Televisão, Série, Drama, Pecado
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Pecado: série da TVI está formatada como uma telenovela

Pedro Lamares e Daniela Melchior vivem um proibido (e eclesiástico) amor na série que a TVI criou para os sábados à noite.

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★★☆☆☆

Desde que Eça de Queirós escreveu O Crime do Padre Amaro em 1875, que – exceptuando, e mais tangencialmente, Manhã Submersa, de Vergílio Ferreira (1954) –, nunca mais temas como o celibato dos padres, as vocações eclesiásticas falhadas e as tentações profanas com que os sacerdotes se podem confrontar, foram tratados pela literatura portuguesa. Nem, mais recentemente, pelo cinema e pela televisão, que se têm limitado a fazer adaptações ou actualizações do clássico de Eça. A minissérie Pecado (TVI, sábado 22.30) tem o mérito de tentar sair da enorme sombra projectada por O Crime do Padre Amaro e ter uma história original, passada no Alentejo, sobre um padre trintão, Santiago (Pedro Lamares), que se envolve com uma jovem paroquiana, Maria Manuel (Daniela Melchior), que está para casar (o sacerdote é que vai tutelar a cerimónia). O problema é que, no gesto formal e no discurso dramático e narrativo, Pecado está formatado como uma telenovela comprimida em meia dúzia de episódios, e tem coisas a mais a acontecer ao mesmo tempo, incluindo um subenredo de traços policiais envolvendo o pai da noiva, dono de uma pedreira, e uns mafiosos estrangeiros. E será que a autora da minissérie acredita mesmo que, no Portugal do século XXI, ainda há padres que se autoflagelam?

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