Almada expõe individualmente pela primeira vez em 1913, na Escola Internacional, apresentando 90 desenhos. É por esta altura que estabelece contacto com uma das figuras indissociáveis do seu trajecto, Fernando Pessoa, na sequência da crítica à exposição que este publica em A Águia. Nesse mesmo ano, o jovem artista participa na II Exposição dos Humoristas Portugueses, sendo apresentado o Grémio Literário, instituição fundada em 1846 e que resiste no coração do Chiado, como o cenário escolhido para o efeito. Almada Negreiros colabora como ilustrador em jornais, despacha a sua primeira obra poética, prepara o primeiro projecto de bailado (O Sonho da Rosa), desenha o primeiro cartaz ("Boxe"). Chegado à agitada Lisboa de 1914, colabora como director artístico no semanário monárquico Papagaio Real.
Desenhou, pintou, escreveu, declamou. Tanto e tão bem que é de fazer corar os pós-modernos. Até 5 de Junho, a Fundação Calouste Gulbenkian dedica a Almada uma mostra com cerca de 400 peças assinadas por um dos mais relevantes nomes do panorama cultural português. Regresse ao futurismo do século XX com uma paragem neste espaço expositivo e em sete outras moradas obrigatórias da cidade de Lisboa.