2POR1 Deluxe 2018: 10 Novos Restaurantes de Lisboa

Justa Nobre voltou à Ajuda para se apresentar num restaurante de onda mais moderna, mas onde a sua cozinha de linhas regionais continua a marcar os vários pratos, mesmo que às vezes navegue por outras águas. Estão lá alguns dos seus clássicos, como o caril de caranguejo real do Alasca ou a perninha de cabrito assada à transmontana, está por exemplo o magret de pato com cuscus de espargos verdes e está uma boa carta de vinhos a acompanhar toda a refeição.

O menino bonito da Bica é um daqueles restaurantes ideais para quem gosta de sítios despretensiosos, descontraídos e com boa comida. E bons para ir a dois, com o grupo de amigos ou festejar a formatura do irmão mais velho. Sobretudo dedicado aos pratos de peixe e marisco, a ideia aqui é partilhar os tacos de peixe frito, o tártaro de atum ou a incrível burrata com pesto de amêndoas e camarão grelhado. Para encerrar com chave de ouro, atire-se às canilhas.

Está entre os restaurantes mais falados pelos lisboetas no ano de 2017 e só por boas razões: oferecer uma linha de comida pan-asiática quando ela está cada vez mais na moda em Lisboa; permitir comer dim sums, phos, baos e até caris, em receitas fiéis às originais e sem ser preciso bater a várias portas da cidade; ser um sítio bonito, bem decorado e com óptimo ambiente; ter uma carta de bons cocktails, introdução perfeita a qualquer refeição. Não aceita reservas, por isso apareça cedo.

É provável que se esqueça de tudo o que comeu no Dom Queijo assim que sair porta fora do restaurante. Como assim? É que todos, mas todos mesmo, os pratos levam queijo e já se sabe que depois de uma overdose de queijo (controlada, claro), graças ao helloumi grelhado com relish de jalapeño e tequila, à tiborna com brie de Meaux, ao creme de pêra, aipo e roquefort e até ao creme de mascarpone com gelado Nannarella de lima e hortelã é provável que a memória saia ligeiramente afectada.

Leva o prémio de restaurante mais pequeno de Lisboa, mas também podia concorrer para a categoria de sítios originais. Antes de mais porque não se assume como um restaurante, mas sim como um comedor ibérico, com duas pessoas apenas entre a cozinha e o serviço, que mistura influências sul-americanas e que varia consoante o que o mercado oferece. Mas é quase certo que encontre o gaspacho de abacate, o ceviche tiradito, o tártaro de beterraba e os incríveis tacos de pernil de porco.

A localização não podia ser mais idílica, mesmo em cima da Baía de Cascais, e o conceito não podia ser mais apelativo: um bar-restaurante onde a comida é para partilhar. Há mesas comunitárias para grupos (ou não), há uma carta de cocktails, há várias taças de lascas para picar como as de inhame, mandioca e pastinaca, há pratos para dividir como o ovo escocês de farinheira com couve chinesa e cenoura preta ou a tempura de espargos com guacamole e há muita inspiração tradicional de Portugal e não só em transformações gastronómicas originais. Ao fim-de-semana há música até às duas.

A montra repleta de pastas frescas à entrada denuncia ao que se vem: comida italiana caseira. E os clientes italianos que o frequentam, atestam a qualidade do sítio. A ementa é uma viagem por pastas frescas recheadas, pelos clássicos spaghetti com várias receitas, pelos tagliatelle e pelos risotos, além de outros secondi piatti italianos. Recomenda-se que leve fome, que arrisque em pratos típicos de Itália, como o spaghetti cacio e pepe ou os ravioli di carne all’ortolana, e que remate tudo com as sobremesas caseiras.

O Mestizo é um projecto gastronómico original, a oferecer uma rota de cozinhas que passa por África, pela América do Sul e ainda faz um desvio às Caraíbas. Imagine-se, então, uma carta aromática, colorida e cheia de sabores diferentes, onde cada prato é identificado com o país de origem. Há xacuti de borrego de Moçambique, há atum braseado de Cabo Verde, muamba de galinha do campo de Angola, além de uma série de receitas que misturam vários mundos e sabores, mas sempre sem fugir da essência dos pratos de raiz.

Aberto desde Abril de 2017, o Pasta non Basta é um espaço italiano três em um: osteria, pizzeria e ristorante. Porque, de facto, as pastas não bastam para satisfazer a vontade de devorar comida vinda de Itália - e à excepção dos frescos, aqui vem tudo de lá. As pizzas romanas são feitas num forno de lenha com farinha 00, há massas raras como a trofie al pesto, há risotos e uma série de pratos para partilhar com onda de osteria, como a burratina com tomate cherry ou as polpette al sugo (sim, almôndegas).

Foi uma das grandes novidades do Penha Longa Resort em 2017, que representou a entrada do chef Pedro Almeida na cozinha pan-asiática. Isto é, há influências da China, Japão, Índia e Tailândia. Há ainda uma queda para a comida de rua desses países e uma cozinha aberta no meio da sala, para quem gosta de ver cozinheiros em acção. O difícil vai ser mesmo decidir entre o caril verde de peixe, as yakitori, o bao de atum ou o caril madras de frango.