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O Outono instalou-se finalmente. Chove, arrefece, anoitece mais cedo. A cidade não pára, mas também temos boas desculpas para ficar em casa.
Cinco séries ideiais para evitar contacto social. Três livros novos para dias de chuva. Quatro sítios que lhe levam comida a casa. Se precisava de desculpas para ficar em casa com o mau tempo, nós damos uma ajuda. Ou melhor, 12.
A segunda temporada de uma das mais originais e divertidas comédias dos últimos anos chegou ao Netflix em Setembro. Se alguma vez quis saber o que acontece depois de morrermos – sem ter de passar pela chatice de morrer – tem aqui um excelente exercício de imaginação: o céu, as pessoas que lá estão e as chatices que advêm da vida eterna são, vai-se a ver, hilariantes.
E é essencial ver em que estado está o demogorgon e o que anda a tramar aquela canalha bisbilhoteira. A segunda temporada desta série de mistério paranormal embebida em nostalgia pode ser sorvida de uma assentada desde sexta-feira passada. Ainda não viu? São nove episódios fresquinhos.
Estamos a viver uma era dourada do entretenimento televisivo, por isso não ver Mr. Robot é como um egípcio não ligar muito aquelas pirâmides que andavam a montar lá no deserto. É um dos melhores thrillers informáticos de todos os tempos e coloca questões bastante actuais sobre identidade, segurança e o regabofe que acontece entre os bits e bytes que nos governam. Começou há duas semanas a terceira série.
Há cada vez mais e melhores desenhos animados para gente crescida. Big Mouth é uma série desbocada sobre uma das fases mais estranhas da vida de um ser humano: a puberdade, ou pré-adolescência ou, como gostam de lhe chamar as mães, “a idade parva”. Há dez episódios para ver no Netflix – e já está na calha uma segunda temporada.
Até porque dá jeito saber como funciona a mente de um assassino. Uma pessoa nunca sabe quando pode ser preciso. Caçador de Mentes é a nova série fetiche dos detectives de sofá e uma sugestão perfeita para bingewatching num dia de chuva. E, consequentemente, uma maneira interesseira de desejar que chova abundantemente.
Os personagens criados por Uderzo e Goscinny estão de volta, agora pelas mãos de Jean-Yves Ferri e Didier Conrad, a dupla que desde 2013 toma conta dos indomáveis gauleses – e em boa hora, porque ninguém se quer lembrar daquele álbum de Astérix com os ETs, pois não? Desta vez os nossos heróis vão fazer uma corrida por Itália. E há lusitanos metidos ao barulho.
Saiba mais aqui.
O novo livro de RAP tem o interessante subtítulo “Rabugices sobre os novos puritanos e outros agelastas” e o condão de introduzir a palavra “agelastas” no nosso quotidiano. Bravo. As páginas juntam reflexões sobre vários temas, mas um foco grande na liberdade de expressão e outras questões, como é que se diz?, problemáticas.
Saunders, um dos maiores contistas vivos, aventura-se pela primeira vez no romance e a coisa parece que lhe correu bem: ganhou o Man Booker Prize há poucas semanas e o novo livro é louvado como uma obra-prima pelos seus pares e pela crítica. Chega em boa hora às bancas a sua tradução portuguesa.
Este ano o Pigmeu anunciou que tem entregas ao domicílio e o contacto com seres humanos é limitado ao mínimo: pode fazer a encomenda online, pelo site do restaurante, e só vestir um par de calças para vir receber a comida à porta (e mesmo isso está ao seu critério). O Sushic também começou a entregar as suas invenções de peixe cru em casa. É ligar para o Sushic Pop (21 096 6877), mas tenha atenção: a zona de entregas é limitada. Se precisa de algo mais exótico para animar o seu fim-de- -semana de hibernação peça ao Cantinho do Aziz que lhe leve um caril de camarão e uns exemplares das autoproclamadas “melhores chamuças de Portugal”. Tem espaço para sobremesa? Lembramos que o Santini faz entregas em casa de caixas de gelado que podem chegar aos dois litros. Será que chega?
Sally Potter regressa a preto e branco. Hercule Poirot volta a investigar Um Crime no Expresso do Oriente. Zack Snyder reúne finalmente a Liga da Justiça. Elizabeth Moss brilha no vencedor da Palma de Ouro de Cannes 2017. Julie Delpy faz um viúvo alegre. Acontece tudo isto (e não só) nos filmes que se estreiam nos cinemas portugueses em Novembro. Não se pode pedir muito mais.
Novembro é o mês do Movember. Mas é também (coisa que talvez a muitos mais importante) um mês maravilhoso no Luxfrágil. Basta olhar para estes oito nomes - e mais há - para se perceber que vai ser um mês crítico para a carteira. Faça contas.
Em Novembro ponha tudo a secar que pode o sol não voltar, como se dizia antigamente. Outro bom conselho: cave fundo em Novembro, para plantar em Janeiro. Quando tiver completado estas tarefas cruciais, veja um concerto em Lisboa. Miguel Araújo no Coliseu dos Recreios é um dos destaques do mês. UB40 e Shakira na MEO Arena são outros. Numa onda completamente diferente, há Father John Misty no Coliseu dos Recreios. E mais coisas boas.
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