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Filme, Cinema, Documentário, Woodstock 99: Peace, Love, and Rage (2021)
©DRWoodstock 99: Peace, Love, and Rage de Garret Price

Filmes e séries para matar saudades dos festivais de Verão

Se Maomé não vai à montanha, vai a montanha a Maomé. Ou, na nossa versão, se não há festivais de Verão na rua, vem a música até casa.

Hugo Torres
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Hugo Torres
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Temos duas temporadas em falta – e não é de nenhuma série do momento. São duas temporadas de festivais. E fazem-nos falta. Muita falta. Há sensações e estados de alma que só se atingem no meio de milhares e milhares de pessoas aos berros, aos saltos e com as glândulas sudoríparas em empenhado labor. Enquanto não regressamos às multidões, temos duas formas para matar saudades dos festivais de Verão: uma é indo a concertos e a festivais mais pequenos e mais ordenados; a outra é exagerar na dose de música, inclusive na televisão. E é precisamente esta a nossa proposta aqui, uma vez que em 2021 se estrearam filmes e séries sobre música a que podemos e devemos dar bom uso neste estio.

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Woodstock 99: Peace, Love, and Rage

Comecemos por partir tudo. Literalmente. (Bom, por ver partir tudo...) A terceira edição do festival de Woodstock (depois de 1969, houve um em 1994) foi um absoluto caos – houve violência, crimes sexuais, destruição, pilhagens, até grandes fogos provocados por parte dos cerca de 400.000 espectadores no recinto (uma antiga base aérea em Roma, Nova Iorque). Em palco, Anthony Kiedis, dos Red Hot Chili Peppers, comparou o cenário ao filme Apocalypse Now. Este documentário de Garret Price (Love, Antosha), o primeiro da série “Music Box” que Bill Simmons (Andre the Giant) está a produzir para a HBO, revisita esses três dias infernais com um cartaz que, naquelas condições e com aquela audiência (uma maioria esmagadora de homens brancos, jovens e zangados com sabe-se lá o quê), serviram como gasolina num incêndio: Metallica, Rage Against The Machine, Korn, Limp Bizkit, Kid Rock… Há entrevistados que chegam a sugerir que a toxicidade masculina que agora infesta o mundo digital é a mesma que se viveu neste Woodstock, transitando do nu-metal para os chats e as redes sociais. É a novidade mais fresca desta lista.

HBO

1971: The Year That Music Changed Everything

Se a aura do Woodstock se vem esbatendo (culpa da desmistificação de 1969, mais do que de 1999), o ano musical de 1971 vai em sentido oposto. Meio século depois e em oito episódios, esta série documental de Asif Kapadia, Danielle Peck e James Rogan percorre a notável discografia que resultou do caldeirão cultural, social e político de 1971 – de Marvin Gaye a Gil Scott-Heron, de Lennon e Dylan, de Tina Turner a Joni Mitchell –, argumentando que é aqui que estão as raízes das décadas seguintes na música, que foi neste ano que começou o futuro. É uma afirmação necessariamente redutora, mas bonita de se ouvir.

Apple TV+

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Billie Eilish: The World's a Little Blurry

Nomeado para quatro Emmys, este documentário de R.J. Cutler (The September Issue) mostra como uma adolescente que odeia escrever canções se pode tornar numa estrela pop de alcance planetário. O filme segue a vida de Billie Eilish, do irmão Finneas e dos pais de ambos, entre 2018 e 2020, durante o processo de criação e apresentação de When We All Fall Asleep, Where Do We Go?, o álbum que deixou meio mundo de boca aberta. É um filme de bastidores que vai dos camarins de Coachella ao quarto de Billie. Para ver antes de se estrear a 3 de Setembro, noutro serviço de streaming, o Disney+, Happier Than Ever: Carta de Amor a Los Angeles, “experiência musical e cinematográfica” com a totalidade do segundo disco, Happier Than Ever, tocado ao vivo no Hollywood Bowl, com orquestra conduzida por Gustavo Dudamel, coro e participação do guitarrista brasileiro Romero Lubambo. A realização é de Robert Rodriguez e Patrick Osborne.

Apple TV+

This Is Pop

Ao longo de cerca de 70 anos, a pop vem reinventando-se e absorvendo género atrás de género – mas o que é que a define? Esta série documental tenta responder a essa pergunta em oito episódios temáticos, que passam pelo “efeito Boyz II Men”, pela britpop ou pelo auto-tune, por exemplo, oferecendo contexto para as mudanças de paradigma que se foram sucedendo, e revelando histórias por detrás de alguns clássicos da música popular.

Netflix

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Aretha: Genius

Passando do documentário ao drama, a terceira temporada de Genius, que antes retratou Einstein e Picasso, debruça-se sobre a vida de Aretha Franklin. Estreou-se em Junho, entre apelos ao boicote por parte da família, que dizia ter sido mantida ao largo da produção e recordava que Respect, biopic que a própria “rainha da soul” autorizou e supervisionou até à sua morte, em 2018, está a chegar aos cinemas (a 12 de Agosto). Na série, a actriz e cantora Cynthia Erivo dá corpo a Aretha, dividindo palco, perdão, ecrã com Courtney B. Vance, que interpreta C.L. Franklin, o pai e uma das figuras da luta pelos direitos civis nos EUA.

Disney+

Especial Música do TVCine Emotion

Em Julho, as tardes de domingo foram dedicadas à música no TVCine Emotion. Passou Whitney & Bobbi, documentário deste ano sobre Whitney Houston e a sua filha Bobbi Kristina (que morreu em 2015, aos 22 anos); passou Eu Quero a Minha MTV (2019), documentário sobre a criação deste canal, que teve um papel central na cultura dos 80s e dos 90s (que inclui uma entrevista inédita a David Bowie); passou As Sete Vidas de Ozzy Osbourne (2020), documentário sobre o histórico vocalista dos históricos Black Sabbath; e passou Biography: KISStory (2021), documentário sobre os mais famosos linguarudos de Nova Iorque. E porquê falar disso se já passou? Porque pode continuar a vê-los no TVCine+.

TVCine+

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