O Antunes - Rabanada
Fotografia de Marco DuarteA rabanada d'O Antunes
Fotografia de Marco Duarte

As receitas de Natal da família Time Out

Mantenha as tradições e ponha as mãos na massa. Estas receitas de Natal vieram dos livros antigos das nossas famílias.

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Pode estar tudo diferente, é verdade, mas esta quadra tem tradições que ainda conseguimos preservar. Uma delas é seguir direitinho para a cozinha no dia 24 logo pela fresca, meter a coluna no máximo com os clássicos natalinos, e deitar mãos à obra. Pode não ter a família toda de volta dos tachos (menos riscos e menos confusão, sejamos sinceros), mas pode honrá-los indo aos livros de receitas antigos e seguindo as instruções para os bilharacos, as rabanadas, os fritos flor e até a roupa velha – no final ligue-se em videochamada para mostrar o resultado. Aqui na Time Out metemos toda a equipa a vasculhar os livros de receitas de família para descobrir os pratos mais tradicionais da quadra. Partilhamos tudo com os nossos leitores.

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Aletria

Mãe da Ana Patrícia Silva

Ingredientes
* 1 litro leite
* 250 gramas aletria
* 2 paus canela
* 1 casca limão
* Açúcar a gosto

Modo de preparação
Pôr o leite ao lume com a casca de limão e os paus de canela. Quando começar a ferver, acrescentar o açúcar e a aletria. Deixar cozer para apurar os sabores – se a aletria começar a ficar seca, acrescentar mais leite. Vai-se provando até ficar com o gostinho certo, só assim se sabe quando fica pronto. Tirar a casca de limão e os paus de canela antes de empratar. Polvilhar com canela em pó e servir (quente ou fria).

Roupa velha

Mãe da Ana Patrícia Silva

Ingredientes
* Bacalhau, batata e couve (tudo cozido na noite anterior)
* Azeite
* Cebola
* Alho
* Sal e especiarias (pimenta, noz moscada, cominhos)

Modo de preparação
É um prato para aproveitar as sobras da noite de Natal. No Minho, é comido no almoço de 25 de Dezembro, antes do prato principal (cabrito). Primeiro desfaz-se o bacalhau em lascas e tira-se as espinhas, corta-se as batatas e as couves em pedaços. Leva-se ao lume o azeite, a cebola às rodelas e o alho picado. Quando as cebolas começarem a amolecer, acrescentar as sobras e os temperos (sal, pimenta, noz moscada e cominhos, a gosto). Deixar aquecer em lume brando com a caçarola tapada e ir mexendo de vez em quando. Em menos de 15 minutos fica pronto.

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Mexidos

Mãe da Ana Patrícia Silva

Ingredientes
1,5 l de água
1 colher de sopa de manteiga
1 cálice de vinho do Porto
Casca de um limão
Pau de canela
2,5 dl de mel
1 chávena de açúcar
Frutos secos: pinhões, nozes, uvas passas, amêndoas (cerca de 40 g de cada)
250 g de pão

Modo de preparação
Demolhar as passas e os frutos secos em água durante algumas horas, para incharem. Num litro e meio de água deitar a manteiga, o cálice de vinho do Porto, a casca de um limão, o pau de canela, o mel, uma chávena de açúcar e uma pitada de sal. Levar ao lume e deixar ferver durante 15 minutos. Juntar os pinhões, nozes, passas e amêndoas e deixar cozer mais 15 minutos. Esfarrapar o pão velho, juntar à panela e deixar cozer mais um pouco. É importante mexer a mistura de vez em quando, para não fazer grumos. Empratar, polvilhar com canela e comer.

Bilharacos

Avó Arminda da Renata Lima Lobo

Ingredientes
1 kg de abóbora menina
2 a 3 ovos inteiros
200 g de açúcar
100 g de farinha
Raspa de limão
Meio cálice de aguardente ou vinho do Porto
Canela em pó

Modo de preparação
Leva-se a abóbora a cozer com um pouco de sal. Depois de cozida, escorre-se a água para um pano ou saco de pão e pendura-se na torneira da cozinha. Durante 24 horas vai-se espremendo a abóbora de forma a tirar todo o excesso de água. Em seguida, juntam-se os ovos, a farinha, o vinho do Porto ou aguardente e o açúcar, até ficar uma massa com a consistência dos bolinhos de bacalhau. Fritam-se em óleo muito quente, cuja temperatura se pode testar com um bocadinho de massa que não deverá ficar ensopada em óleo. Depois de fritos, põem-se a escorrer em papel absorvente. Por fim, colocam-se numa travessa e pulverizam-se com canela e açúcar.

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Rabanadas

Avó Lourdes da Vera Moura

Ingredientes
0,5 dl de leite
1 casca de limão
Canela em pó q.b.
1 colher de sopa de manteiga
3 colheres de sopa de açúcar
3 ovos
Óleo para fritar
Pão fatiado (não deve ser do dia)

Calda
6 colheres de sopa de água
3 colheres de sopa de açúcar
2 cálices de vinho do Porto
1 cálice de aguardente

Modo de preparação
Ferve-se o leite com a casca de limão e junta-se a canela, a manteiga e o açúcar. Batem-se os ovos. Depois de pôr o óleo a aquecer, molham-se as fatias de pão na mistura de leite e depois passam-se pelos ovos batidos. Depois de fritar, secam-se em papel pardo e polvilham-se com açúcar e canela. No final, colocar as fatias na calda.

Biscoitos de aguardente

Avô Horta da Inês Garcia

Ingredientes
2 ovos
4 colheres de sopa de aguardente
4 colheres de sopa de leite
4 colheres de sopa de azeite fervido
4 colheres de sopa de açúcar
2 colheres de sopa de fermento
0,5 kg de farinha

Modo de preparação
Amassar tudo muito bem e deixar a massa repousar cerca de 15 minutos. Tender a massa e fazer um feitio a gosto. Fritar em óleo muito quente e polvilhar com açúcar e canela.

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Fatias douradas em vinho

Avó Elisa da Cláudia Lima Carvalho

Ingredientes
50 cl de vinho tinto
2 colheres de açúcar
Um pau de canela
10 fatias grossas de pão
2 ovos

Modo de preparação
Numa panela, levar ao lume meio litro de vinho tinto com duas colheres de açúcar e um pau de canela. Verter para um prato para mergulhar as fatias de pão cortadas. Passar depois o pão por dois ovos batidos. Fritar em óleo.

Fritos Flor

Avó Luísa da Inês Garcia

Ingredientes
500 g de farinha
5 ovos
2 laranjas
1 colher de sopa de açúcar
Água e sal q.b.
1 cálice de vinho do Porto
Açúcar e canela q.b.

Modo de preparação
Peneirar a farinha para dentro de uma tigela. Juntar uma pitada de sal, o açúcar e água suficiente para obter uma massa mole. Adicionar depois as gemas, a raspa da casca das laranjas, o vinho do Porto e deixar a massa repousar. Na altura de utilizar, incorporar as claras batidas em castelo. Mergulhar a forma de filhós (tem de ir buscar à arrecadação das avós, se não tiver por aí) em óleo bem quente, escorrer e introduzir na massa. Colocar a forma no óleo, sacudi-la para a massa cair e deixar fritar até alourar. Servir as filhós polvilhadas com açúcar e canela a gosto.

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Bolinhos de arroz

Avó Elisa da Cláudia Lima Carvalho

Ingredientes
200 g de arroz
400 ml de leite
3 colheres de sopa de açúcar
1 pau de canela
3 ovos
Açúcar e canela a gosto

Modo de preparação
Cozer o arroz com o leite e o pau de canela. Retirar do lume e deixar arrefecer. Juntar então o açúcar e os ovos e envolver tudo muito bem. Com a ajuda de uma colher, fazer pequenos montinhos para fritar em óleo.

Tudo para a mesa de Natal

É um doce simples, replicado pelos mais gulosos muitas vezes ao longo do ano, mas é nesta época que mais brilham na mesa. As rabanadas são fatias generosas de pão que, depois de molhadas em leite (há versões alcóolicas da coisa), são envolvidas em ovo e fritas logo a seguir até ficarem douradas – não é por acaso que os mais antigos lhes chamam fatias douradas. Seguindo a receita à risca é polvilhá-las depois com açúcar e canela, mas em Lisboa há quem suba a outro nível e as sirva como sobremesa em versões arriscadas e não tão natalinas, algumas com direito a estar na carta durante todo o ano. Em época de Natal, há versões clássicas e outras novinhas em folha para ir dourar a sua mesa. Todas podem, e devem, ser encomendadas com antecendência.

Por esta hora já deve ter começado as festividades natalícias e empanturrado umas quantas de fatias de bolo-rei. Este bolo redondo com um buraco no centro já não tem fava nem pequena figura de loiça (diz que era coisa capaz de engasgar quem o comesse por engano), mas continua a ser uma tradição querida da época. Popularizou-se em Portugal no século XIX, seguindo uma receita originária do sul de Loire, que ainda hoje se mantém. Este bolo é em forma de coroa e feito de massa lêveda. Consta que a primeira casa a vendê-lo foi a Confeitaria Nacional, que se mantém firme na lista dos melhores sítios para comprar o bolo-rei. 

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Sem fava nem boneco de loiça, mais ou menos redondinhos, com frutos cristalizados ou caramelizados, muitos frutos secos e um cheirinho licoroso. Mesa de doces de Natal tem de ter estas sumidades, mas já lá vão os tempos onde só os mais tradicionais bolos-rei e rainha tinham direito a sentar-se. Se não é fã dos clássicos, nesta lista encontrará opções fora da caixa, com chocolate e avelãs, em formato coroa a ir buscar inspiração à babka, com folhas de ouro ou até numa versão mais progressista com croissants a servir de base do bolo. Este Natal é diferente, portanto os bolos rei e rainha também podem ter personalidade. Sempre com qualidade. Encomende já.

  • Pastelarias

Os troncos de Natal não são tradição portuguesa. É uma sobremesa típica em França ou na Bélgica nesta altura do ano e, na sua versão mais tradicional, a sua aparência é o mais próxima possível de um tronco de lenha (afinal, representa um hábito da quadra, em que as famílias se reuniam em volta da lareira para ouvir histórias e entoar cânticos de Natal enquanto um enorme tronco queimava). Mas por cá os troncos de Natal já se juntaram às rabanadas, azevias, sonhos, fatias douradas, coscorões e bolos-reis para agradar aos mais esquisitos ou adoçar ainda mais a quadra com novos sabores. Provámos e aprovámos estes sete troncos. Trate já das encomendas para a sua mesa de Natal nestes cafés e pastelarias com os melhores troncos de Natal em Lisboa.

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