O melhor do Parque das Nações para as crianças

Num país com uma extensão de costa destas, e com uma tradição marítima que se perde nos tempos, era criminoso imaginar que o peixe só tem lugar no prato. Vai daí a exposição universal que aconteceu em Lisboa em 1998 encontrou neste edifício um dos seus pontos altos. O gigante aquário com milhões de litros de água salgada e centenas de inquilinos, entre águas temperadas, tropicais e frias, é paragem obrigatória na cidade. Além da romaria à exposição permanente, conte com mostras temporárias e actividades originais: que tal dormir com os tubarões ou ouvir fado entre os peixinhos?

Ser astronauta por um dia, andar num carro com rodas quadradas, ou descobrir a cozinha molecular. Fascinante para os miúdos, o Pavilhão do Conhecimento – Ciência Viva corre o risco de ser surpreendente também para os mais crescidos. O museu da ciência nascido em 1999 no Pavilhão do Conhecimento dos Mares da Expo 98 vive num edifício desenhado pelo arquitecto premiado Carrilho da Graça e acolhe uma exposição permanente empolgante para crianças com tiques de engenhocas e várias exposições temporárias perfeitas para futuros cientistas.

Se o ZeroZero do Príncipe Real já era um bom poiso para levar os miúdos, o do Parque das Nações — com as mesmas pizzas mas vista para o rio e vizinhos de peso, como o Oceanário e o Pavilhão do Conhecimento — nem se fala. Além das mesas redondas, perfeitas para famílias, destacam-se, como seria de esperar, as receitas baseadas na sazonalidade, que combinam produtos de época nacionais com os melhores ingredientes italianos, como o presunto speck ou o queijo Taleggio. Para os pais, há ainda deliciosos cocktails feitos com prosecco.

Desaconselhamos que siga as pisadas do nosso intrépido fotógrafo, que passou a viagem em pé, de braço de fora da janela, com a sua máquina fotográfica. Mas não deixe de fazer o seu postal das alturas — e leve os miúdos a reboque. Sente-se e aproveite a vista, porque a deslocação em teleférico, cerca de 30 metros acima do solo e do rio, vale a pena. É uma das heranças de 1998 e não deve ficar exclusivamente nas mãos e olhos dos turistas. Uma viagem de ida e volta custa entre 6,50€ e 9,50€ ida e volta (é grátis até aos dois anos).

Na Doca dos Olivais, junto ao Oceanário de Lisboa, a água está mesmo a pedi-las e aos domingos não se falha. Todas as semanas, das 09.00 às 11.00 ou das 11.30 às 13.30, o centro náutico aposta na canoagem para maiores de dez anos. Pode fazer baptismos (10€/pessoa), aulas particulares avulso (20€/hora) ou, caso os miúdos queiram repetir a dose, poupar com uma subscrição mensal (25€ de inscrição e 30€ de mensalidade). Melhor só arriscar num programa em família com um curso de canoagem para três pessoas (100€/8h).

Emblemático, quer pela localização quer pelo enquadramento paisagístico, este parque para skates e patins (que foi alvo de uma requalificação e reabriu em 2020) é tão popular que até tem direito a um grupo de fãs no Facebook. E, porque é sabido que o desporto dá sede, há vários pontos de água próximos. Melhor só a pista de Pump Track aí perto, que até já foi palco de uma etapa do Campeonato do Mundo de Pump Track e inclui, além da principal, uma pista para aprendizagem. Se quiser deixar os miúdos experimentar, aproveite para apreciar o enquadramento paisagístico, com vista para a ponte e para o rio Tejo.

Sabia que a zona do Parque das Nações está cheia de arte urbana? Em 2021, o Parque das Nações foi a grande tela do Festival Muro, organizado pela Galeria de Arte Urbana da Câmara Municipal de Lisboa. Os murais e empenas que lá ficaram, como peças de arte numa galeria a céu aberto, são uma óptima desculpa para sair de casa e aproveitar um roteiro artístico em família. No site da Junta de Freguesia, encontra um mapa, que poderá imprimir para maior conveniência e onde estão assinaladas todas as obras de arte urbana.

Está entre o Oceanário de Lisboa e o Tejo, e chama-se assim porque o terreno simula o ritmo do oceano e o movimento das águas, um projecto da autoria da artista Fernanda Fragateiro. Além de poder deixar os miúdos correr à vontade, pode deitar-se na relva e ter um encosto natural enquanto come e se deleita com mais uma refeição ao ar livre. Quer mais?

Cento e trinta e nove degraus. Leu bem. Para chegar ao ponto mais elevado do Parque das Nações (não estamos a falar da Torre Vasco da Gama), é preciso subir pelo menos 104 degraus, havendo para os restantes 35 uma rampa alternativa. Contas feitas, caso queira passar um bom bocado com os miúdos numa zona verde escondida entre os arranha-céus de empresas e apartamentos da Expo, suba até ao Cabeço das Rolas. Lá em cima tem áreas relvadas generosas para estender a manta e apanhar sol ou petiscar. Também não faltam bancos de madeira à sombra e uma área de merendas com mesas e cadeiras. 

A calistenia é um método de exercício físico que usa apenas o peso do corpo para desenvolver a agilidade, força e resistência física. Este parque, na Rua Chen He, tem uma área de 390 metros quadrados e inclui coisas como tripla barra francesa de flexões, barra ondulada, equipamentos de barras paralelas baixas, barras paralelas duplas ou colunas de exercício, entre outros equipamentos. Sim, é um dos melhores sítios para os miúdos gastarem as pilhas.

Se preferir, arranje uma bola de basquetebol. Na Rua Chen He, na zona nascente do Parque das Nações, junto ao skate park e à pista de pumptrack, encontram-se três campos de basquetebol de rua, um deles preparado para receber provas oficiais desta modalidade. Numa área de 800 metros quadrados e reutilizando materiais existentes em estaleiro desde a Exposição Mundial de Lisboa de 1998, o projecto desportivo foi valorizado com uma extraordinária intervenção artística realizada pelo colectivo Thunders Crew e financiada pela Câmara Municipal de Lisboa.

Com seis restaurantes em Madrid e um em Ibiza, a Totale Pizzeria Pop chegou a Portugal para dar a provar “pizzas de alta qualidade a um preço justo”. Quem o diz é Tiago Pereira, um dos sócios e responsáveis pelo primeiro restaurante aberto em Lisboa, na Praça José Fontana, em frente ao Liceu Camões. Entretanto, a Totale também já tem espaços na Avenida de Roma, em Alvalade e no Parque das Nações. Aqui, as pizzas são artesanais e têm quantidades mínimas de gorduras adicionadas. As massas são elaboradas com farinhas seleccionadas, passando por um período de fermentação mínimo de 72 horas, existindo quatro variedades à escolha. E, atenção, há uma opção sem glúten, feita num forno especial para não haver contaminação.

Passar um dia família perto do rio e da natureza. É este o convite do Parque Tejo, situado entre o Parque das Nações e a Foz do Trancão. Com binóculos até podem aproveitar para fazer observação de espécies raras. Ou, porque não, levam antes um cestinho de piquenine para uma tarde mais relaxada, pelo menos para os pais. Os filhos, esses, podem correr à vontade e explorar o parque infantil.

Uma Academia de Pintura localizada na primeira linha de frente do rio? Confere. O quadro é este: fica a um passo do Teatro Camões e oferece um belo cenário para dar largas à criatividade e ao talento. Caso estes dois não estejam devidamente apurados, é só inscrever os miúdos num dos diferentes cursos e oficinas disponíveis. Esta é uma escola de pintura para todas as idades e níveis de experiência, especializada em desenho, técnicas aquosas (aguarela e acrílico) e urban sketchers. Há cursos de Setembro a Julho (70€/mês para crianças, com materiais incluídos) e oficinas temáticas.

Nesta piscina, sob gestão directa da Freguesia do Parque das Nações, tanto se pode frequentar aulas (a partir de 19,01€/1x por semana) como aparecer sem compromissos. Além de uma piscina com seis pistas, há um tanque de aprendizagem com três pistas e rampa de acesso. A inscrição tem um custo de 24,70€ (o seguro anual custa 19,10€) e o preço do passe mensal, de segunda a sexta até às 17.00, uma hora por dia, é de 25€. Os portadores de Cartão Jovem e os menores de 17 anos têm direito a 25% de desconto. Mande os miúdos vestir o fato de banho e vão todos dar um mergulho.

De pequenino se torce o geekzinho. É nisso que a escola de tecnologia e inovação Happy Code acredita. Daí os cursos pensados para miúdos dos cinco aos 17, que vão da programação à robótica, com espaço para a criação de jogos e apps. Tem lá em casa um aspirante a youtuber? O próximo Bill Gates ou Mark Zuckerberg? Basta inscrevê-lo num dos cursos regulares ou de férias. As aulas têm frequência semanal, ao longo do ano lectivo, e costumam durar 60 a 90 minutos. O curso regular presencial requer uma inscrição de 25€ e custa 600€/ano.

Vista-lhes a bata branca, ponha-lhes os óculos transparentes e despenteie-lhes o cabelo: para uma festa de aniversário diferente, transforme o seu filho e os amigos em cientistas malucos e deixe-os recriar a erupção de um vulcão, fazer o seu próprio slime ou participar numa corrida de balões. Tudo num ambiente de laboratório onde não faltam microscópios, tubos de ensaio e muitas substâncias mágicas. No Parque das Nações, o programa, para miúdos entre os seis e os 12 anos, pode acontecer quer na Expo Marina quer no Imagine Go, com uma duração de 2h a 2h30, a partir das 10.00 ou das 15.00. Os preços começam nos 17,50€/pessoa, sem lanche, para um mínimo de 12 crianças.

Há um mundo verdíssimo de fraldas reutilizáveis, acessórios para a praia, brinquedos eco e tudo o mais que for capaz de imaginar, que fazem com que dê por bem empregue a exploração da zona norte do Parque das Nações. Se tem dúvidas, nada de dar voltas à cabeça. É mais fácil consultar o blogue da Ecological Kids & Family ou recorrer ao atendimento online. Mas, se passar por perto, vale a pena ir espreitar as prateleiras e deixar os mais novos correr pelos corredores. Pode ser que o ajudem a encontrar o que precisa (ou mais tralha para o baú da brincadeira, ups…)