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MACAM – Museu de Arte Contemporânea Armando Martins
Francisco Romão PereiraMACAM – Museu de Arte Contemporânea Armando Martins

Do MUDE ao MACAM, todos os museus que vão abrir em 2023

De novos centros de arte contemporânea à muito aguardada reabertura do Museu do Design, eis todas as novidades planeadas para este ano.

Joana Moreira
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Joana Moreira
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Vistas de fora, as obras no edifício do MUDE, na Rua Augusta, permanecem um mistério. Os taipais bloqueiam a vista, e na lona que cobre todo o prédio lê-se: “Mude no futuro, desenhando o presente.” O MUDE – Museu do Design e da Moda, que inaugurou em 2009 na antiga sede do Banco Nacional Ultramarino, e fechou para obras em 2016, vai finalmente reabrir. É o desfecho de um longo processo, que incluiu uma paragem na reabilitação, à conta das dificuldades financeiras da construtora Soares da Costa, o que levou a que o projecto passasse para as mãos da Teixeira Duarte. À Time Out, Bárbara Coutinho, directora do museu que tem na sua base a colecção de moda e design de Francisco Capelo (que a vendeu por cerca de 6,6 milhões de euros à Câmara de Lisboa, em 2003), garante que as obras estão a decorrer “a um ritmo muito positivo”. “Estamos a trabalhar para a reabertura se fazer no último trimestre deste ano”, revela. “Não conseguimos ainda dar uma data previsível, contamos fazê-lo em breve.” 

MUDE
Francisco Romão PereiraA fachada actual do futuro Mude

Há outros museus prometidos para 2023. É o caso do Museu de Arte Contemporânea Armando Martins (MACAM), que ocupará o Palacete da Ribeira Grande, antigo Liceu Rainha Dona Amélia, na Rua da Junqueira. A julgar pela fachada, as obras parecem adiantadas. Inicialmente anunciado para abrir em 2021, o museu, com a colecção de arte do empresário do Grupo Fibeira Armando Martins, tinha, há um ano, data prevista de inauguração para "final de 2022 ou início de 2023". A Time Out questionou o departamento de Marketing e Comunicação do MACAM, sem sucesso. 

Também anunciado para o ano que agora começa está o projecto de recuperação e adaptação do Pavilhão Azul, na Avenida da Índia, a três quilómetros dali. Foi em 2017 que a Câmara Municipal de Lisboa (CML) anunciou que ia “recuperar e devolver à cidade” o antigo armazém de alimentos, transformando-o num novo centro de arte contemporânea para acolher a colecção de arte privada de Julião Sarmento. É fruto de um protocolo assinado entre o município, que o vai gerir, e o artista. Por desejo deste, o projeto arquitectónico ficou nas mãos de João Luís Carrilho da Graça e a direcção nas do curador Sérgio Mah. As previsões iniciais de conclusão da obra apontavam para 2019. Contudo, em Setembro último, a data apontada era já Maio de 2023. Questionado pela Time Out sobre o ponto da situação do projecto, o gabinete de comunicação da CML diz agora que “está prevista a conclusão da obra no segundo semestre de 2023, condicionada à avaliação por parte da SRU [Sociedade de Reabilitação Urbana – Lisboa Ocidental], relativamente às recentes inundações e se tiveram algum impacto efectivo no edifício e nas respectivas obras”. A mesma fonte indica que o nome do espaço está ainda “em apreciação e análise, em estreita colaboração com a associação que representa a família do Julião Sarmento”.

No mesmo bairro, há-de nascer um outro museu prometido à cidade, mas é pouco provável que seja ainda este ano. Depois de uma tentativa falhada em Alfama – que causou celeuma entre moradores do bairro e associações de defesa do património – o Museu Judaico de Lisboa encontrou nova morada em Belém, entre a Avenida da Índia e a Rua das Hortas, num terreno da Santa Casa da Misericórdia. Anunciado em 2016, com abertura prevista para o ano seguinte, o museu, que resulta de um acordo entre a CML, a Associação de Turismo de Lisboa e a Comunidade Israelita de Lisboa, nunca chegou a sair do papel. O gabinete de comunicação do museu revela à Time Out que estão “na fase de conclusão do projeto de arquitetura e especialidades”, que prevêm “entregar na Câmara Municipal de Lisboa no prazo de dois meses”. Sem revelar os custos estimados do projecto, apontam para 2025 a abertura do museu que virá reforçar o eixo museológico que, nos últimos anos, se tem desenhado em Belém – com o Maat, o Museu dos Coches e o Museu Coleção Berardo. Este último já ganhou um novo nome, com o regresso do espaço às mãos da Fundação CCB, depois de o Estado ter denunciado o acordo de comodato assinado em 2006 com o empresário madeirense José Berardo - na sequência de uma acção judicial que conduziu ao arresto da sua colecção de arte moderna e contemporânea, em 2019. Terminado o protocolo entre Joe Berardo e o Estado, nasceu o Museu de Arte Contemporânea – Centro Cultural de Belém (MAC/CCB), que será inaugurado oficialmente em 2023, ainda em data a anunciar. Por enquanto, não há mudanças para os visitantes, que continuam a poder ver de perto a colecção.

MAC/CCB
Francisco Romão PereiraPara já, pouco mudou no antigo Museu Berardo

Ainda este ano, a cidade deverá recuperar (ou, pelo menos, parte de) outro equipamento museológico de peso: o Centro de Arte Moderna (CAM) da Fundação Calouste Gulbenkian. O projecto de expansão do Jardim Gulbenkian, que inclui a reformulação do CAM, só tem data prevista para terminar “na primeira metade de 2024”, mas em Julho algumas áreas do edifício já deverão abrir para actividades culturais.

Não é já, já 

Entre Oeiras e Lisboa, continua incerto o poiso do futuro museu de Joana Vasconcelos, mas é conhecida a vontade da artista de criar um espaço museológico para mostrar não só o seu acervo, mas também o processo. 

Já o Museu Pedagógico do Sexo (Musex), museu idealizado pela terapeuta sexual Marta Crawford, continua sem morada fixa, mas mantém-se no Palácio dos Anjos, em Algés, com a exposição a prolongar-se até 8 de Março.

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