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teatro
Fotografia: Filipe Ferreira/ Teatro Nacional D. Maria II

Medos há muitos mas o Lobo Mau vai ajudar-nos a lidar com eles

Lá em casa alguém tem medo do escuro, dos monstros no armário ou da trovoada? Fomos aprender a resolver medos na nova peça de teatro do Boca Aberta, que chega ao D. Maria II já este sábado.

Raquel Dias da Silva
Escrito por
Raquel Dias da Silva
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“Não ter medo de nada é uma seca”, comenta o Lobo Mau, antes de começar a falar sobre a sua carreira como Senhor Doutor dos Medos, perdão, Senhor Professor Doutor dos Medos. É uma profissão difícil: têm de se passar muitas receitas e nem sempre funcionam. Mas o Lobo Mau, perdão, Lobo Antunes (Lobo Mau é alcunha) não desespera. A não ser quando a Menina do Casaco Vermelho ameaça abrir uma carta “Muito muito muito muito importante”. Aí a voz falha, as pernas tremem como gelatina, as costas arrepiam-se. E, por muito que a Menina insista, o Lobo não a quer abrir, nem a esta nem às outras todas que se acumulam na caixa do correio. Será que tem medo de as ler?

A estreia de Abre a carta, Lobo Mau! está marcada para este sábado, às 16.00, no Salão Nobre do D. Maria II.  Mas antes importa esclarecer por que é que já ninguém parece ter medo dos olhos tão grandes, das orelhas tão grandes, da boca tão grande do Lobo Antunes. Antes, todos na floresta saltavam de susto só de pensar nele. Agora, está velho, substituiu os sustos pelo tricot e a Menina do Casaco Vermelho, que o visita todas as quintas-feiras, leva-lhe bolinhos de manteiga e amoras e muitos medos para resolver. Esta amizade curiosa começou em Mau, Mau, Lobo, Mau!, a primeira parte desta história, que esteve em cena entre Fevereiro e Março deste ano. “É possível ver este espectáculo de forma independente, mas é importante para os miúdos, que em princípio acompanham este ciclo, reconhecer não só os actores, mas também as personagens”, explica a encenadora Catarina Requeijo, que desenvolve espectáculos para crianças entre os três e os seis anos em parceria com o Teatro Nacional desde o início do projecto Boca Aberta.

A peça, que estará em cena até 2020, aos sábados à tarde em sessões descontraídas para famílias e durante a semana para jardins de infância, é uma colagem de textos escritos por Inês Fonseca Santos e Maria João Cruz, a partir de contos infantis e de cartas com medos, que “são verdadeiros testemunhos de crianças” – como o Xavier que, além de ter medo de baleias, também tem medo do escuro. A solução é, contudo, muito simples. Basta enfrentá-los: de dentes postiços, galochas ou pistola de Carnaval em punho. Depois há outros medos mais difíceis de resolver, como o do Lobo Mau. “O que vai ser desta floresta?”, pergunta, depois de revelado o mistério, num final amargo: vai ser despejado. 

Conhece esta história de algum lado?  “Sem querer fazer espectáculos panfletários, temos uma missão política no sentido mais lato da palavra e estamos engajados com os problemas da sociedade”, esclarece a encenadora. “O facto de ser para crianças não muda nada, porque eles também têm de saber o que está a acontecer. Muitos se calhar têm avós e famílias a ter de abandonar as suas casas.” E qual o destino do pobre lobo, afinal? Isso fica para o próximo capítulo.

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Receitas para medos: toma isto que isso passa

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  • Parque das Nações

Para este medo, temos não uma, mas duas receitas. A primeira é do Lobo Mau: banhos de barbatana nas costas e dentes postiços (para dar uma dentada no tubarão, caso apareça algum na banheira, porque nunca é demais prevenir). A segunda é nossa: visitar o Oceanário de Lisboa à noite, para descobrir como os tubarões podem ser uma boa companhia para dormir. Mas não faça como a Leonor, que passou a gostar tanto de tubarões que, numa visita com a escola, atirou-se para dentro do tanque sem saber nadar. A ideia é só olhar para eles e conhecer mais sobre a pele áspera, os dentes enormes, a velocidade estonteante e o olhar intimidante destes peixes. A actividade, que requer reserva, tem um custo de 60€ por participante.

  • Coisas para fazer

Ficar à mercê de meia dúzia de rodas descontroladas, cair e esfolar os joelhos? Arranje as devidas protecções e junte-se aos Urban Rollers, que se reúnem para rolar pela cidade às quintas e sexta-feiras. Se preferir ambientes mais controlados, aproveite as pistas de gelo dos mercados de Natal.

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