Burning Bush
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'Burning Bush' é televisão de primazia

A minissérie 'Burning Bush' (HBO) acompanha a tentativa de um punhado de cidadãos de desafiar em tribunal um Estado totalitário

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No dia 16 de Janeiro de 1969, Jan Palach, um estudante checo, imolou-se pelo fogo em Praga, em protesto contra a invasão da Checoslováquia pela URSS, seis meses antes, para acabar com a experiência liberalizadora do primeiro-ministro Alexandre Dubcek, a chamada “Primavera de Praga”. Com o seu sacrifício, Palach quis levantar os seus compatriotas contra o ocupante.

A minissérie Burning Bush (HBO) de Agnieszka Holland, rodada em 2013, abre com o trágico acto de Palach e segue para o processo posto pela mãe deste a um deputado comunista que se referiu insultuosamente ao filho em público. O caso foi aceite por uma advogada, Dagmar Buresóva, que pôs assim em risco a carreira e a sua segurança e da família.

Em três episódios dinâmicos, intensos e visualmente lúgubres, Holland filma a corajosa, penosa e infrutífera tentativa de um punhado de cidadãos de desafiar em tribunal um Estado totalitário. Parte thriller, parte drama jurídico com embrulho político, Burning Bush é tanto melhor porque a realizadora evita o maniqueísmo: um polícia destacado para o caso tem uma crise de consciência e foge com a família para a Áustria; o sócio de Buresóva rouba um precioso documento para safar a filha activista de ser expulsa da universidade. Televisão de primazia, ponto final.

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