Aulas e workshops

A formação online está longe de ser uma novidade, mas em tempos de pandemia assume uma importância reforçada. Nesta lista, em constante actualização, encontra uma mistura da oferta que já existia online, e novos cursos que surgiram nos últimos meses. Aulas de artes marciais na sala? Check. Tudo o que sempre quis saber sobre novas tecnologias? Descubra-o online. E por aí fora. Quando tiver mesmo de sair da toca, já sabe: lavar bem as mãos com água e sabão, levar um gel desinfectante no bolso e comportar-se como o maior germofóbico do planeta. Caso contrário, #fiqueemcasa e descubra estes workshops e cursos online.

  • Compras

A vaidade nem sempre carrega uma conotação negativa. Ser vaidoso, gostar de se arranjar, ter brio na hora de passar aquele creme básico ou fazer aquela maquilhagem que ilumina o caminho por onde passa, é sinal de que gosta de cuidar de si. Mas se ir à loja física não lhe é permitido, e lhe falta material, mais vale abraçar a comodidade das compras online, até porque há vários sites com marcas exclusivas que nem espaço físico têm e, mesmo assim, estão sempre de cesto de compras estendido para o ajudar. Descubra onde comprar produtos de beleza online.

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  • Filmes

Enquanto estivermos confinados aos nossos lares, na luta contra a propagação do novo coronavírus, há todo um mundo na Internet por desbravar. A Time Out, que também consegue estar In, navegou por toda a rede em busca de boas curtas-metragens para o ajudar a passar melhor o tempo em casa, uma selecção de combate ao tédio durante o confinamento. São nacionais e estrangeiras e abrangem vários géneros: drama, comédia, terror, animação e imagem real, documentário ou ficção. Se quiser fazer esta lista render, planeie a visualização de um obra cinematográfica de curta duração por cada dia que tenha de ficar em casa.

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