
Coisas para fazer na Penha de França
Não está assim tão longe do centro, mas é campo quase desconhecido para os turistas. Saiba o que fazer na Penha de França
É uma das grandes áreas residenciais da cidade e uma das mais procuradas por uma população cada vez mais jovem. A razão principal é simples: o preço médio por metro quadrado (2973€) é inferior à média da cidade (3333€), sendo apenas mais elevado do que em Marvila ou no Beato. Mas nem tudo são casas na Penha de França. A migração de alguma população para este lado da cidade também resultou na abertura de novos projectos e negócios que podem ser só o começo de uma nova vida para a freguesia.
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Coisas para fazer na Penha de França
Museu Nacional do Azulejo
Tornou-se independente do Museu Nacional de Arte Antiga em 1980 e, além de divulgar uma das mais nobres artes portuguesas, também recolhe, restaura e estuda os mais representativos exemplares da cerâmica e azulejos nacionais. Localizado no Convento da Madre de Deus, a sua arquitectura tem elementos manuelinos, barrocos e rococós, e o edifício inclui uma igreja em talha dourada com painéis de azulejos de grande escala, em azul sobre branco.
Parque Canino da Parada
Inaugurado em Junho de 2018, o projecto para a construção deste parque foi um dos vencedores do POP Penha 2016, o orçamento participativo dos fregueses da Penha de França. Localizado no Jardim da Parada do Alto de São João tem feito muitos peludos felizes e há muitos nesta zona da cidade.
A Avó Veio Trabalhar
Estas avós já dispensam apresentações e o projecto encontrou primeiro no Poço dos Negros e depois na Penha de França um cantinho cheio de charme. Mantas quentinhas, almofadas farfalhudas, bonecos fantásticos e até luvas – estas avós já fizeram de tudo e onde põem as mãos deixam Lisboa (e não só) de queixo caído. Mas elas não param. Quando não são convidadas para dar workshops fora, abrem a porta da própria casa para ensinar a bordar e a tricotar e chegam a provar que a serigrafia não é só para os mais novos.
Valsa
O Valsa tem sangue brasileiro a correr nas veias e, apesar de já ter casa na Penha de França há quase dois anos, em 2020 ganhou uma nova vida. A história repete-se como se fosse a primeira vez. Mas na verdade é a segunda e, agora, Marina Ginde e Mariana Gonçalves Serafim trazem na algibeira a experiência de quem já esteve de portas abertas e as vontades e desejos de quem fez as honras de entrar por elas adentro. O Valsa entra a pés juntos agora com horário alargado, cowork, oficinas matinais e pizzas de fermentação lenta para encher a barriga à noite.
Kerala Restaurant
Neste restaurante perto da Praça Paiva Couceiro fazem jus ao nome e servem o melhor da região do Sul da Índia. Há cinco opções de dosas, um dos pratos mais típicos, crepes feitos feitos com farinha de arroz e lentilhas pretas. Tem a versão do crepe simples, para acompanhar a refeição e servir de talher, mas também os recheados, como o masala, com recheio de batata temperada ou outro com queijo cottage indiano e frango marinado mas também uma versão de tacos feitos com a massa do crepe, feita de farinha de arroz e lentilhas pretas. Entre as especialidades estão também o pollicha meen, um prato de peixe marinado em pasta picante e cozinhado e grelhado em folha de bananeira, ou o kadukka roast, mexilhão salteado com cebola, tomate e especiarias, do Norte de Kerala.
Ateliers da Penha
Há casamentos felizes que resultam de combinações improváveis – é o caso dos Ateliers da Penha, um espaço de cowork que traz atrelado a si oficinas de produção e criação. Instalados na Penha de França, estão de portas abertas para receber arquitectos, designers, escultores, carpinteiros, artesãos e artistas.
Flor de Lúpulo
A Flor de Lúpulo, na Rua Heróis de Quionga, uma perpendicular da Rua Morais Soares, é uma das melhores novidades abertas em Lisboa nos últimos meses. O espaço, pintado e movido a rock'n'roll não é grande, mas o catálogo de cervejas nacionais e internacionais é bastante completo, com umas quantas garrafas que só se encontram aqui em Lisboa. E ainda há dez torneiras de onde saem dez distintos tipos de cerveja que prometem provocar dez sorrisos diferentes.
Cemitério do Alto de São João
Visitar um cemitério em lazer pode parecer um pouco mórbido, mas a verdade é que os cemitérios de Lisboa são muito mais do que um conjunto de últimas moradas. Exemplo disso é este, construído em 1833 para fazer face a um surto de cólera que assolou Lisboa. O cemitério do Alto de São João é, ainda hoje, o maior da cidade. Estão aqui figuras do movimento republicano, como Cândido dos Reis (o Almirante Reis), o médico Miguel Bombarda ou o político/jornalista/coronel Elias Garcia. Republicanas, mas também precursoras de movimentos feministas, foram Ana de Castro Osório, Adelaide Cabete, Angelina Vidal e Maria Veleda que aqui encontraram também a última morada. Destaque ainda para o Jazigo dos Viscondes de Valmor (na imagem), mecenas e criador do Prémio de Arquitetura que baptizou com o seu nome.
Miradouro da Penha de França
Está escondido por detrás da Igreja de Nossa Senhora da Penha de França e é um dos miradouros menos conhecidos da cidade. Daqui, e das alturas, tem vista para o Tejo, Montijo ou Alcochete ou mesmo para a Serra de Sintra, mas também para o lado menos turístico da cidade, como Chelas, Marvila e Olivais. Aproveite para fazer uma sessão de selfies sem muitas pessoas por perto.
Mercado de Sapadores
Foi inaugurado em 1994, mas a requalificação, já nos anos 2000, trouxe-lhe vida nova e mudanças na disposição. Aos produtos frescos, a fibra que o fez mexer muitos anos, juntaram-se negócios de outras estirpes: um estúdio de tatuagens, uma gelataria, uma pizzaria e até o projecto Amigos do 8mm, uma das poucas casas em Portugal que recupera filmes nessa película. A força dos fregueses foi-se perdendo com o tempo mas, para quem ficou, mais do que tradição, o mercado é a vida. Entre as 07.00 e as 16.00 o parque de estacionamento é gratuito para os clientes.
Igreja de Nossa Senhora da Penha de França
Concluído em 1635, o antigo Convento de Eremitas de Santo Agostinho substituiu uma antiga ermida que aqui existia. Mas por força do grande terramoto de 1755, o templo teve de ser reconstruído. Em 2017, a igreja e o edifício do antigo convento (actualmente ocupado pelo Comando-Geral da PSP) receberam a classificação de Monumento de Interesse Público.
PENHA SCO
Fundada em 2018, a PENHA SCO (ler "penhasco") é uma cooperativa de produção e difusão artística, localizada numa extinta fábrica de têxteis da Penha de França. Agora reúne num só espaço uma galeria, um café e 13 espaços de trabalho, distribuídos por 450m2. Não falta talento, nem espaço.
Conquistados pelo estômago
Os melhores restaurantes em Campo de Ourique
A legião de fãs que Campo de Ourique colecciona no capítulo "melhor sítio para fazer vida de bairro" ganha fortes argumentos na categoria restaurantes. Não precisa de sair das fronteiras daquelas ruas ortogonais para encontrar tanto um pronto-a-comer para aqueles momentos em que não há marmita, como o restaurante de um chef onde se come produto português tratado com todas as honras que merece. É também a zona da mais badalada Padaria da Esquina, projecto de Vítor Sobral e o profeta Mário Rolando, ou dos croissants gulosos do Moço dos Croissants.
Os melhores cafés e restaurantes do Chiado
É o coração da cidade, tomado de assalto pelos turistas, mas não desista. Ainda que o Largo esteja sempre cheio e o poeta esteja sempre com alguém ao colo, é possível reclamar esta zona da cidade para si sempre que quiser. Sugerimos que o faça através de um roteiro gastronómico, do pequeno-almoço ao jantar, sem esquecer os melhores sítios para beber uns copos – e aproveitar vistas panorâmicas, que as há e os olhos também comem. Para não se confundir, até organizámos as propostas por refeições, para encontrar a melhor opção para cada hora do dia.
Adoce a boca com estas pastelarias em Benfica
Para as boquinhas doces que andam por aí, Benfica não é só dormitório de muito boa gente, é também uma cantina de doçaria que vai lá vai – entre muitas outras coisas. Para pequenos-almoços ao fim-de-semana ou lanches à antiga "olhe, era um bolo e um galão, se faz favor", as montras destas pastelarias em Benfica fazem brilhar os olhos dos mais cépticos que preferem uma pilha de panquecas ou uma tosta de abacate. Aqui há bolaria a sério: pastéis de nata, bolos de arroz, palmiers, croissants, bolachas, jesuítas ou mil-folhas.