
‘The Undoing’: assassínio em Manhattan
O modelo de ‘The Undoing’ (HBO) é confortavelmente familiar e caprichadamente executado.
★★★★☆
Susanne Bier, a dinamarquesa oscarizada que realiza The Undoing (HBO), filma em muito grande plano as órbitas arregaladas de Nicole Kidman sempre que a sua personagem, a psiquiatra Grace Fraser, tem uma revelação inesperada ou um choque. Dado que o argumento de David E. Kelley (As Teias da Lei, Ally McBeal), não faz outra coisa senão disparar surpresas na direcção dela, os olhos de Kidman tornam-se num dos bordões visuais de The Undoing. Que é muito reminiscente de uma das séries de maior sucesso de Kelley, Big Little Lies, ao ponto de um crítico americano a ter resumido assim: “Big Little Lies goes East Coast” (Kidman é intérprete e produtora executiva em ambas).
O modelo de The Undoing é confortavelmente familiar e caprichadamente executado: uma história policial de assassínio associado a traições conjugais insuspeitadas, que arrasa uma família abastada do Upper East Side de Nova Iorque e a meio se transforma em drama de tribunal. Muito suspense, reviravoltas de enredo q.b., atmosferas luxury porn, uma Manhattan invernosa e pré-pandemia fotografada com esmero por Anthony Dod Mantle, realização polida, elenco distintíssimo (Hugh Grant, Donald Sutherland, Edgar Ramírez, Lily Rabe). E só os bonitos e esbugalhados olhos de Nicole Kidman são já meia série.

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