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Toy Department
Fotografia: Francisco Santos

Roteiro vintage em Lisboa

Nem tudo o que é velho cheira a mofo. Mostramos-lhe as melhores lojas, cabeleireiros, escolas e bares vintage em Lisboa

Escrito por
Editores da Time Out Lisboa
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Já lá vai o tempo em que os lisboetas ficavam de pé atrás com a segunda mão. A moda do vintage chegou, viu e venceu — e não quer arredar pé da cidade. No armário, em todas as divisões da casa, no cabelo, no prato e na ponta do pé, o vintage tem sido adoptado de forma mais ou menos radical e pode aparecer sob a forma de bagatela ou de artigo de luxo — veja-se os carros. Escolha a década do século passado que faz mais o seu género e procure-a neste roteiro vintage em Lisboa. Vai encontrar muitos tesourinhos (e nada deprimentes).

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Roteiro Vintage em Lisboa

Timeless Garage
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  • Charneca

Uma chamada para os amantes de carros: a Timeless Garage é isso mesmo, uma espécie de clube-oficina-stand de carros clássicos que se dedica aos verdadeiros apaixonados pelo vintage do volante. Tiago Freixo, o proprietário, cresceu acompanhado de carros e herdou do avô esta paixão e negócio. Agora, concretiza sonhos de quem quer personalizar o carro vintage que tem lá em casa ou a quem quer juntar mais um à colecção.

  • Compras
  • Moda
  • Baixa Pombalina
  • preço 2 de 4

A Outra Face da Lua mostrou à cidade que do fundo do baú podem sair relíquias com muito estilo: dos acessórios às calças de ganga com os mais diversos cortes (incluindo aquele dos anos 80 que agora voltou a ser tendência). A loja vintage da Baixa, que também tem uma zona de cafetaria, é uma orgia de cores e padrões de outras décadas. A irmã e vizinha da frente, Viúva Alegre, dedica-se em exclusivo ao armário feminino, com vestidos de festa cheios de brilhos e chumaços, malas clássicas e intemporais e brincos espalhafatosos. 

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  • Noite
  • Cafés/bares
  • Estrela/Lapa/Santos

O pequeno bar criado pelo mesmo fundador do Procópio, Pavilhão Chinês e Fox Trot abriu dois dias depois do 25 de Abril de 1974. Para entrar é preciso tocar à campainha. O bar tem uma zona de fumadores e está decorado com objectos antigos e caricaturas de Rafael Bordalo Pinheiro. Uma das salas está repleta de caixas de fósforos onde os clientes deixavam trocos para futuras visitas ao bar.

  • Noite
  • Lisboa

As danças de outros tempos voltaram à berra e na Swing Station é possível aprender e praticar os moves de danças vintage americanas como tap, balboa, blues, vintage jazz ou – a estrela da companhia – lindy hop. Há aulas de segunda a quinta-feira – quer para principiantes e pés de chumbo, quer para casais com dom para o rodopio. Fique ainda atento ao site e ao Facebook da Swing Station: de vez em quando há festas para quem quer partir a pista à antiga, de saia rodada e sapatinho de atacadores.

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  • Saúde e beleza
  • Barbeiros
  • Avenida da Liberdade/Príncipe Real
  • preço 2 de 4

O nome é uma homenagem ao pugilista Belarmino Fragoso, que em 1964 protagonizou o documentário de Fernando Lopes. O espaço é uma homenagem às barbearias tradicionais portuguesas e leva os clientes directamente das cadeiras em pele para as décadas de 20 a 60 do século passado. Aqui, Miguel Leão corta o cabelo e trata da barba à antiga. Pentes, tesouras, pincéis, navalhas, pomadas, ceras, luvas de boxe e skates compõem o cenário. 

  • Noite
  • Cais do Sodré

As camas, armários, poltronas e espelhos dos tempos em que o número 38 da Rua Nova do Carvalho era um bordel, com quartos alugados a prostitutas e marinheiros que atracavam no Cais do Sodré, sobrevivem na Pensão Amor, o lugar mais vintage da noite lisboeta. A decoração é burlesca, o ambiente é boémio e as actividades espalham-se pelas diferentes divisões: é possível dançar, beber, ler e até ler a sina.

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  • Tatuagens e piercings
  • Sintra
  • preço 2 de 4

Se quer fazer uma tatuagem old school e gravar na pele uma andorinha, uma pin-up ou uma caveira mexicana rume a Sintra: a Bang Bang é especializada no traço antigo e tem o ambiente mais kitsch que pode imaginar, com flamingos cor-de-rosa, leques chineses, uma havaiana em tamanho real, imagens da Nossa Senhora, bancos almofadados de padrão tigre, máscaras tribais e até um Zé Povinho. Nazaré e Pinela – ela especialista em piercings, ele em tatuagens – são os responsáveis pelo espaço que abriu em 2001.

  • Compras
  • Música e entretenimento
  • Chiado
  • preço 2 de 4

Velhotes ou novinhos em folha, os vinis da Louie Louie são uma viagem pela história da música. Achadões como Ike & Tina Turner, José Afonso e Chico Buarque e tesourinhos como Elvis ou Beach Boys – há discos para todos os que não se importam de ouvir música na companhia dos avós. Revivalistas mais indecisos, nada temam: há um bar dentro da loja ideal para tomar decisões musicais difíceis.

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  • Chiado
  • preço 2 de 4

Catarina Portas ressuscitou marcas portuguesas de outros tempos e nas lojas A Vida Portuguesa é possível matar saudades de produtos como a pasta de dentes Couto, o sabonete Benamôr, a cera Encerite, a farinha Zelly ou o chocolate Regina. Há ainda loiças, púcaros, atoalhados e outros acessórios de decoração vintage, como as lanternas da Latoaria Maciel, com 200 anos de vida – estes têm agora lugar de destaque na nova Vida Portuguesa na Rua Ivens.  

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  • Lojas de segunda mão
  • Campo de Ourique

Chanel, Valentino, Prada, Gucci, Louis Vuitton – quem sonha ter no armário peças de assinatura, mas não tem orçamento para a Avenida da Liberdade, encontra na Du Chic à Vendre, em Campo de Ourique, uma bela oportunidade. Os artigos em segunda mão da loja da libanesa Monique Gealland, que vive em Portugal há mais de 40 anos, podem chegar aos 1500 euros – são raridades vintage valiosas que nasceram antes dos anos 80 e sobreviveram até ao século XXI.

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  • Noite
  • Chiado/Cais do Sodré

Inaugurado a 18 de Fevereiro de 1986, o Pavilhão Chinês reúne nas cinco salas uma inacreditável colecção de objectos do seu fundador, Luis Pinto Coelho. Capacetes da Segunda Guerra Mundial, soldadinhos de chumbo, aviões em miniatura, peças únicas de Bordalo Pinheiro ou mapas e cartas militares são parte do imaginário que dá vida às paredes. É garantido que vai conseguir impressionar os seus amigos.

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  • Lojas vintage
  • Grande Lisboa

Nem toda a gente gosta de ter uma casa igual ao catálogo do Ikea e não há arquitectura moderna onde não encaixe que nem uma luva uma ou outra peça vintage. No Cantinho do Vintage, local de romaria de muitos lisboetas aos sábados, as peças de mobiliário e os acessórios de decoração de outros tempos amontoam-se sobre mesas, estantes, carrinhos e armários. Vale a pena ir com tempo para descobrir as melhores pérolas.

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  • Saúde e beleza
  • Barbeiros
  • Baixa Pombalina
  • preço 2 de 4

Homens e cães são permitidos, mulheres não. A política da barbearia Figaro’s já deu água pela barba, mas num roteiro vintage na cidade, não pode falhar o espaço onde os barbeiros têm pinta de dandy, a decoração faz viajar no tempo e os cortes são os que se usavam algures entre os anos 20 e 50. Bigodes enrolados, barbas feitas sem máquinas e cabelos com brilhantina fazem parte da fórmula de sucesso, que até convenceu David Beckham numa visita a Lisboa.

  • Bares
  • Chiado/Cais do Sodré

Parte da quadra de espaços criada pelo empresário Luis Pinto Coelho - os outros são A Paródia, Pavilhão Chinês e Procópio - o Foxtrot, bem próximo da Assembleia, em São Bento, é um pedaço da década de 20 ao estilo inglês que floresceu até hoje. Tem valet parking, o que ajuda naquela zona, e uma sala com lareira, o que ajuda no Inverno. A mesa de snooker é uma obrigatoriedade mas, se não estiver no mood, a carta é vasta o suficiente para justificar a incursão.

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  • Decoração
  • Estrela/Lapa/Santos
  • preço 3 de 4

Esqueça o caos habitual nas lojas de design vintage. Esta não podia ser mais organizada e vai deixá-lo de olhos pregados ao tecto logo à entrada. Porquê? Porque o forte da MID MOD são os candeeiros, de mesa, de pé, mas sobretudo dos que se penduram mesmo por cima das nossas cabeças. E se uns são pura extravagância italiana, outros seguem as normas sóbrias do design nórdico. No mobiliário, o produto nacional está em destaque. Olaio e Altamira estão bem representados, embora não faça parte dos planos fechar a oferta nas peças portuguesas.

  • Coisas para fazer
  • Avenida da Liberdade/Príncipe Real
  • preço 2 de 4

Já sabemos que isto de voltar às técnicas antigas é que está a dar e na fotografia as coisas não são diferentes. Em 2012, Filipe da Veiga Ventura e Rute de Carvalho Magalhães criaram o Silverbox Studio para poderem viajar 160 anos no tempo quando bem lhes apetecesse. O estúdio foi logo um sucesso. Para fotografar usam uma câmara bem antiga e o método de revelação é à base de colódio húmido. É claro que tudo aqui evoca a fotografia de outra época. É preciso ficar imóvel durante alguns minutos e, no final, a imagem, a preto e branco, mais parece ter saído de um baú. Vale a pena? Sim, cada cêntimo e cada cãibra.

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  • Lojas vintage
  • Intendente

O nome deixa pouco à imaginação mas o interior, esse, é uma verdadeira cápsula de tudo o que no fundo queríamos ter no roupeiro. A Retro City fez casa no Intendente pela mão de Esther Martinez em 2016 e desde aí que tem vindo a crescer como uma das referências do vintage em Lisboa. A selecção é vasta, há casacos Levi's, t-shirts Adidas, há bombers, fatos-de-treino, sem esquecer as lantejoulas e as míticas botas texanas se a vibe for essa.

Lx Escape
  • Coisas para fazer
  • Belém

Sally RedRain nasceu em 1911 no Reino Unido. Embora tenha sido adoptada por uma família conservadora, aos 15 anos já participava clandestinamente em concursos de beleza, o primeiro passo para abraçar uma carreira de dançarina nos music-halls na moda. Mais tarde muda-se para Portugal. É esta a personagem principal dos três quartos da Lx Escape, todos ligados à temática burlesca e onde pode ajudar a descortinar a biografia desta bela mulher ruiva. Desde que ressurge das cinzas num popular clube burlesco da capital (Sala Red) até ao mistério que rodeia a sua morte em 1940 (Sala Rain), passando pelo ano de 2167 a novidade do ano do Lx Escape que decorre numa antiga sala desactivada do velho cabaret (Sala Sally).

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  • Bares
  • Avenida da Liberdade/Príncipe Real

Uma referência para políticos, intelectuais e os mais variados tertulianos, o Procópio foi fundado em 1972 e já então era um bar de estilo retro. Igualmente retro é a sanduíche de pão tostado com caviar e limão que figura no menu. Aberto até às 03.00.

  • Hotéis
  • Avenida da Liberdade

No restaurante do hotel ainda mora o grande balcão do velho Maxime, aquela que chegou a ser a maior barra da Europa, num espaço que acumula como bar e restaurante (liderado pelo chef Luca Bordino) e onde se mantém o mesmo tecto e réplicas dos candeeiros que nele estavam pendurados. Já o restaurante tem um palco decorado com um mural da artista Alexandra Prieto e pronto a receber sessões de burlesco. Se quiser pernoitar no hotel, em cada um dos cinco andares vive uma personagem feminina, também misteriosa, e um tema: bar, burlesque, bondage, dressing room e stage. Porque o storytelling que decora o Maxime Hotel tem enquadramento histórico e começa nos anos 20, quando o clube Maxim’s abriu na Praça dos Restauradores, onde havia jogos de casino à revelia das autoridades.

Mais compras em Lisboa

  • Compras

"Lisboa é linda" é pregão em muitas bocas, mas afinal o que faz a beleza desta nossa cidade? Temos vistas incríveis de miradouros, fachadas de azulejos de fazer inveja, a calçada portuguesa (que ninguém nos tira), restaurantes de cá e do mundo – um menu completo que faz de Lisboa uma beleza. A par de tudo isto, há uma série de lojas onde vale a pena entrar, mesmo que não vá para abrir a carteira. Algumas parecem autênticos museus, com talhas douradas e tectos trabalhados, outras são mais modernas e com ar minimalista, mas todas valem a visita. Há muito por onde escolher. Lisboa é linda e muitas das suas lojas também.

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  • Decoração

Lisboa tem algumas das melhores lojas de decoração mesmo à mão de semear. Dos candeeiros às cadeiras, do vintage às linhas mais contemporâneas, as novas tendências já espreitam e se a missão dos próximos tempos é mesmo redecorar então prepare-se para abrir os cordões à bolsa. Nestas lojas há universos próprios, estilos para todos os gostos, porque de quando a quando é mesmo preciso dar um novo ar à nossa casa – acredite que a decoração pode fazer toda a diferença. Estas lojas são paragens obrigatórias para quem se quer armar em especialista.

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  • Compras

Não se assuste com o estrangeirismo, nós explicamos tudo direitinho. As concept stores são lojas com universos próprios, com espaço para moda, decoração, livros, acessórios e até comida. E ninguém se chateia, nem as marcas, nem os designers, nem os artistas, nem os donos das lojas – que só agradecem. Vivem todos em harmonia nestas lojas, como se fossem uma só (e são, na verdade) unidas por um conceito. Todos juntos, fazem destas 29 magníficas a elite do roteiro de compras de Lisboa. Fique a conhecer as melhores concept stores em Lisboa.

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