Se ia ao Adamastor mais pelas vistas do que pelo convívio, vá ver o Tejo para a Biblioteca Camões. E faça este exercício de contenção: descubra os Monólogos de Charles Cros (Exclamação), literato e inventor francês feito “precursor da stand up comedy” nos idos de oitocentos. Siga para duas edições Tinta-da-China: Estar Vivo Aleija, as crónicas de Ricardo Araújo Pereira para a Folha de S. Paulo (que é editado com um bónus do mesmo autor: o livrinho Obrigado, Futebol), e, já que está além-mar na companhia de um adepto da bola, passe para Estrela Solitária – Um brasileiro chamado Garrincha, biografia assinada pelo mestre Ruy Castro. Termine com um monumento à língua do poeta que dá nome ao sítio: antas Palavras, todas as letras de Chico Buarque (Companhia das Letras).
Setembro é o mês do regresso à cidade, às aulas, aos livros. Não estamos a falar de manuais escolares ou sebentas: há romances, contos, crónicas, poesia, teatro, ensaios e BD. É à escolha do freguês. E as editoras fazem de tudo para nos dar novos mundos, para nos aproximar ainda mais do Brasil ou para nos dar a conhecer a mais próxima Hungria. Ou para nos recordar os antigos, reeditando clássicos esgotadíssimos. Literatura portuguesa a cheirar a fresco, Nobel incluído, também não falta. Passámos em revista as novidades e apresentamo-las com o bónus – com sugestão dos locais, renovados ou em risco, onde os pode ler. Para não sentir falta do Verão.
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