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20 coisas que os turistas fazem e todos os lisboetas devem experimentar
Se inventaram salsichas de soja e há quem coma bifanas de seitã, por que é que os alfacinhas não se podem armar em bifes?
Não se deixe intimidar pelo som dos trolleys na calçada nem pelas longas filas à porta de variados monumentos. A verdade é que Lisboa é uma cidade incrível, e se os conselhos dos locais ajudam a experiência dos forasteiros, também se aplica a regra de que muitas vezes são os estrangeiros quem mais e melhor desfruta da cidade que é sua, uma das mais estimulantes na Europa. A parte mais incrível de todo este processo é que se há milhares de turistas mortinhos por apanhar o avião e visitar Lisboa, você aí desse lado só tem de apanhar o elevador para imitar o que eles fazem por cá, e que vale mesmo a pena. Assim, damos-lhe duas mãos cheias de sugestões de coisas que os turistas fazem e todos os lisboetas devem experimentar.
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20 coisas que os turistas fazem e todos os lisboetas devem experimentar
1. Conhecer por dentro o Palácio Foz
Existem visitas guiadas a este palácio nos Restauradores e existem muitas pessoas interessadas. Daí que exista também muitas vezes a palavra “Esgotado” junto a cada anúncio de uma nova data. Quem quiser bisbilhotar o interior deste edifício tem de marcar com antecedência uma das visitas, justificando-se a consulta regular à página oficial de Facebook. É que a programação inclui concertos, apresentações e outros eventos.
2. Ir às compras na Livraria Ferin
A Lello & Irmão, no Porto, domina os tops das livrarias mais bonitas do mundo – com toda a justiça. Lisboa parece contentar-se com a Bertrand, a mais antiga em actividade neste planeta, mas há outra loja de livros a chamar a atenção de quem nos visita: a centenária Ferin. Fundada em 1840, é a segunda livraria mais antiga do país e um paraíso para bibliófilos e outros viciados em papel impresso. A Ferin era até há pouco tempo uma livraria especializada em livros de arte, história, política, genealogia, heráldica e literatura francesa. Mas em Abril de 2017 mudou de mãos – foi comprada por José Pinho, da livraria Ler Devagar – e renovou-se.
3. Visitar o Panteão Nacional
Curiosidade: 84% dos visitantes dos Monumentos Nacionais são estrangeiros (dados de 2016). O Mosteiros dos Jerónimos é o recordista, com mais de um milhão de visitas, mas o terceiro mais procurado em Lisboa é o Panteão Nacional – logo atrás da Torre de Belém. O edifício, que resulta das famosíssimas obras de Santa Engrácia, está mesmo no centro da cidade e é a última morada de uma série de portugueses célebres. Se calhar está na altura de ir dizer olá a Amália, Eusébio, Almeida Garrett ou Humberto Delgado. Se a vida lhe correr bem – mas mesmo muito bem – quem sabe se um dia não vai ser vizinho deles. No zimbório há uma das melhores (e mais negligenciadas) vistas de Lisboa. Diga lá, qual foi a última vez que foi a um zimbório?
4. Fazer a coisa menos sexy do mundo no WC mais sexy do mundo
Esta casa de banho no Terreiro do Paço já foi eleita pelos leitores do The Guardian como um dos lugares a não perder em Lisboa. E quem somos nós para discordar? Somos a Time Out. E discordaríamos se nunca tivéssemos estado aflitos num país estrangeiro, a tentar perguntar onde fica o WC através de mímica e grunhidos. Esta casa de banho é – como dizer? – uma casa de banho. Uma retrete pública onde se paga 1€ e se pode escolher a cor do rolo de papel higiénico. “Parece uma instalação de arte”, diz uma leitora do The Guardian. Parece-nos um exagero, cara senhora. Mas entendemos o que quer dizer: uma pessoa, depois de se aliviar em conforto, é dada a hipérboles.
5. Conhecer as Ruínas e o Museu Arqueológico do Carmo
As ruínas e o museu do Largo do Carmo correram o mundo depois de ter sido descoberto nas escavações um teratoma, isto é, um raríssimo tumor com dentes e fragmentos de osso. Esta novidade tétrica não está à vista dos mais curiosos, mas há coisas igualmente interessantes – e menos agoniantes. Para além das ruínas da igreja derrubada pelo terramoto de 1755 (sim, quando caiu o Carmo e a Trindade) é possível visitar um museu com um ecléctico acervo arqueológico.
6. Escapar do Escape Hunt Lisboa
Os escape games já não são novidade em Lisboa, mas este foi um dos primeiros e permanece o mais bem cotado de todos. Faz parte de uma cadeia internacional de Escape Games, o que torna a marca reconhecida pelos turistas. À boa fama junta excelentes desafios e a melhor decoração dos escape games de Lisboa – acredite, já experimentámos mais de uma dezena. Neste momento há três salas onde se pode trancar: uma dedicada a Fernando Pessoa, outra ao Terramoto de 1755 e uma terceira sobre Sociedades Secretas. Convém reservar com alguma antecedência.
7. Descer ao Reservatório da Patriarcal
Se calhar nunca esteve nesta galeria subterrânea, mas de certeza que já lá pôs os pés. De certeza que já a pisou. O Reservatório da Patriarcal fica por baixo do jardim do Príncipe Real. Construído entre 1860 e 1864 para servir a rede de distribuição de água da cidade de Lisboa, tem um reservatório protegido por 31 pilares e um tecto abobadado. Está desactivado desde os anos 40 e pode ser visitado através do Museu da Água ou durante um dos espectáculos que decorrem por lá.
8. Beber um copo n'Os Amigos da Severa
"Uma ginja famosa que é a Melhor de Lisboa", anuncia um pequeno cartaz ao pé do balcão. Quem deu esse prémio? "Fui eu, ora essa, para mim é a melhor", diz o nosso anfitrião, o senhor António, homem que está há 40 anos atrás do balcão d’Os Amigos da Severa – "você diga-me outra pessoa que esteja há tanto tempo no mesmo sítio quanto eu, diga-me!". A julgar pelo movimento, António não se vai poder reformar tão cedo. A ginja, a 1,20€ o copo, é o que sai mais. Mas também há petiscos (vai um ovo cozido?), cerveja e vinho.
9. Entrar na Igreja de São Roque
Quantas vezes não passámos por ela sem lhe ligar. Desatentos, com aquela arrogância de quem está aborrecido de coisas belas. Mas a belíssima Igreja de São Roque está no top das atracções do guia Lonely Planet – que elogia o seu “dazzling interior” – e é um ponto de paragem obrigatório para crentes e não crentes. Um dia, com mais tempo, dê uma espreitadela e surpreenda-se com um dos templos mais ricamente decorados da cidade – está a ver o Vaticano? É já ali como quem vai para o Bairro Alto. Se gosta de relicários há ainda uma bela colecção de pedaços de santos. E o museu é uma visita obrigatória para quem gosta de arte sacra.
10. Ver a cabeça de Diogo Alves
Apesar de estar preservado em formol, o pickle humano da Faculdade de Medicina viralizou. Sites como Atlas Obscura, Wired ou Dangerous Minds partilharam a foto e a história de Diogo Alves, dando ao assassino do Aqueduto das Águas Livres fama internacional – nas redes, várias pessoas fizeram notar as semelhanças do primeiro serial killer português com Thom Yorke, vocalista dos Radiohead, no videoclip da canção “No Surprises”. A cabeça decepada está no Teatro Anatómico da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.
11. Fazer compras no Depósito da Marinha Grande
Está em vários guias como um sítio obrigatório e no entanto quantos de nós não passamos pela montra do número 418 na Rua de São Bento sem nos determos? Se calhar é um sítio tão familiar que se tornou invisível, como o quadro da nossa sala de estar ou o aperto de mão do tio Germano, a quem faltam dois dedos. A loja do Depósito da Marinha Grande tem das mais icónicas criações da fábrica centenária, copos, frascos, garrafas, objectos de decoração, candeeiros e até material de laboratório. É, também, o pior sítio de sempre para levar aquele amigo desajeitado – ou jogar ao “apanha” com o tio Germano.
12. Provar o pastel de nata do Martinho da Arcada
Esqueça os Pastéis de Belém, que dominam as listas dos melhores de Lisboa, ou os da Aloma, que registaram o domínio omelhorpasteldenatadelisboa.com. O Martinho da Arcada vive muito da clientela estrangeira e da mitologia pessoana (ainda lá está a mesa do poeta), mas tem um pastel que rivaliza com os melhores de Lisboa. É servido no pequeno café ao lado do restaurante e custa 1€.
13. Ver o pôr-do-sol no The Keep
Vá até ao número 74 da Costa do Castelo e toque à campainha. Depois de subir as escadas em caracol vai chegar a um dos terraços com melhor vista para Lisboa. O The Keep é um hostel – chamam-lhe “sleep boutique” – onde antes ficava uma pensão chamada Ninho das Águias: é o edifício verde junto ao castelo com a torre tipo Rapunzel que sempre nos interrogámos o que seria. É um poiso frequente para turistas, empoleirados nas varandas e nos patamares.
14. Provar os acepipes da Manteigaria Silva
É uma imagem comum nos meses mais quentes: um grupo de turistas especado em frente à Manteigaria Silva enquanto um guia explica o que são cada um dos produtos expostos, como se fosse um episódio ao ar livre da Rua Sésamo. “Isto é um bacalhau, vem da Noruega”. Percebe-se porquê. A Manteigaria é uma loja-museu com tudo o que há de bom para beber e mastigar em Portugal. Fundada em 1956, é uma das últimas mercearias finas da Baixa e apesar de não fazer parte do roteiro de compras dos lisboetas vale uma visita.
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15. Ficar na Esplanada do Castelo de S. Jorge
Poderá ser este o motivo para a re-reconquista de Lisboa? Sabemos bem que o Castelo e áreas circundantes estão ocupadas por autocarros de turismo e pessoas que têm no armário mais do que um panamá, para quando o outro está a lavar. Mas a esplanada do Castelo de S. Jorge merece ser descoberta assim como um dos monumentos mais emblemáticos da cidade. A entrada é gratuita para os lisboetas – basta levar um comprovativo – e a vista e o serviço vão fazê-lo perceber por que é que Martim Moniz se quis entalar naquelas portas.
16. Subir ao terraço da Basílica da Estrela
O guia Lonely Planet fez as contas: são 112 degraus até uma “vista de longo alcance sobre Lisboa”. De lá de cima vê-se o Jardim da Estrela, a Lapa, o Tejo e um ou outro pombo que vai olhar para si e pensar “quem é este?”. É que o terraço da Real Basílica da Estrela não é assim tão frequentado. Talvez por causa dos 112 degraus ou dos 4€ que custa o bilhete que lhe dá acesso. Das 10.00 às 18.30, encerra às segundas.
17. Visitar uma das livrarias mais pequenas do mundo
É o pior sítio da cidade para procurar livros sobre claustrofobia. A minúscula Livraria do Simão, nas Escadinhas de São Cristóvão, tem apenas 3,80 metros quadrados, com cada centímetro ocupado por livros. Só cabe lá dentro uma pessoa de cada vez mas vale a pena pesquisar esta belíssima coleção de livros raros de autores portugueses e estrangeiros. Aberta em 2008 no lugar de uma tabacaria, está em vários guias turísticos como uma das atracções mais insólitas da capital.
18. Ir à Casa dos Gessos
Não tem vagar para ir ao Terreiro do Paço ver a estátua de S. José I? Felizmente pode ver o molde em gesso a partir do qual se fez o rei e o cavalo num sítio coberto e com ar condicionado. A Casa dos Gessos pertence ao Museu Militar e para além da mítica obra de Joaquim Machado de Castro tem o molde das estátuas de Sousa Martins (a do Campo Mártires da Pátria) ou Afonso de Albuquerque (da Praça do Império) num total de 12 figuras. A Casa dos Gessos pode ser visitada apenas à quarta-feira de manhã (10.00-13.00) e quinta-feira à tarde (14.00-17.00). Mas a entrada é gratuita.


19. Tirar uma foto no melhor “jardim” de Lisboa
É um pagode para qualquer turista que fale português: Jardim das Pichas Murchas. Os guias turísticos a caminho do Castelo fazem aqui um pit stop para risinhos nervosos e fotografias. E há ainda quem se atreva a traduzir para inglês o significado da placa. Mas vamos à história: o jardim, que na verdade é um largo, foi baptizado pelo calceteiro Carlos Vinagre porque era o sítio onde os cidadãos séniores do bairro se sentava a praticar a sua desocupação. A placa foi colocada por brincadeira, a Junta não gostou e mandou tirar, mas a vontade da população foi mais forte e o nome mantém-se para gáudio de locais e turistas. O “jardim” fica no cruzamento da Rua de S. Tomé com a Rua do Salvador.
20. Visitar o Cemitério dos Prazeres
Não é visto como uma atracção turística pelos locais e percebe-se porquê: é muito provável que todas as visitas a este sítio sejam pelo pior dos motivos. Mas o que leva os turistas ao Cemitério dos Prazeres? Aqui estão alguns dos melhores exemplos de arte fúnebre e os edifícios mais curiosos de Lisboa, como o mausoléu dos Duques de Palmela, uma pirâmide de inspiração maçónica onde estão sepultadas mais de 200 pessoas. Tem ainda uma vista privilegiada para o Tejo e uma das maiores concentrações de ciprestes da Europa. Há visitas guiadas, essenciais para descodificar as centenas de histórias do cemitério (por marcação 21 391 2699) e um museu na capela.
Arme-se em turista
Os melhores museus em Lisboa
Edifícios relativamente novos, com linhas que são uma perdição para a fotografia, e clássicos da cidade que patrocinam autênticas viagens no tempo. Destaque-se ainda os inúmeros e regulares workshops e eventos que promovem para adultos e crianças, ou mesmo as cafetarias e brunches que também são pequenas obras de arte. Deixamo-lo com uma visita guiada aos melhores museus em Lisboa, dando razões para redescobrir endereços obrigatórios e ideias para explorar colecções surpreendentes. A lista de melhores museus em Lisboa não pára de crescer e nós estamos cá para actualizá-la.
52 atracções em Lisboa
Nota prévia: esta é uma lista que tem tudo para crescer em tamanho ou não fosse Lisboa uma das melhores cidades do mundo e arredores. Não encare portanto estas paragens como um guia definitivo mas antes como um aperitivo para todas aquelas propostas que ficaram de fora (por agora) deste nosso menu. Opte por calçado e roupa confortável, meta uma garrafinha de água na mochila e venha daí conhecer atracções em Lisboa para todos os gostos, da Torre de Belém à arte urbana, da Brasileira à Vida Portuguesa. Um roteiro para ir fazendo ao sabor do vento.
Museus em Lisboa: as obras de arte que tem mesmo de ver
Conhece as propriedas do pó de múmia? E o nome da imagem do arcanjo que seguiu nas naus portuguesas em jeito de protecção? Acha que os cravos são (apenas) flores? Está preparado para atender um lavagante? Ok, chega de perguntas que só adiam ainda mais a satisfação da sua curiosidade. Se não faz ideia do que tem andado a perder nos museus em Lisboa, já por si repletos de experiências imperdíveis, nós recenseamos a matéria e oferecemos um bússula segura. Os acervos enchem-se de autênticas pérolas com peças para todos os gostos, e nada como um breve roteiro para não se perder nos melhores corredores da cidade. É obrigatório conhecer estas obras de arte.