
‘Sweet Tooth’: apocalipse mutante
‘Sweet Tooth’ é mais uma série da Netflix que começou por ser uma colecção de banda desenhada. E mais uma versão bastante atenuada e açucarada dos comics originais.
★★☆☆☆
O comic homónimo de Jeff Lemire em que Sweet Tooth (Netflix) se baseia começou a ser publicado em 2009, passa-se num mundo pós-apocalipse e é muito sinistro e cruel. Esta versão para streaming apresenta-se bastante atenuada e açucarada, para atingir um espectro de público o mais amplo possível. A história passa-se nos EUA, após uma pandemia, conhecida como A Doença, ter provocado o colapso da civilização e também causado que todos os bebés começassem a nascer com características de animais. São conhecidos como Híbridos, apontados como a causa da pandemia e por isso caçados pelos humanos sobreviventes. Gus “Sweet Tooth” (Christian Convery) tem dez anos, é um híbrido de humano e veado e foi levado pelo pai para viver em segurança no meio de um bosque. Quando aquele morre, Gus parte em busca da mãe, acompanhado pelo enorme Jeppard (Nonso Anozie), um antigo jogador de futebol americano.
Sweet Tooth é ele mesmo um híbrido que, saltitando entre o doce e o amargo, o fofinho e o aterrorizador, tenta conciliar, instavelmente, a ficção científica pós-apocalíptica, a fantasia para adolescentes, a alegoria ecológico-social (a origem da pandemia é explicada em termos catastrofistas simplórios) e a parábola sobre a “diferença”. A aparência é bem melhor que o conteúdo.

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