Corleone
Francisco Romão Pereira Spaghetti all’aragosta
Francisco Romão Pereira

Mamma mia! Os novos restaurantes italianos que tem de conhecer

Nos últimos meses abriram vários espaços com pizzas e massas dignas de uma visita.

Cláudia Lima Carvalho
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Do risotto e das pizzas em forno de lenha à massa fresca, não esquecendo a burrata, o tiramisù e as bebidas típicas, como o limoncello, o aperol ou o negroni. Os portugueses ainda dizem "ciao" e "prego" à gastronomia vinda de Itália, que continua a ser uma das favoritas e indispensáveis na oferta da cidade. Prova disso são os vários restaurantes italianos em Lisboa que apareceram nos últimos tempos e aos quais não faltam clientes, ansiosos por uma boa dose de hidratos de carbono. Os que encontra nesta lista são os que abriram nos últimos meses e que merecem uma visita. 

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Os novos restaurantes italianos que tem de conhecer

  • Lisboa

Ao fim da tarde, a esplanada fica composta em menos de nada e não tem sido diferente desde que abriram em Abril. Ajuda que o Rude, dos mesmos donos, dois números abaixo, se tenha estabelecido no bairro, mas não é só isso. Gonçalo Salgado sabia desde o início o que queria (e não queria) fazer. Para o Finória, trouxe o conhecimento de seis anos à frente do restaurante italiano Salti Vera Pizza, em Oeiras, entretanto fechado. Apesar de as pizzas terem um grande destaque na carta e na comunicação do restaurante, resumir o Finória a uma pizzaria seria demasiado redutor. “Somos um restaurante italiano, focado acima de tudo na qualidade do produto”, defende Gonçalo. Acresce que a pasta é feita todos os dias no restaurante, tanto para a carbonara (11,50€) como para o ravioli com porcini, asiago e trufa (12€), ou para a lasanha com ragu e cogumelos (13€), que também já começa a dar que falar. Entre as pizzas que levam tomate na base e aquelas que levam mozzarella, há cerca de duas dezenas de opções, além de quatro calzones. Nas bestsellers estão a burratina (14,50€), com tomate, mozzarella, burrata, parma e manjericão, a caserta (13€), que ao tomate e à mozzarella junta speck, cebola e alho, e a pera e zola (13€), com mozzarella, pêra e gorgonzola. É nas pizzas brancas que fica aquela que leva o nome da casa com mozzarella, asiago e porcini (13,50€). Por fim, um conselho em jeito de provocação: não deixe de espreitar a casa de banho. Sem revelar muito, foi feita dentro da câmara frigorífica do talho que antes existiu aqui. 

  • Cais do Sodré

O espaço é pequeno e os mais distraídos poderão até não dar por ele, muito por culpa dos andaimes que o tapam. Mas que isso não seja isso impedimento para se descobrir a Sofi' Pizza & Vinho, aberta na Travessa dos Remolares pelos donos do Jobim, no Príncipe Real. Nesta aventura, a dupla Pedro Ivo Carvalho e Antonio Setembrino conta ainda com o chef Gil Guimarães, cuja pizzaria em Brasília tem sido apontada como uma das melhores do Brasil – e uma das melhores da América Latina segundo o Top Pizza. A funcionar há apenas dois meses, a Sofi’ tem já o certificado da Associazione Verace Pizza Napoletana (AVPN), muito graças ao trabalho reconhecido do pizzaiolo brasileiro. Muitos dos produtos usados, de origem certificada, chegam de Itália, embora a entrada de pequenos produtores portugueses na equação não seja nunca descartada. Também por isso, o menu é curto. São sete as pizzas napolitanas, ou seja, com a massa ligeiramente mais alta. Da mais simples margherita (11,50€) às mais compostas como a que leva presunto de bolota de porco preto e burrata (16€) ou a que junta queijo da Serra da Estrela a um chouriço português picante, tomate coração de boi e crumble de amêndoa (16€). Antonio é sommelier, e aplica nos vinhos o mesmo critério que aplica na procura pelos melhores ingredientes. “Queremos vinhos fora da caixa, que respeitem o terroir, que respeitem o local e as pessoas que o fazem”, conta. São vinhos essencialmente de baixa intervenção e de diferentes partes do mundo. Por agora, são três as opções a copo (4€-5€), e pouco mais de uma dezena à garrafa (18€-38€).

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  • Oeiras

Mesa farta a desta madrasta, ansiosa por dar provas de ser boa anfitriã. Da cozinha, saem clássicos de sempre, como os pastéis de massa tenra, o carpaccio de polvo e pico de gallo ou ovos rotos com presunto. Os pratos de massa (14€-22€) são feitos com a pasta fresca que já circula nas restantes cozinhas do grupo. Já as pizzas (10€-16€) têm o dedo de Luiz André Alvim, da Bike Bakery. Resulta de um processo de fermentação lenta que a deixa volumosa e arejada, porém crocante. Se, dentro dos pratos principais, quiser ir directo ao assunto, há três pratos que não convém perder – o arroz de forno com magret de pato, o arroz cremoso de lavagante e a lasanha de costela mendinha, densa mas feita para se desfazer na boca numa questão de segundos. O espaço é bem iluminado, aberto para o exterior. O edifício mantém a traça curvilínea dos anos 50, embora tenha sido totalmente remodelado. Há uma esplanada, a pensar nos longos dia de sol, e um terraço com bar, a puxar aos brindes ao pôr-do-sol.

  • Grande Lisboa

Da rua, a esplanada chama imediatamente à atenção. Não é para menos: a varanda do hotel Villa Cascais, onde fica o Corleone, é bonita. As cores sóbrias, mas vivas, chamam por quem passa. E não é diferente no interior, onde reinam os tons amarelos e azuis, veranis, como Cascais, mas também como o sul de Itália, que inspiraram Miguel Garcia a fazer um restaurante italiano como ainda não existia na vila. O nome nada tem a ver com a máfia, é antes uma referência directa a Corleone, na Sicília. É essa a inspiração também por trás da carta de cocktails – nos vinhos o foco mantém-se em Itália. "Um restaurante italiano idealizado e com menu feito por um chef italiano é algo que não existia em Cascais", defende Miguel. O chef é Rodolfo de Santis. Natural de Puglia, foi no Brasil que fez nome na última década, quando criou o restaurante italiano Nino, que depressa deu que falar, multiplicando-se pelo país. Como num italiano clássico, a carta divide-se entre antipasti, primi e secondi e dolci – “tudo feito com as receitas tradicionais do sul de Itália”, assegura o responsável. Nas entradas, há, por exemplo, vitello tonnato (16€) ou uns irresistíveis arancini (12€). Nos primi, estão as massas como a carbonara (22€) ou o vistoso spaghetti all’aragosta (35€), com bisque de crustáceos, tomate fresco, rúcula e cauda de lagosta grelhada. Já nos secondi, tanto é possível pedir um risoto de limão com camarão grelhado (28€), como uma costeleta de vitela panada, com rúcula, tomate fresco e mozzarella (28€) – a famosa milanese. Nas sobremesas, o mesmo cuidado e atenção.

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Já existia no Rio de Janeiro e abriu em Março de 2024 bem no centro de Cascais. Idealizado pelo chef brasileiro Nelson Soares, aposta na culinária italiana, sobretudo de inspiração transalpina, mas com um conceito influenciado pelo minimalismo nórdico, em que cada prato tem, no máximo, cinco ingredientes base. No Rio de Janeiro, a cozinha é completamente aberta. Ali, como não puderam deitar abaixo a parede estrutural que separa a cozinha da sala, optaram por uma solução diferenciadora: têm uma mesa triangular às portas da cozinha onde finalizam a preparação e o empratamento de todos os pratos, à vista dos clientes. O Sult conta ainda com uma ampla carta de vinhos, com muitas referências de pequenos produtores.

  • Baixa Pombalina

A primeira Pizzaiollo abriu em 2023 no Chiado no lugar do Café Royale. Um ano depois, o grupo Fullest continua a fazer crescer o seu portfólio e a espalhar a sua pegada pela cidade. A mais recente pizzaria abriu em plena Baixa, na Rua dos Correeiros. O espaço é pequeno, com a decoração clássica de restaurante italiano, já marca da Pizzaiollo, que soma moradas na Avenida da Liberdade e no Parque das Nações, além do Chiado. As pizzas destacam-se pela massa fina e estão lá a clássicas todas, da margherita (12,40€) à diávola (15,90€). 

Lisboa à mesa

Sendo a Time Out afamada pelas suas listas, esta que aponta os melhores restaurantes em Lisboa (e aqui mesmo ao lado) é, provavelmente, a mais discutida – e também a mais procurada. Levamos tempo a chegar ao número final, sabendo sempre que a unanimidade à mesa não existe. Vamos a um teste? Qual é o melhor croissant? E a melhor bifana? E onde é que se come o melhor cozido à portuguesa ou o melhor bacalhau? Nunca haverá uma só resposta. Certo é o esforço feito para demonstrar a diversidade de uma cidade que não pára de crescer. Um esforço que é também fruto de muitas visitas a restaurantes – e nunca é demais lembrar que a Time Out não escreve sobre restaurantes onde não foi, assim como os críticos da Time Out visitam os restaurantes anonimamente e pagam pelas suas refeições. 

Não há como evitar o elefante na sala: está caro sair em Lisboa e comer fora já foi mais barato. São vários os motivos que explicam a subida de preços, mas a verdade é que fica cada vez mais difícil acompanhar. Felizmente, restam uns quantos achados que cumprem os requisitos quando o prato chega à mesa mas também quando chega a hora de pedir a conta. Entre tascas, petiscos e cozinha do mundo, a garantia é que nestes restaurantes baratos em Lisboa, a conta nunca vai sair pesada. São os melhores restaurantes para comer muito e pagar pouco. Em alguns até consegue fazer a festa por menos de dez euros (embora para essa categoria tenhamos outras sugestões).

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