Descubra onde moram casas-museu na Grande Lisboa

Tenham ou não o termo "casa" no nome, estes museus têm em comum o facto de exibirem o acervo de antigos e ilustres inquilinos ou proprietários. Sejam de pintores, poetas, cantores, advogados, aristrocratas ou pintores, há muito para conhecer e aprender nestas verdadeiras casas abertas ao público. Pelo meio vai poder travar conhecimento com pérolas como a cómoda que fazia parte do quarto de Fernando Pessoa, a quase intocada casa de Amália Rodrigues ou a morada de um decorador que privou não só com a fadista como com Coco Chanel, Maria Callas, Truman Capote e Henry Kissinger.
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Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves
A primeira casa de artista da capital, Prémio Valmor em 1905, integrava-se no plano de crescimento da cidade de Lisboa. Foi um projecto do arquitecto Norte Júnior, mandado construir pelo pintor José Malhoa e destinado a servir de casa e ateliê. Em 1932, a “Casa-Malhoa” foi adquirida Anastácio Gonçalves (1889-1965), médico que ali viveu e organizou a sua colecção até ao ano da sua morte. O espaço abriu ao público em 1980 e merece visita pelas exposições regulares e pequenos concertos que acolhe.
Casa-Museu Medeiros e Almeida
Em 1896 (não adormeça já), Augusto Vítor dos Santos, advogado, contratou Manuel Correia Júnior, construtor, para edificar este seu lar, onde viveu até 1921. Alguns proprietários mais tarde (Estado do Vaticano incluído), chega em 1943 às mãos do mecenas António Medeiros e Almeida, que acaba por transferir para esta casa toda a sua coleção de artes decorativas. Ainda em vida, cria a Fundação Medeiros e Almeida (1972) e doa-lhe a casa, a colecção e basicamente todos os seus bens. É esta a génese desta casa-museu aberta ao público em 2001, que inclui uma colecção de arte sacra; 200 relógios de bolso organizados cronologicamente (Sala dos Relógios); terracotas e porcelanas chinesas desde a Dinastia Han (206 a.C.220); ou mesmo um altar-mor oriundo do Palácio dos Condes de Burnay em Lisboa.
Casa-Museu Amália Rodrigues
Garantem que no número 193 da Rua de São Bento, morada da Casa e da Fundação Amália Rodrigues, ficou quase tudo como a ilustre dona deixou o espaço. A cantadeira das cantadeiras viveu meio século nesta casa amarela onde os serões se encheram de fado. As visitas são guiadas, duram uma média de 20 minutos, e conduzem-no por bustos, bandolins, pinturas de Maluda e muitas outras relíquias.
Casa Fernando Pessoa
Não foi a primeira nem a segunda casa do poeta. Mas foi a última. A 18.ª morada de Fernando Pessoa, para onde se mudou em 1920, fica num prédio adquirido na década de 80 pela Câmara Municipal de Lisboa para ali trabalhar a parte relevante do espólio pessoano que a autarquia tinha em sua posse. Como a cómoda que fazia parte do quarto de Pessoa ou a estante onde guardarva os seus livros. Na casa também estão expostos documentos como o bilhete de identidade, o contrato de arrendamento do apartamento, objectos pessoais e até a folha onde escreveu a célebre frase "I know not what tomorrow will bring", uma doação da família em 2016.
Museu Condes de Castro Guimarães
Cheira a madeira e a história antiga neste museu. Inaugurado em 1931, o Museu Condes de Castro Guimarães, considerado o mais antigo museu de Cascais, é uma peça da arquitectura romântica, reúne uma colecção bibliográfica com mais de 2800 volumes, tendo sido até a primeira biblioteca pública da vila. Há uma sala com um tecto bastante peculiar, cheio de trevos de três folhas, uma herança da origem irlandesa do primeiro proprietário do espaço. É nessa Sala dos Trevos que se tem celebrado o famoso St. Patrick’s Day. Noutra divisão, a Sala da Música, pode observar um órgão de tipo francês – com um sistema tubular pneumático – que está instalado naquela casa desde 1912.
Casa Duarte Pinto Coelho
Ocupa o antigo edifício da Casa dos Guardas do Palácio dos Condes de Castro Guimarães e hoje tem expostas as colecções do reconhecido decorador e coleccionador Duarte Pinto Coelho, um cascaense que viveu em Madrid durante boa parte da vida e conviveu com personalidades do gabarito de Coco Chanel, Maria Callas, Truman Capote, Henry Kissinger e a nossa Amália Rodrigues. As exposições das várias peças de Duarte Pinto Coelho, que viajou por todo o mundo, são temporárias.
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