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Visitas cantadas no museu do fado
©José Frade

Um roteiro do fado em Lisboa

Um xaile, uma guitarra portuguesa, uma voz ou duas e muita saudade. Conheça a canção que é tão nossa neste roteiro por Lisboa.

Raquel Dias da Silva
Escrito por
Maria Ramos Silva
e
Raquel Dias da Silva
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Na sua essência, o fado – símbolo identitário da cidade de Lisboa e do país – canta os encontros e desencontros da vida, tendo sido já considerado pela UNESCO, em 2011, como Património da Humanidade. A reaparecer, cada vez mais, nos bairros populares lisboetas, o fadista convida-se a si próprio, sem repertório estabelecido. Neste roteiro, reunimos finalmente paragens obrigatórias, como o Museu do Fado ou a casa em que Amália viveu, agora transformada em museu; mas também moradas menos conhecidas onde é possível conhecer a canção que é tão nossa. Ora leia em modo de silêncio.

Recomendado: Livros sobre Lisboa que tem de ler

Fado em Lisboa

  • Atracções
  • Parque das Nações

Num país com uma extensão de costa destas e uma tradição marítima que se perde nos tempos, era praticamente criminoso imaginar que o peixe só tem lugar no prato. O mesmo se aplica à canção nacional, perfeitamente compatível com espaços tão inusitados como este grande aquário no Parque das Nações. No Oceanário de Lisboa, Rosa Fadista adere aos acordes de guitarra e às sardinhas aos molhos e canta para os miúdos até aos quatro anos. Como se o fado não fosse mágico o suficiente, como se o Oceanário precisasse de mais magia, juntam-se os dois numa explosão de sentidos que estimula a criatividade de todos.

Primeiro e terceiro domingos do mês, às 09.00. Preço: 35€/bebé e dois adultos (inclui visita livre à exposição permanente do Oceanário, após o concerto). Requer reserva prévia.

  • Museus
  • Lisboa

No número 193 da Rua de São Bento, morada da Casa e Fundação Amália Rodrigues, ficou quase tudo como a ilustre dona deixou. A cantadeira das cantadeiras viveu meio século nesta casa amarela onde os serões se encheram de fado. As visitas são guiadas, duram uma média de 20 minutos, e levam-no por bustos, bandolins, pinturas de Maluda e muitas outras relíquias. E no Jardim da Amália também se canta o fado. Todas as terças e sextas-feiras, o jardim enche-se de música a partir das 18.00, com as vozes das fadistas Matilde Cid e Ana Sofia Varela, acompanhadas de guitarra portuguesa e viola de fado.

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  • Restaurantes
  • Santa Maria Maior

Há belas adormecidas, mas esta Bela está sempre de olho aberto para os petiscos e para as cantorias. Num cantinho de Alfama, há fado mas também outras melodias do cancioneiro português entre um café e um bagaço. Pode ser difícil encontrar uma mesa vaga neste reduto típico mas vale a pena dedicar-se a esta causa com tempo.

  • Restaurantes
  • São Vicente 

Acha que sabe cantar? Melhor, acha que sabe cantar fado? Aos sábados, domingos e feriados, todos os amadores, aspirantes e derivados mostram o que valem ao vivo na Tasca do Jaime, no bairro da Graça. Nesta casa de fado vadio, num ambiente tipicamente bairrista e despretencioso, os ouvidos também comem. É por isso que os ricos pastéis de bacalhau disputam a atenção com as actuações nestas afamadas matinés.

Sáb-Dom 16.00-20.00.

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  • Museus
  • Alfama

O património da humanidade ganhou casa própria no ano de 1998, quando o Museu do Fado abriu portas no coração de Alfama. E porque nem só de turistas deve viver este endereço, conheça as colecções cedidas por centenas de intérpretes, autores, músicos, compositores, construtores de instrumentos, investigadores e simples amadores que para aqui convergem com um pouco da sua história.

  • Restaurantes
  • Santa Maria Maior

Quase que beija a Sé de Lisboa, este Clube de Fado (que em tempos foi estábulo e armazém de azeite) onde a ementa de pratos (recheada de bacalhau, bife ou polvo à lagareiro) divide atenções com o cardápio de artistas. Em Alfama, Cristina Madeira, Rodrigo Costa Félix ou Maria Ana Bobone são apenas três dos nomes a conferir, noite após noite. É aconselhável reservar.

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Lições de fado
  • Desporto
  • São Vicente 

O Grupo Desportivo da Mouraria gaba-se de ser a catedral do fado amador e uma espécie de berço do género. Se finalmente arranjou vagar ou coragem para receber umas lições, tome nota. A escola fornece guitarras e violas para os alunos aprenderem e tem professor de canto. Os alunos irão apresentar os seus talentos nas ruas da Mouraria e representar o Grupo por esses eventos e festas fora. Um orgulho.

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Regresso ao futuro com a arte de Vhils
©Bruno Lopes

Regresso ao futuro com a arte de Vhils

São dois ícones da cidade. Já falámos de Amália, faltava falar da calçada portuguesa, e da intervenção artística que recebeu no ano de 2015. Quando as duas referências se juntam, temos uma imagem com a assinatura de Alexandre Farto, aka Vhils. O rosto da fadista, esculpido pelo artista urbano, encontra-se em frente ao número 31. Do chão de Lisboa para o mundo todo. Esta intervenção, faz parte do nosso roteiro de arte urbana em Lisboa.

Rua de São Tomé, Alfama.

  • Restaurantes
  • Estrela/Lapa/Santos

Projecto de Maria da Fé, de portas abertas desde 1975, é pretexto para uma visita à Lapa. Sabe quando procura um serviço de cozinha aberto até à meia-noite e meia e tem dificuldades em encontrá-lo? No Sr Vinho, não é um problema. É na verdade uma questão de render-se ao timbre de Aldina Duarte, Francisco Salvação Barreto, Vanessa Alves ou Sara Paixão. O fado começa às 21.00 e aos domingos o restaurante só abre para grupos com, pelo menos, 30 pessoas.

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  • Compras
  • Música e entretenimento
  • Baixa Pombalina

Por vezes, temos tudo tão à mão de semear, ou ao ouvido, neste caso, que não ligamos nenhuma. A Discoteca Amália, loja de discos da Rua do Ouro, é especializada em Fado (dá para perceber mais ou menos pelo nome) e muito popular entre os turistas. É gerida pela Fundação Manuel Simões para a Divulgação do Fado, a mesma que zela pela carrinha Lisboa, Cidade do Fado, que está estacionada na Rua do Carmo. Se falar português, também é bem-vindo.

Leve as guitarras para a cama
  • Hotéis
  • Cais do Sodré
  • preço 3 de 4

Jovem e requintado q.b., o Lx Boutique Hotel, com 45 quartos, no eixo entre o Chiado e a renovada Ribeira das Naus (a “praia” à beira-rio da capital), quer ser o amigalhaço da malta nova que vem a Lisboa e consegue-o sem grande esforço com um ambiente artístico e descontraído. Por um lado, não esquece a identidade da cidade que o viu nascer e conta a sua história em cinco pisos temáticos, onde os quartos estão decorados com painéis fotográficos dedicados à literatura, à animação do Bairro Alto e... ao fado.

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  • Restaurantes
  • Avenida da Liberdade/Príncipe Real

É uma daquelas tasquinhas que fazem rezar para que existam sempre em Lisboa, e também um reduto habitual das gentes do fado, para não falar dos retratos alusivos ao tema nas paredes. A grelha é soberana no restaurante Devagar Devagarinho, à margem dos circuitos mais mainstream, mas totalmente recomendável para uma experiência castiça às sextas-feiras.

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  • Restaurantes
  • Bairro Alto

É na Adega Machado que se pode cruzar com as vozes de Pedro Moutinho ou Marco Rodrigues, não fosse o Bairro Alto outra das paragens essenciais em matéria de fado. A casa remonta a 1937 e em 2012 beneficiou de uma reinvenção. O belo trabalho da fachada, da autoria de Thomaz de Mello, merece ser apreciado antes de entrar no mundo da fadistagem. Todos os dias, às 17.00, pode ainda aderir à experiência Fado Inside The BOX, que além do fado ao vivo inclui prova de petiscos regada a vinho (17€). E um mini-tour pelas galerias da adega.

  • Restaurantes
  • Martim Moniz

Lidamos bem com o facto de a alma do povo ser feita de saudade. Na verdade, até temos muito orgulho nisso, da mesma forma que nos entusiasmamos com as novidades suculentas. A Mouraria andou manca em casas de fado durante uns bons anos. Até ao dia em que chegou a Maria da Mouraria. Assim se chama a casa que veio ocupar o antigo endereço onde viveu a mítica Severa. Este é um local de petiscos com noites de fado de quarta a domingo, a partir das 21.00. 

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  • Compras
  • Música e entretenimento
  • Baixa Pombalina
Esta loja de vinis, CD's e cassetes novas e em segunda mão já existe há muitos anos, mas agora surge rejuvenescida, com nova gerência. Entre as propostas de música, há géneros para todos os gostos e feitios, desde metal e rock até funk e música do mundo. Mas o Fado é o forte desta casa. À porta, encontra logo promoções.
Solidó
  • Restaurantes
  • Português
  • Chiado

Era uma casa no Bairro Alto, mas em 2017 renasceu como restaurante. Este Solidó, dois pisos na Calçada do Duque, serve petiscos portugueses, como tábua de presunto (18€), croquete de alheira (5€) ou bacalhau com broa (16€), e ao jantar há sempre espectáculo de fado.

Coisas para fazer em Lisboa

  • Compras

Já lá vai o tempo em que os lisboetas ficavam de pé atrás com a segunda mão. A moda do vintage chegou, viu e venceu — e não quer arredar pé da cidade. No armário, em todas as divisões da casa, no cabelo, no prato e na ponta do pé, o vintage tem sido adoptado de forma mais ou menos radical e pode aparecer sob a forma de bagatela ou de artigo de luxo — veja-se os carros. Escolha a década do século passado que faz mais o seu género e procure-a neste roteiro vintage em Lisboa. Vai encontrar muitos tesourinhos (e nada deprimentes).

  • Museus

Conhece as propriedas do pó de múmia? E o nome da imagem do arcanjo que seguiu nas naus portuguesas em jeito de protecção? Acha que os cravos são (apenas) flores? Está preparado para atender um lavagante? Ok, chega de perguntas que só adiam ainda mais a satisfação da sua curiosidade. Se não faz ideia do que tem andado a perder nos museus em Lisboa, já por si repletos de experiências imperdíveis, nós recenseamos a matéria e oferecemos um bússula segura. Os acervos enchem-se de autênticas pérolas com peças para todos os gostos, e nada como um breve roteiro para não se perder nos melhores corredores da cidade. É obrigatório conhecer estas obras de arte.

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  • Coisas para fazer

Não sabe o que fazer em Lisboa? De concertos de rock a aulas de swing, de recitais de poesia até às estrelas, damos-lhe uma grande variedade de sugestões para aproveitar tudo quanto é à borla na cidade. São dezenas de coisas grátis para fazer em Lisboa, afinal não queremos que deixe de aproveitar o melhor que a cidade tem apenas por ter a carteira mais vazia. Há muito para fazer à borla em Lisboa. Não acredita? Então espreite a lista que se segue. Não se vai arrepender. Já lhe dissemos que é grátis?

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