Televisão, Séries, Biográfico, Doce (2021)
©DRDoce de Patrícia Sequeira
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Os melhores filmes e séries portuguesas na HBO

Há cada vez mais filmes e séries portuguesas na HBO. Escolhemos dez produções e co-produções nacionais que não pode perder.

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São várias as produções e co-produções nacionais a não perder na HBO, incluindo Auga Seca, a primeira série portuguesa a dar entrada nas plataformas de streaming internacionais. Entre nomeados e premiados, inclusive com Globos de Ouro, fizemos uma selecção de dez filmes e séries portuguesas que tem de ver na HBO. Desde Coisa Ruim (2006), um raro exemplo de filme de terror com selo nacional, até Causa Própria (2022), série policial realizada por João Nuno Pinto, o que não faltam são razões para ficar agarrado ao ecrã.

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Filmes e séries portuguesas para ver na HBO

1. Aquele Querido Mês de Agosto (2008)

Com realização de Miguel Gomes, este filme vencedor de um Globo de Ouro é um híbrido de documentário e ficção. Ambientado em Agosto num meio rural do interior beirão, o enredo acompanha uma equipa de filmagens sem dinheiro que, no pico do Verão, capta a realidade e a fantasia do Portugal profundo, desde os imigrantes portugueses de volta à terrinha até à música e vida de uma banda de baile.

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Co-produção da RTP e TV Galicia, foi a primeira série portuguesa, com elenco nacional e galego, a chegar aos serviços de streaming internacionais. Neste policial ao estilo nórdico, Lisboa, Vigo e Luanda formam um triângulo turbulento em que a Guerra Colonial é o denominador comum. A história começa com a protagonista Teresa (Victoria Guerra), a mudar-se da capital portuguesa para Vigo quando o irmão é encontrado morto e o caso é dado como um suicídio.

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3. Axilas (2016)

O último filme dirigido por José Fonseca e Costa é particularmente característico da obra deste realizador, falecido em 2015, e candidatou-o, postumamente, a Melhor Realizador nos Prémios Sophia. De um humor, senão negro, pelo menos cinzento muito escuro, a película adapta um conto de Rubem da Fonseca sobre um homem com uma fixação erótica em axilas femininas.

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Numa cidade fictícia do interior de Portugal, a vida desenrola-se sem pressa nem sobressalto. Os miúdos vão à escola, uma juíza julga casos mais ou menos dramáticos, mas sempre insólitos, e um inspector trabalha no seu barco de pesca. Tudo decorre como habitualmente – até ao anúncio inesperado de uma tragédia. Quando o corpo de um jovem é encontrado no jardim central, a polícia e os tribunais confrontam-se com um crime violento envolto em mistério e a pressão de levar à justiça os responsáveis. Produzida pela Arquipélago Filmes e realizada por João Nuno Pinto, Causa Própria mostra “como a verdade às vezes não nos salva, destrói-nos”. Quem o diz é Edgar Medina, que assina o argumento com Rui Cardoso Martins, autor das crónicas judiciais de Levante-se o Réu, que alimentam a linha narrativa secundária desta série.

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5. Coisa Ruim (2006)

O cinema português é avesso ao fantástico, ao terror e à ficção científica. Realizado por Tiago Guedes e Frederico Serra, Coisa Ruim é um raríssimo exemplo de filme de terror nacional. Um botânico e professor universitário herda um solar perto de Seia e instala-se lá com a família, para estudar a flora da região. Mas os locais dizem que a casa é assombrada. Com Adriano Luz, Manuela Couto e Gonçalo Waddington.

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A história das Doce, o quarteto feminino que, das canções à apresentação em palco e à imagem pública, mexeu de forma única com a música popular e o Portugal do pós-25 de Abril, é ao mesmo tempo o retrato de um país no início de uma acelerada mudança política, económica, de costumes e de gostos nos anos 80. Protagonizada por quatro actrizes impecavelmente metidas nas suas personagens e realizada por Patrícia Sequeira, Doce mostra como se faz boa ficção usando matéria bem portuguesa e com grande e nostálgica ressonância na memória colectiva.

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Primeira longa-metragem da actriz e realizadora Ana Rocha de Sousa, Listen ganhou vários prémios oficiais e paralelos no Festival de Veneza. Rodada em Londres, é a história do calvário de uma família portuguesa a quem, devido a um mal-entendido, os serviços sociais ingleses retiram os três filhos, incluindo uma menina surda, e os vão dar para adopção.

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  • Drama

Baseada na obra homónima do escritor Camilo Castelo Branco, esta produção realizada por Raúl Ruiz chegou primeiro ao cinema e só mais tarde foi adaptada ao pequeno ecrã, em seis episódios. Com um elenco de luxo, o enredo passa-se numa Lisboa do século XIX repleta de intrigas e acompanha uma condessa ciumenta, um homem de negócios abastado e um jovem órfão. A trama – que viaja ainda por França, Itália e Brasil – é marcada pela vingança, a paixão e os problemas familiares.

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9. Mosquito (2020)

Escolhido para abrir o Festival Internacional de Cinema de Roterdão, este drama luso-brasileiro-franco-moçambicano passa-se em Moçambique, durante a I Guerra Mundial, onde as mal preparadas tropas portuguesas, enviadas de Lisboa, combatem os alemães. Realizado por João Nuno Pinto, o filme acompanha Zacarias (João Nunes Monteiro), um soldado sedento por viver grandes aventuras heróicas, que acaba por se perder na floresta africana e ser capturado.

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A história de Maria Adelaide Coelho da Cunha, filha de Eduardo Coelho, fundador do Diário de Notícias, co-proprietária do mesmo e mulher do seu director, Alfredo da Cunha, já foi contada outras vezes, num filme, Solo de Violino, de Monique Rutler (1990) e num livro, Doida Não e Não!, de Manuela Gonzaga. Em 1918, aos 48 anos, a culta e rica Maria Adelaide fugiu com Manuel, o motorista da família, pouco mais velho do que o seu filho, causando enorme comoção social. Alfredo da Cunha mandou prender Manuel e internou a mulher num hospital psiquiátrico, sendo diagnosticada como “louca lúcida” por Júlio de Matos, Egas Moniz e Sobral Cid. Conseguiu sair em 1920, escreveu um livro e, em 1922, libertou o amante, com quem ficou até morrer, em 1954.

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Realizado por António Pinhão Botelho, este premiado filme biográfico português, entretanto transformado em série, dá conta do início de carreira do jovem moçambicano Eusébio, um atleta destinado a grandes feitos, que é cobiçado por dois clubes de futebol rivais. A história, que acontece entre Lourenço Marques e Lisboa, é sobre a anedótica e rocambolesca transferência para o Benfica daquele que viria a ser um dos maiores futebolistas de sempre, mas também um fresco do Portugal colonial do início dos anos 1960.

12. Sangue do Meu Sangue (2011)

Uma tragédia de incesto numa família de um bairro social de Lisboa. João Canijo leva ao auge o seu cinema de um naturalismo impenitente e o seu grande sentido do trabalho colectivo com os actores. No que resulta que os seus filmes não só tenham um verismo raro no cinema português, mas também uma consistência dramática e uma homogeneidade de interpretação muito acima da média. Márcia (Rita Blanco) é mãe de Cláudia (Cleia Almeida) e Joca (Rafael Morais) e irmã de Ivete (Anabela Moreira). Mãe solteira, vive numa casa no Bairro Padre Cruz, em Lisboa, com Ivete que a ajudou a criar os filhos e os ama como se fossem seus. O que ninguém esperava é que duas tragédias chegassem para marcar esta família.

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  • Drama

Filmada a preto e branco, esta co-produção portuguesa, alemã, brasileira e francesa também tem a mão e o génio de Miguel Gomes. Vencedor do prémio da crítica na Berlinale de 2012, o filme conta a história de Aurora, uma idosa temperamental que, após ser hospitalizada, pede à vizinha Pilar e a Santa, a empregada cabo-verdiana, para procurar Gian Luca, um homem do qual nunca falara. E é essa busca que nos leva a África, para nos contar como tudo começou há 50 anos, ainda antes da Guerra Colonial. 

14. Viagem a Portugal (2011)

Inspirado por uma situação verídica, este filme de Sérgio Tréfaut denuncia a xenofobia e o abuso de poder, através da história de Maria (Maria de Medeiros), uma médica ucraniana que vem a Portugal passar um ano com o marido, Greco (Makena Diop), também médico. Mas que acaba abordada por agentes do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras que assumem que, por ela vir da Europa de Leste e o seu marido ser senegalês, algo de ilegal pode estar por detrás da viagem.

Portugal no cinema

  • Filmes

Essa ideia de o cinema português ser uma seca… Enfim, só em parte é verdade. Aliás, existindo desde 1896, com milhares de realizações, alguém se havia de safar. E safou-se. Nas várias fases do cinema português, há filmes e realizadores de se lhes tirar o chapéu, incluindo alguns, até mais do que uma vez, reconhecidos internacionalmente. É natural por isso que, quando se fala nos filmes portugueses obrigatórios, haja nomes de realizadores que se repetem. Porque, como em tudo o resto na vida, alguns cineastas são pura e simplesmente melhores do que outros.

  • Filmes

Os anglo-saxónicos chamam-lhes “turkeys”, os franceses apelidaram-nos de “nanars”. São os grandes maus filmes, tão maus que ganharam estatuto de culto perverso, títulos gloriosamente falhados. Um recente exemplo em Portugal foi Linhas de Sangue, de Sérgio Graciano e Manuel Pureza, mas há mais. E, curiosamente, são quase todos comédias, um género em que o cinema nacional outrora foi exímio, tendo perdido o dom entretanto. Assinadas por nomes como Constantino Esteves, Henrique Campos, Luís Galvão Teles ou Artur Semedo, antes e após o 25 de Abril, algumas destas fitas não têm imagens disponíveis para reproduzir. Mas não é por isso que não continuam a ser tão más que até fazem doer.

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