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Oito filmes a não perder no Queer Lisboa

O festival de cinema mais antigo da cidade está de volta ao Cinema São Jorge.

Escrito por
Clara Silva
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Com lugares marcados, máscaras obrigatórias e lotação reduzida, o Queer Lisboa consegue marcar presença na cidade em plena pandemia. “O que seria um festival de cinema queer online? Como poderia ser transposta uma experiência por natureza comunitária, para o isolamento de uma casa, frente ao ecrã?”, pergunta o director do festival, João Ferreira.

“O Queer Lisboa e o Queer Porto, neste ano atípico, celebram o presente e recusam terminantemente o ‘distanciamento social’. Celebram a presença, a corporalidade, mas também o medo e o risco.”

A 24.ª edição presencial, no Cinema São Jorge e com direito a uma sessão especial na esplanada da Cinemateca, traz centenas de filmes de temática queer, do activismo LGBT na Chechénia ao retrato de uma criança transgénero – escolhemos oito, para lhe facilitar a vidinha.

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Oito filmes a não perder no Queer Lisboa

1. Los Fuertes

O filme do chileno Omar Zúñiga foi o escolhido para abrir a edição deste ano do Queer Lisboa.  A história é a de Lucas, que viaja para o sul do Chile para visitar a irmã e acaba por se apaixonar por António, contramestre de uma embarcação local. Los Fuertes ganhou este ano o Grande Prémio do Júri no OutFest, festival de cinema LGBT de Los Angeles.

Sexta, 18, às 21.00, e domingo, 20, às 16.00, no Cinema São Jorge.

2. Vento Seco

Um dos oito filmes na competição de longas-metragens, do brasileiro Daniel Nolasco, é um “retrato prodigioso de um lugar onde ainda soam baladas sertanejas e a identidade gay é mal tolerada”. Passado numa pequena cidade no interior de Goiás, acompanha a vida de Sandro, o seu relacionamento com Ricardo, colega de trabalho, e um novo e misterioso rapaz, Maicon, que desperta o seu interesse. O filme estreou-se em Fevereiro no Festival de Cinema de Berlim.

Sábado, 19, às 22.00, e terça, 22, às 19.30, no Cinema São Jorge.

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Queer Genius
DR

3. Queer Genius

Há oito filmes de várias temáticas na competição documental do Queer Lisboa. Um deles, Queer Genius, de Chet Catherine Pancake, traça o retrato de cinco artistas experimentais queer: a cineasta Barbara Hammer (morreu o ano passado), a poetisa Eileen Myles, o colectivo Futurism Black Quantum (do qual faz parte a música e activista Moor Mother e a advogada e artista Rasheedah Phillips) e também a performer Jibz Cameron. O filme analisa as suas vidas criativas, os desafios que enfrentaram e deixa uma provocação: “O que é o génio?”

Sábado, 19, às 21.30, no Cinema São Jorge.

4. Welcome To Chechnya

Também na competição de documentários, Welcome To Chechnya acompanha um grupo de activistas que arriscam a vida para enfrentar a campanha anti-LGBTQI+ na Chechénia. O documentário da HBO, realizado por David France (também realizador do documentário sobre a activista trans Marsha P. Johnson, A Vida e Morte de Marsha P. Johnson, disponível na Netflix), estreou-se no Festival de Sundance. Em Berlim, ganhou o prémio Teddy para filmes LGBT. O realizador recorreu a técnicas digitais para modificar a cara dos intervenientes e protegê-los de perseguições. O filme foi realizado em segredo, com câmaras ocultas, GoPros e telemóveis.

Domingo, 20, às 19.00, e quinta, 24, às 16.00, no Cinema São Jorge.

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5. Judy versus Capitalism

Na secção Queer Art, “para dar a conhecer e reflectir sobre um cinema mais experimental e até disruptivo” há oito filmes em competição. Este, do canadiano Mike Hoolboom, centra-se na figura da sua amiga, a feminista, activista e jornalista Judy Rebick, uma das representantes do Canadá mais progressista desde a década de 70. Filmado em Super8, é ao mesmo tempo um retrato sobre a saúde mental.

Quinta, 24, às 21.30, no Cinema São Jorge.

6. #cruising

Este ano, a secção Queer Focus tem seis programas distintos, cada um dedicado a um tema: #cruising, #skin, #bodies, #sex, #memory e #play. Na secção dedicada ao cruising, um tema que “ganha uma renovada dimensão no contexto da pandemia, onde se evidencia a necessidade de encontrar espaços onde o desejo sexual encontre permissão entre aqueles que o procuram e que sentem a necessidade de o experienciar mesmo que contra as normas”, vão ser exibidos cinco pequenos filmes: Bodies without Bodies in Outer Space, Fuck Tree, Sodom, GUO4 e Afterimages.

Segunda, 21, às 18.00, no Cinema São Jorge.

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7. Race d’Ep!

Numa sessão especial na esplanada da Cinemateca será exibido este filme documental de 1979, de Lionel Soukaz e Guy Hocquenghem, que faz a história da homossexualidade moderna ao longo do século XX, desde os primórdios da sexologia e os nus do Barão von Gloeden, até ao ativismo gay e cruising nas ruas de Paris. O filme inspira a exposição com o mesmo nome de João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira, para ver entre 23 de Setembro e 23 de Outubro na galeria da Stolen Books, na Avenida Estados Unidos da América.

Terça, 22, às 21.30, na esplanada da Cinemateca Portuguesa.

8. Petite Fille

O Queer Lisboa termina a 26 de Setembro com a exibição de Petite Fille, de Sébastien Lifshitz. O documentário, filmado ao longo de um ano, acompanha a vida de Sasha, de 7 anos, que sempre soube que era uma menina, mesmo tendo nascido rapaz.  A sua família tenta que a escola reconheça a sua identidade de género. Foi apresentado no Festival de Cinema de Berlim, onde obteve boas críticas. A revista Les Inrockuptibles considerou-o mesmo “uma das imagens fortes do festival.”

Sábado, 26, às 21.00, no Cinema São Jorge.

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Os primeiros bares gays em Lisboa começaram a espreitar pela fresta do armário nos anos 60. Hoje, os dedos de duas mãos não chegam para os contar. Este é só um sinal de que a cidade está cada vez mais arejada e pronta para acolher toda a gente. De quartos escuros a bares fetichistas, sem esquecer discotecas onde se dança nu e terminando nos melhores sítios para beber um copo ao fim do dia. Para que as suas noites sejam sempre arco-íris e nunca cinzentas, preparámos-lhe uma lista com os melhores bares gay em Lisboa.

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