Nem só de clássicos obrigatórios da HBO se faz a Max. Também não faltam novidades. Eis as séries que tem de ver.
★☆☆☆☆
Sky Rojo (Netflix), foi-o amplamente publicitado, é a nova série dos criadores de La Casa de Papel. Só que parece que a criatividade dos ditos se esgotou nesta. Formalmente, é um infindável repositório de tiques, truques, malabarismos, tropos e figuras de estilo popularizadas por Quentin Tarantino (Esther Martínez Lobato, uma das autoras, é fanática do realizador de Pulp Fiction e Jackie Brown), mas em versão de fancaria e estilo azeiteiro. No discurso, Sky Rojo revela-se uma transposição televisiva daqueles filmes de série B de acção e exploitation, que simulam transmitir uma “mensagem” mas mais não fazem do que escavar até ao tutano o voyeurismo do sexo a roçar o explícito e da violência gráfica e alarve.
As heroínas são três prostitutas que trabalham num fantasioso clube nocturno/bordel de Tenerife. Quando, uma noite, uma delas vai ser assassinada pelo proprietário e proxeneta, duas outras reagem, agridem-no e deixam-no por morto, fugindo a sete pés. Sky Rojo é uma garrida, primaríssima, frenética e hipercinética fantasia de sexo, violência, humor pseudo-negro e vingança, com jactância “feminista” e armada ao pingarelho de denunciadora do tráfico de brancas e dos horrores da prostituição. O que falta em imaginação aos seus autores, sobra em descaramento.
