
O Brasil fantástico da ‘Cidade Invisível’
A série policial criada pelo realizador Carlos Saldanha para a Netflix não desilude.
★★★★☆
A última vez que ouvimos falar na televisão do Saci-Pererê, da Cuca ou do Curupira foi na série Sítio do Picapau Amarelo, exibida pela RTP nos anos 70 e 80 e baseada nos livros infantis clássicos de Monteiro Lobato. Estas figuras do folclore do Brasil, e mais algumas, reaparecem em Cidade Invisível (Netflix), a série criada pelo realizador Carlos Saldanha (muito ligado à animação, com as séries de filmes A Idade do Gelo e Rio), mas agora num contexto policial e de terror sobrenatural.
Em Cidade Invisível, estas criaturas da mitologia popular existem e convivem com os humanos, tendo-se integrado na nossa sociedade, embora mantendo os seus poderes. Eric (Marco Pigossi), detective da Polícia Ambiental, descobre um golfinho de água doce morto numa praia do Rio de Janeiro. A investigação vai levá-lo a descobrir um mundo que julgava existir apenas nas lendas e nos livros, e ainda segredos sobre a sua família. A história articula o real e o fantástico sem espinhas, a visualização das criaturas é muito fiel às suas características originais e o elemento ecológico não é forçado. Mas seria mesmo necessário atribuir origem humana às personagens do folclore e explicá-la, no início de cada episódio? Esperemos que a segunda temporada mantenha o nível da primeira.

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