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©Coyote Vadio/RTP | Até que a vida nos separe
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A banalidade simpática de ‘Até Que a Vida nos Separe’

Se fosse um bolo de casamento, ‘Até Que a Vida nos Separe’ (RTP1) era daqueles com boa apresentação, mas sensaborões pelo deficiente doseamento de farinha, ovos e açúcar.

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★★☆☆☆

Quem se lembra do genial programa O Planeta dos Homens, que a RTP passou nos anos 70, lembra-se de certeza do sketch do Irmão Carmelo, com Jô Soares num padre de origem italiana que punha sempre obstáculos a casar fosse quem fosse, para evitar potenciais divórcios, e cujo bordão era “evitar esse casa/separa, casa/separa, casa/separa”. Até Que a Vida nos Separe (RTP1, Qua 21.10) lembrou-me desse sketch, não porque seja particularmente engraçada, mas por girar em redor de casamentos e divórcios, assentando numa situação irónica: o casal protagonista, Vanessa (Rita Loureiro) e Daniel (Dinarte Branco), tem uma empresa de casamentos na quinta onde vive com os filhos e os avós, e vai divorciar-se. Estas três gerações ilustram outras tantas maneiras de encarar e viver o amor, o matrimónio e a separação. Mas elas manifestam-se através de personagens pouco apelativas ou caricaturais, banalidades simpáticas, lugares comuns açucarados e angústias plastificadas sobre as relações, e de um humor pálido e chocho (a paródia aos reality shows tipo Casados à Primeira Vista que ocupa o terceiro episódio é penosa). Se fosse um bolo de casamento, Até Que a Vida nos Separe era daqueles com boa apresentação, mas sensaborões pelo deficiente doseamento de farinha, ovos e açúcar.

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