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Mariana Valle Lima

10 razões para os Anjos serem o bairro mais cool de 2021

A Time Out Global voltou a eleger os bairros mais cool do mundo e Lisboa não ficou de fora.

Escrito por
Editores da Time Out Lisboa
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Aqui ainda mora gente. Este poderia ser um slogan dos Anjos, uma espécie de microcosmos multicultural da cidade onde se destaca o espírito de comunidade e a veia criativa de quem lá vive e trabalha. Do antigo se vai fazendo o novo, num território onde convivem os de sempre com os que aqui vão chegando com novos negócios, que brotam em cada esquina por estes dias. Em comum têm o amor ao bairro e dão as boas-vindas a quem chega, criando uma comunidade coesa, criativa e também saborosa. Quer saber porque é que os Anjos foram um dos grandes vencedores de 2021? Ora corra estas dez capelinhas.

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Ainda nem tínhamos começado a falar e já tínhamos o cartão de visita de outro novo espaço na mão. É assim o bairro: os negócios gostam de divulgar espaços vizinhos e Rosa, apesar de recém-chegada, já entrou no espírito. Após 12 anos de porta aberta junto ao Bairro Alto, a grande referência alfacinha na arte de tricotar mudou-se de novelos e bagagens para os Anjos. Um aumento brutal da renda apontou a Rosa um caminho que não a atraía especialmente. Ela que sempre foi da “Lisboa antiga”. Mas não demorou a ficar convencida. “Houve várias pessoas que nos vieram dar as boas-vindas, foi uma coisa muito bonita. E neste bairro mora imensa gente, essa é a grande diferença do Bairro Alto, que se transformou e descaracterizou”. A loja, maior do que a anterior, ocupa o piso térreo; o armazém e o escritório ficam no andar de baixo e está quase tudo pronto para arrancar com os workshops. Não perca o fio à meada na página de Instagram.

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Chocolate, café, bagels e babka — nos Anjos há um novo espaço com cheirinho. Além de café de especialidade, a estrela da casa, também existe uma sala para artistas exporem os seus trabalhos, uma forma de envolver a comunidade em torno dos grãos de café. A culpa é de Anna Santos, que abriu o espaço com o seu sócio Stas no centro de um bairro cada vez mais palpitante. “Quanto mais tempo passava nos Anjos, mais gostava”, diz Anna à Time Out. Conquistou-a a comunidade artística, portuguesa e internacional, que por ali prolifera, “um mix”, diz, fundamental para o negócio. “É um bom sítio para criar uma comunidade, é tudo muito animado.” Considerou outros bairros, da Graça a Santos, antes de eleger este como morada do seu Thank You Mamma. A próxima paragem pode mesmo ser Cascais, onde gostariam de abrir um segundo espaço. Aqui, o café também é escola: fique atento aos workshops relacionados com a transformação dos grãos de café e cacau.

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Quando andava à procura de um espaço nos Anjos, Vasco acreditou no potencial de uma loja pequena e suja. “Isto era uma mercearia e estava um nojo”, recorda o fundador da Couve, uma loja de calçado vegan. À porta fala com quem passa, o que já lhe valeu um voto de confiança dos amigos: dizem que se devia candidatar a presidente da Junta. Só que isso não está nos planos. “Este é um bairro que adoro. Tem o Moko, um café vegan onde eu posso ir tomar o pequeno-almoço e não havendo um roteiro vegan fazia sentido estar ao pé de negócios parecidos”. Por sorte, os donos da mercearia do lado, a Dona Mita e o Sr. Uday, são vegetarianos. “E uma das cenas mais fixes é morarem aqui muitos portugueses e não tanto turistas. Do mais novo, que partilha uma casa, ao velhote que esteve no Ultramar. E negócios que vão do tasco ao café do abacate.”

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Um atelier de arquitetura que se queria abrir à rua e ao bairro: assim nasceu a Antecâmara. Chama-se Campos Costa Arquitetos e reabilitou uma antiga padaria, tirando o que tinha sido acrescentado e repondo o que estava no projecto de obra. Para a arquitectura ficou o interior – o espaço dos fornos e salas de amassadeiras. A galeria e rádio Antecâmara estão à frente, viradas para a rua, onde antes se vendia o pão, num rés do chão de gaveto. "Estávamos num 3º andar na Baixa, mas o que queríamos era isto: uma ligação à rua”, diz o arquitecto Pedro Campos Costa. Desde a abertura, em Agosto de 2020, e apesar das limitações pandémicas, a Antecâmara não tem parado: já lá vão seis exposições e mais de 50 emissões de rádio, umas mais em torno da arquitectura e da cidade, outras mais exploratórias.

Exposição “Luandando”: Seg-Sex 09.00-18.00. Até 20 Nov. Instagram

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Catalina Pereira (Catita) está em Portugal há quase dez anos e foi por cá que conheceu a sua cara metade, Bubabar Bari. E são o espelho da multiculturalidade do bairro. Ela italo-chilena, ele guineense, casados e muito frescos. Bom, pelo menos a massa que confeccionam no seu Caja não podia ser mais fresca. Neste espaço, que abriram em Julho e descrevem como um “laboratório de pasta fresca italiana” servem tagliatelle, gnocchi, ravioli e tortellini a preços acessíveis. Põem as mãos na massa (literalmente) todas as manhãs para preparar o almoço e fecham à tarde para ter tudo fresco na hora do jantar. Trabalham e moram aqui. “O bairro, quando cheguei, estava muito mau e com os anos foi ficando mais bonito. É um bairro multicultural e é excelente. Muito vivo e perfeito para viver”. Instagram

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Uma comunidade dentro da comunidade. Se o bairro é multicultural, aqui dentro continua a volta ao mundo. O Lisbon Art Center & Studios (LACS) dos Anjos abriu no edifício onde funcionava o Tribunal do Trabalho e desde então que não se faz outra coisa neste cowork com escritórios. Uma das inquilinas é a Madremedia, empresa de conteúdos que tem como sócio João Dinis, morador do Montijo e fã dos Anjos. “A localização é privilegiada, estamos no centro de Lisboa, numa zona vibrante com imensas coisas a acontecer”, diz. O que também ajuda é haver “muita coisa aqui à volta”. Fala do restaurante Trinca, por exemplo, onde costuma ir almoçar. A partir de 13 de Outubro, o LACS dos Anjos (porque há mais) vai dar início às Green Sessions, cinco quartas-feiras musicais para a comunidade LACS, com transmissão online. Instagram

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Numa antiga padaria (outra), abriu um novo restaurante nos Anjos. Aqui há café Negrita, pão da Micro Padaria e pastelaria da Zukar, tudo negócios vizinhos. Miguel Leal, sócio e gerente, quer reunir neste espaço o que de melhor se faz no bairro e também pôr a arte à mesa. “Estamos a falar com a Passevite, temos esse diálogo aberto. E estamos abertos a todos os artistas que precisem de espaço, porque queremos ser uma montra também para a vertente criativa do bairro”, explica. Morador nos Anjos há três anos, diz que tem vindo a assistir a uma grande mudança. “Há uma boa mistura de pessoas que já vivem cá há 50 anos, de estrangeiros e de gente nova que procura uma zona residencial com outras ofertas”. Se quiser pode levar o seu portátil para trabalhar e pedir uma granola caseira com iogurte grego, fruta e mel de Trás-os-Montes; ou a já popular shakshuka Maria. Instagram

Rita Cruz, Jardim do Caracol da Penha
©Mariana Valle Lima

8. Rita Cruz, Jardim do Caracol da Penha

Foi em Abril de 2016 que Rita Cruz ficou a saber que a Câmara Municipal de Lisboa tinha decidido fazer um parque de estacionamento no enorme baldio com belas árvores que via da janela. Inconformada, arregaçou as mangas: apresentou uma candidatura ao Orçamento Participativo (OP) para que se fizesse ali um jardim público. De seguida mobilizou os vizinhos para se juntarem à causa: nasceu o Movimento pelo Jardim do Caracol da Penha. O projecto venceu o OP, com a maior votação de sempre: 9500 votos. As obras começaram no fim de 2019 com um prazo de conclusão de 12 meses, mas meteu-se no caminho a vilã do costume, a pandemia, e a empreitada continua em curso, “mas devagarinho, por escassez de materiais de construção no mercado”, explica Rita. Para este jardim ir para a frente, foi importante um outro factor: “Quando vim para cá, em 2009, o bairro era bastante diferente do que é hoje, era muito mais envelhecido; entretanto veio muita gente nova, com um nível de escolaridade elevado, e isso tem reflexo no exercício da cidadania, porque são pessoas muito mais informadas.”

Rua Cidade de Cardiff, 52

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  • Centros culturais
  • São Vicente 

O apoio aos artistas e criadores independentes é a primeira missão deste colectivo criado há poucos meses, que vem provar que a união faz a força. Três negócios deram origem ao Coral: as pastas artesanais do Café Mortara, a programação e as pizzas do Valsa e a cerveja da Artesanalis. O colectivo nasceu para dividir custos, mas depressa se transformou em algo maior, que transmite uma mensagem de união e inclusão num bairro multicultural. “O princípio do colectivo é juntar coisas diferentes, num encontro de outros bairros, até porque estamos na parte mais alta. A ideia do encontro define bem os Anjos. É um bairro central, multicultural. Tem essa dinâmica de reunir coisas diferentes”, diz Thiago Rocha, o mestre piazzolo. Esta semana, para celebrar o Oktoberfest, o Coral vai ter pratos especiais até domingo (10 de Outubro) e mais referências de cerveja alemã no cardápio. Instagram

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Nos Anjos há um território com uma alma muito própria. O Largo do Intendente é a morada da Casa Independente, um dos primeiros espaços culturais a apostar no bairro. “Em nove anos mudou tudo. Isto passou de um sítio proibido para uma sala de estar de Lisboa. A realidade é outra, passou a ser uma zona da cidade atractiva, mas na minha opinião, não houve meio termo. Hoje o Intendente não tem quase moradores”, lamenta Patrícia Craveiro Lopes, que abriu o espaço há nove anos com Inês Valdez. Por outro lado, diz, o bairro “está cheio de gente, a borbulhar por todo o lado”, lembrando que quando aqui chegaram só havia “meia dúzia de tascas”. Uma das actividades desta casa são os workshops Narrativas Fotográficas, orientados pela fotógrafa Paulina Pimentel, e a cada edição é feita uma exposição dentro destas paredes. Um ponto de partida para o arquivo fotográfico do bairro que está agora a ser construído. Instagram

Às voltas por Lisboa

  • Coisas para fazer

Alvalade é um bairro a ter em conta sempre que falamos do melhor da cidade. Andámos pelas suas ruas desenhadas a régua e esquadro e traçámos um roteiro para forasteiros e nativos. As novidades do bairro, as paragens obrigatórias, os pratos que não pode deixar de provar nos restaurantes locais e os espaços mais amigos das crianças – tudo o que precisa de saber para pôr Alvalade na sua lista de prioridades está aqui. Tudo num bairro que também pode ser apreciado num belo passeio de fim-de-semana, já que a sua arquitectura, em particular residencial, também merece especial atenção.

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Escolher um sítio para uma refeição incrível, assistir a uma performance, dar um passeio, explorar um festival da cidade onde se pode perder, ou assistir a um concerto num espaço perto de si. Parece simples, mas às vezes é uma grande trabalheira. Ou não tivesse Lisboa muito por onde escolher. Não dê mais voltas à cabeça a decidir o que fazer no fim-de-semana, que nós damos uma ajuda para que tenha três dias perfeitos de actividades. Tem dúvidas? Então espreite esta lista que lhe deixamos, com propostas para todos serem mais felizes.

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  • Museus

Há museus completamente gratuitos em Lisboa (já os listámos) e depois há outros que não dão o braço a torcer e onde vai ter sempre de se chegar à frente e abrir a carteira. Mas ainda há um meio termo, aqueles que dão tréguas em pelo menos um dos dias da semana ou do mês, para que possa entrar sem gastar dinheiro. Seja ao sábado, no primeiro domingo do mês ou depois de uma certa hora – há opções para tudo e não há grandes desculpas para não aderir a estas borlas. Está pronto para apontar estas dicas?

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