No mundo da coquetelaria, os olhos também comem. Ou bebem. Há lugares em Lisboa onde pode pedir cocktails realmente impressionantes – alguns até dá pena beber.
Aqui não vale beber sem tirar uma fotografia primeiro. Estes bares em Lisboa capricham na apresentação e trazem à mesa ou ao balcão alguns dos cocktails mais bonitos da cidade. Os exemplos que se seguem abaixo distinguem-se não só pelo sabor, mas também pelo aspecto e atenção ao mais ínfimo detalhe. Da escolha do copo, ao minimalismo e elgância, às variações de tons e misturas de texturas. A coquetelaria é uma arte (e também uma ciência) e aqui estão alguns sítios em Lisboa que provam isso mesmo.
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Escondido no topo de um edifício na rua Castilho, com uma decoração ao jeito tropical e uma panorâmica como há poucas, o espaço junta a cozinha do sul da Europa e da América Latina. Para beber, há cocktails de Marco Freitas, também inspirados em várias partes do planeta e bonitos que farta. Veja-se o dame otro, à base de mezcal infusionado com notas de abacaxi e pinha agave.
É difícil falar sobre coquetelaria em Portugal sem mencionar a dupla Paulo Gomes e Emanuel Minez. Afinal, o seu Red Frog é, irrefutavelmente, um dos melhores bares de Lisboa (e o único português nos melhores do mundo) e também um dos mais bonitos. No ano passado, renovaram totalmente a proposta do speakeasy, com uma carta que balança entre o passado e o futuro. Um dos segmentos do menu é o break the ice, com boas opções para começar. O bubbles & troubles foi inspirado em máquinas de bolhas de sabão. E basta olhar para o copo, com duas entradas, para perceber isso.
O Altis Avenida aproveitou a expansão do hotel para criar uma esplanada lá no alto, com cadeirões confortáveis com vista sobre a praça do Rossio, para o Castelo, Elevador de Santa Justa e o rio lá ao fundo. Fica no sétimo piso e é um gastrobar, um bar com uma proposta de comidas um bocadinho mais trabalhada, e cocktails de autor da bartender Flavi Andrade, tão bonitos quanto a paisagem. Veja-se o Olympia (na fotografia), um cocktail com vodka, mezcal, lima, maracujá, baunilha, sal condimentado e lábios tropicais picantes.
Ingredientes como anchovas, queijo, ou gordura de pato são comuns na gastronomia, mas quase sempre impensáveis na coquetelaria. Pelo menos até agora. É que no Sneaky Sip, no Príncipe Real, dos mesmos donos do popular Café Klandestino, no Intendente, são eles as estrelas no copo. Na carta do speakeasy encontram-se, então, criações surpreendentes – tanto no sabor, como na estética. O duck fat é um cocktail interactivo finalizado pelo cliente, na mesa. A receita é composta por whiskey que é cozinhado com a gordura do pato, conhaque com pimenta preta e pimenta de Sichuan, vinho e um aromatizante. O cocktail é concluído com uma espetada de presunto de pato flamejada.
O The Lisbon Club 55, é o gastrobar do hotel Verride Palácio de Santa Catarina com porta para a rua. Para comer, Fábio Alves, chef do Suba, tem sugestões para todos os gostos e também para várias carteiras, que vão dos hamburgers ao caviar. A carta de cocktails de autor, champagnes e espumantes tem a elegância própria de um cinco estrelas. Basta olhar para o venezia, um dos cocktails de assinatura, que leva vodka, licor strega, lima e manjericão – uma homenagem a Itália, de onde chegam muitos dos tecidos utilizados no Verride.
A rua da Boavista, no Cais do Sodré, tem um novo bar. Chama-se The Monarch, é inspirado na realeza, e serve cocktails de autor – uma cortesia do bartender Zé Robertson que já conhecemos de outras bandas, como o Cinco Lounge, onde trabalhou durante mais de uma década. O espaço é acolhedor e nas paredes há retratos de D. João II, D. Carlos e D. Maria. Nas bebidas, aposte no bonito e minimalista Chengdu milk punch, um cocktail com rum, pimenta de sichuan, licor de baunilha e chocolate branco.
Estamos fartos de saber que o Cais do Sodré, o Bairro Alto e o Príncipe Real são as mecas da noite lisboeta. Mas a verdade é que nos sítios menos centrais, como Telheiras, Benfica ou até Campolide, há cafés, esplanadas e bares sempre à pinha com clientes fiéis – vizinhos e vizinhas que lá param para beber um copo, seja dia de semana ou não. Muitos destes locais estão estabelecidos há anos e, apesar de não atraírem turistas, chamam as gentes dos bairros a que pertencem. Fique a par destes sítios para beber um copo fora do centro de Lisboa.
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As novidades na noite lisboeta são das mais diversas espécies e multiplicam-se de tal forma que é quase impossível chegar a todas. Mas a verdade é que nós bem tentamos. Entre novas esplanadas, terraços, rooftops, ou espaços preparados para as noites mais frias, há nesta lista opções para os apreciadores de cerveja, para os enófilos e até para os que não dispensam um bom cocktail. É só conferir os novos bares que abriram em Lisboa nos últimos meses, escolher o veneno favorito e proceder ao levantamento (moderado) do copo.
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