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Matthias Schoenaerts
©HBO MaxMatthias Schoenaerts, em 'O Regime'

Matthias Schoenaerts: “É triste dizer que ‘O Regime’ é relevante e actual”

A Time Out lançou três perguntas ao actor belga Matthias Schoenaerts, que protagoniza a minissérie da HBO Max com Kate Winslet. O primeiro episódio estreou a 4 de Março.

Renata Lima Lobo
Escrito por
Renata Lima Lobo
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A minissérie O Regime é uma sátira política aos totalitarismos e abusos de poder. Kate Winslet, no papel de Elena Verham, é a paranóica ditadora de um pequeno país europeu fictício, e Matthias Schoenaerts (Django) veste a pele de Herbert Zubak, um militar de baixa patente que acaba por se tornar o braço direito de Elena, levando consigo um passado violento, mas também a ligação ao povo que vive sob a alçada de um duro e populista regime. Uma criação de Will Tracy, um dos produtores e argumentistas de Succession que também assina este argumento, enquanto que a realização ficou nas mãos de Stephen Frears (A Rainha) e Jessica Hobbs (The Crown). O primeiro episódio, de seis, estreou na HBO Max a 4 de Março e esta quinta-feira falámos com Schoenaerts por videochamada.

Matthias Schoenaerts e Kate Winslet
©DRMatthias Schoenaerts e Kate Winslet, em 'O Regime'

Quais foram os desafios específicos em retratar este personagem, num enredo com um contexto complexo, pessoal e político?
No guião descrevia o Zubak como esta figura imponente, muito forte e animalesca, então tivemos que criar essa silhueta física. E isso implicava que eu tinha que seguir um regime de treino e nutrição muito rigoroso. Criámos este universo imaginário no qual os argumentistas quiseram explorar as dinâmicas do poder, como o poder corrompe a mente e como o desejo pelo poder pode ser devastador, assim como o abuso de poder. E, claro, ressoa com muitas coisas que estão a acontecer no mundo hoje, mas essa não era necessariamente a intenção. Criámos esta realidade em que estes personagens excêntricos e loucos vão com tudo. E divertimo-nos imenso a fazê-lo, não imaginas. Porque é realmente hilariante, mas também é sombrio, perturbador. Trabalhámos no duro todos os dias. O calendário era bastante intenso. Mas divertimo-nos muito, foi inacreditável. Estávamos sempre a rir. E divertimo-nos tanto porque trabalhámos com pessoas tão talentosas em todos os departamentos, que nos dão todos estes elementos fantásticos. Nós, como actores, só temos que entrar e dar vida a isso, torná-lo realmente divertido de assistir, intenso e também relevante. Infelizmente, é triste dizer que é relevante e actual.

Foi isso que mais te cativou na história quando leste o guião pela primeira vez?
A sátira é uma espécie de lubrificante, é como um cavalo de Tróia, entra suavemente. Rimos e também pensamos: "Espera aí, sobre o que é que estou rir mesmo? Isso não é engraçado". Mas eu gosto dessas oposições, desses ritmos conflituantes e desses tons polares. Tens comédia e drama a coexistir, a misturarem-se constantemente. [O Regime] tem uma espessura dramática muito interessante. Nunca fiz nada assim. Por isso, foi um desafio em muitos níveis diferentes.

De que forma achas que a jornada pessoal do teu personagem reflecte temas mais amplos sobre a autoridade? E que perspectivas esperas que os espectadores tirem desta reflexão?
Acho que o meu personagem é o único humanista de tudo isto. Imagina: se ele é o único humanista, estás mesmo em apuros. Mas ele é o que está mais próximo do povo, juntamente com a Agnes [Andrea Riseborough]. O que espero que as pessoas retirem? Algumas coisas. Um político é um político, acho que há um subtexto nisso. Quanto a mim, estou apenas a tentar não ser assassinado por ninguém. Estou a tentar ser muito subtil. Quer dizer, a Kate, ou melhor, a Elena ligou-me há pouco e disse: "É bom que não fales sobre mim se eu não estiver presente, senão vou alimentar-te aos leões no jardim zoológico". Por isso, tenho que ser muito, muito discreto sobre o que digo e o que não digo. Daí [do outro lado da câmara] não estás a ver todas as armas que estão apontadas a mim neste momento.

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