Nem só de clássicos obrigatórios da HBO se faz a Max. Também não faltam novidades. Eis as séries que tem de ver.
★★☆☆☆
Em Portugal, a televisão, ao contrário de países como a Inglaterra, a França ou o Brasil, nunca teve uma tradição narrativa ou uma sensibilidade ficcional própria. É por isso que quase todas as séries que vão aparecendo são versões em geral menores, decalques toscos, cópias pobres ou adaptações anoréxicas de formatos internacionais. Surgindo aqui e ali, com raríssimas excepções, tentativas pálidas, frouxas, pouco inspiradas, de fazer algo aceitavelmente original e que seja também percebido como sendo distinta e genuinamente português (entre essas excepções contam-se, em tempos recentes, Sul, na RTP, e Esperança e Prisão Domiciliária, na OPTO – há ainda Sara, de Marco Martins, também na RTP, mas essa é uma excepção de nível estratosférico, um óvni de excelência).
Chegar a Casa (RTP, Qua 21.00/ RTP Play) não se contará entre essas excepções. Esta produção luso-galaica, tecnicamente limpa, é a enésima versão da história da mulher com família formada e vida feita que é enganada pelo marido (aqui, ela é portuguesa e ele galego), deixa-o e regressa à pensão dos pais em Arcos de Valdevez com os filhos a reboque e sem ter ideia do que vai fazer a seguir. É um daqueles casos de um bom elenco a boiar num enredo já visto, chocho e telegrafado por antecedência.
