Televisão, Série, Terra Nova, RTP1
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Há terra a mais em 'Terra Nova'

Se o barco de 'Terra Nova' não levantar âncora depressa, a série da RTP arrisca-se a ficar sem espectadores

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★★☆☆☆

Bernardo Santareno baseou a peça de teatro O Lugre (1958) nas suas experiências de médico de bordo num dos navios que iam pescar bacalhau à Terra Nova, naquela que foi a última aventura marítima dos portugueses. A peça passa-se toda no mesmo barco, com pouco mais de uma dezena de personagens principais. A série Terra Nova (RTP1, Qua 21.00), realizada por Joaquim Leitão (há ainda uma versão montada para cinema, assinada por Artur Ribeiro, cuja estreia foi adiada por causa da pandemia), inspirada em O Lugre, já vai em três episódios e mostrou muito mais actividade em terra firme, em Portugal, do que cenas nas águas da Terra Nova.

Compreende-se que é preciso mostrar antecedentes da história dos pescadores do barco e dar contexto dramático às personagens. Mas, ao fim de duas horas de televisão, já começa a fartar a telenovelice dos enredos, historietas e intrigas da vila, os romances, paixonetas e adultérios, os corajosos militantes comunistas, os PIDES patibulares, os contrabandistas e as meninas do bordel. Se o barco de Terra Nova não levantar âncora depressa, a série arrisca-se a ficar sem espectadores, que entretanto zarparam para outros canais ou para o streaming, em busca de oferta mais dinâmica e desenvolta, que fornece aquilo que anuncia no título.

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